10 coisas que eu odeio em você

Motivo 9

Odeio o modo como me beija

Hoje era o último dia que passaríamos n'A toca, então acordamos cedo para aproveitar ao máximo. Às seis da manhã todos já estavam de pé, trocados, de camas arrumadas e tomando café da manhã, planejando o dia inteiro.

— Que tal xadrez de bruxo? — sugeriu Louis.

— Como se você soubesse jogar. — Victoire provocou.

— Claro que eu sei, que ideia.

— Claro que sabe, tanto que a vovó Delacour que nem enxerga direito ganhou de você com três lances. — o lembrei de um jogo de aproximadamente dois anos atrás, mas que nunca seria esquecido e todos na mesa riram, inclusive a vovó Weasley.

— Snaps explosivos? — tentou Hugo.

— Sabe muito bem que eu odeio esse jogo sem graça Hugo. — Rose reclamou.

— O que sugerem então? Já que nada está bom. — Alvo reclamou.

— Eu tive uma ideia! — a pequena Luna declarou.

Pequena entre aspas, já que estava em seu último ano em Hogwarts, mas como ela era a prima caçula sempre seria a pequena Lily Luna.

— Lá vem a Lily com suas ideias malucas. — riu James.

— Essa ideia é boa, tá Jay. — reclamou ofendida.

— Aposto que vamos adorar, nos conte Lily. — pedi encorajando-a.

Toda cheia de si por ter dito uma ideia e de ter sido encorajada, ela respirou fundo e disse:

— É quase como um verdade ou desafio, mas em vez de verdade e desafio iremos dizer o que fizemos e nos arrependemos ou queremos fazer junto com a pessoa que perguntou. — tentou explicar.

— Como? — Alvo perguntou totalmente confuso.

— Acho que eu entendi. — declarei — A verdade seria o que fizemos e nos arrependemos, e o desafio seria o que queremos fazer... É isso Lily?

— Exatamente.

— Eu gostei. — Vic disse seguida por Rose.

— Eu também. — sorri e logo os meninos se renderam.

Então, assim que terminamos de comer e ajudar a vovó a arrumar a cozinha, fomos para o jardim com uma garrafa vazia e uma colcha de retalhos para forrar e não sentarmos na grama.

Todos sentamos em círculo, Rose, Hugo, James, Lily, Alvo, Vic, Louis, eu e Teddy. Então, pegamos a garrafa e colocamos no meio do circulo.

— Quem começa? — Lily perguntou.

— Você, já que teve a ideia. — James disse.

Lily pegou sua varinha e com um aceno suave fez a garrafa girar, e parou com Hugo e Vic, então o Hugo perguntava para Vic.

— O que se arrependeu ou o que vai fazer?

— O que me arrependi. — parou um pouco para pensar e disse — Eu me arrependi daquela vez em que você me pediu para te ajudar com a lição de poção e não ajudei, no final você quase foi reprovado. Desculpe-me por isso. — disse sinceramente.

— Que bom que se arrepende Victoire, porque eu tive que ralar depois. — bufou.

— Isso que dá ficar comendo na aula. — acusou Rose, o que fez todos rirem.

— Gira Vic. — Lily pediu e assim como ela, com o aceno da varinha a garrafa girou, parando no Teddy e Lily, sendo ele que perguntava.

— O que se arrependeu ou o que vai fazer?

— O que vou fazer... — parou para pensar — Eu quero fazer um book com cada cor de cabelo sua. — riu em seguida.

Não era surpresa que todos iriamos rir, por isso não aguentamos e caímos na gargalhada, inclusive o próprio Teddy.

— Sua vez Lily. — disse ele.

— Não, vai você porque eu já fui. — então ele girou.

E parou em quem? Eu pergunto pro James. Claro que Rose tinha que me lançar um olhar malicioso, ela era uma bitch, mas eu a amava mesmo assim.

— O que se arrependeu ou o que vai fazer? — perguntei com borboletas no estomago, não sei o motivo exato, mas eu estava nervosa.

— O que me arrependo. — assim como os outros ele parou para pensar, mas eu já sabia do que ele iria dizer — Me arrependo de tudo que fiz você passar, do inferno que fiz nossa amizade virar e de ter culpado você pelo o que aconteceu comigo e Rose.

— Tudo bem. — Bingo! Isso não era novidade para ninguém, é claro. O que era novidade foi o que veio depois.

— Eu não acabei. — disse educadamente — Eu me arrependo do tempo perdido que poderíamos ter tido como amigos, me arrependo de ter culpado você quando poderia ter dito a oportunidade de ter sido consolado, porque sei que você é ótima em consolar pessoas. — riu fracamente. — Pode girar, agora acabei.

Espera um pouco. James Sirius Potter havia acabado de se desculpar e quase humilhar-se na frente de todos? Será que eu estava ouvindo coisas? Assim que olhei ao meu redor, todos estavam estatelados olhando para ele com uma expressão bem engraçada.

— O que foi gente? Nunca me viu? — perguntou irritado com os olhares sobre ele, o que era estranho já que adorava ser o centro das atenções.

— Não, esse James ai, não. — Alvo declarou.

Ele apenas olhou para todo mundo e ficou quieto.

A brincadeira continuou por um bom tempo, até que vovó nos chamou para o almoço e então voltamos cada um para seu afazer, eu ia subindo as escadas para ir ao meu quarto arrumar minhas malas quando James apareceu no pé da escada e disse que precisava conversar comigo. Estranhei, mas o segui.

Fomos até os fundos da casa do lado de fora e paramos.

— Queria perguntar se me perdoa por tudo o que te fiz passar e...

— James, James! Para com isso. — pedi — Eu já te perdoei, e precisa se perdoar por isso se não nunca poderemos ser amigos novamente, sabe disso.

— Mas, eu não quero ser seu amigo Nique. — confessou.

— Oh, não? — perguntei confusa e meio decepcionada.

— Não, eu já fui seu amigo e adorei, mas eu pensei: se ser seu amigo é tão bom, quem dirá mais que isso. — sorriu, e tive que sorrir sem graça. — E então...?

— James, eu não sei. Não acha isso estranho? Somo primos e... — nunca pude terminar aquela frase, porque ele me beijou para me calar.

Um beijo como aquele eu nunca havia dado em minha vida. Era um beijo com urgência, o que deixava claro que estava sendo adiado por tempo demais, tanto por minha parte quanto da dele, e havia paixão... Fogo... Desejo... James era ótimo com as mãos, e elas passeavam pelas minhas costas, meu rosto, meu cabelo... Parecia até um polvo.

Uma sensação incrível me invadiu de tal forma que... Ah! Com apenas um beijo eu estava envolvida em sua chama de paixão e não podia parar de beijá-lo, mas eu o afastei.

— O que...? — perguntou confuso.

— Odeio... — comecei.

— O que você odeia dessa vez? — indagou.

— Odeio o modo como me beija.