Eu acordo cedo — não que eu tenha dormido muito durante a noite — e já estou no quarto do Hector. Laura me pediu para procurar um brinquedo dela e eu não tive como recusar. Lorenzo também ajuda olhando por debaixo dos travesseiros. Assim que acho Laura pega da minha mão, agradecendo. É uma bailarina de feita de pano com algodão.
—Você precisa pegar o Enzo, a bruxa já chegou.–Laura olha para o Lorenzo e os dois começam a rir.
—Quem é essa bruxa de quem vocês estão falando?
—É a secretaria do papai, a H-e-l-e-n. — Laura pronuncia cada sílaba do nome.
—Acho que vocês estão falando de mim...– uma mulher aparece ao abrir a porta.
Ela é linda, e tem uma postura muito elegante, assim como sua roupa.
Ela me olha de cima a baixo, com desprezo, típico, não esperava menos.
— Bom dia — Digo.
Ela da de ombros.
— O que faz no quarto do Hector? Por acaso não sabe onde é seu lugar? — suas palavras saem tão rápido, que ao menos tenho tempo de responder.
— Antes que pense em me responder, adiante e se arrume, vamos viajar a trabalho e o Senhor Héctor vai levar os filhos e a empregadinha, que eu acho que é você e a Tassia. Pelo menos essa sabe sua posição. — Depois de cuspir o veneno sem sentido, ela se retira.
Laura exibe sua língua pra fora quando Helen da as costas. É pequena mas tem mais atitude que eu.
~~•~~
Ajudo Tassia a arrumar as malas dos gêmeos. Desde que Duda — a babá que eu vi caída no chão no dia do sequestro— pediu demissão, a Tassia assumiu a responsabilidade dos dois gêmeos.
— Já conheceu a senhorita Helen? — ela pergunta.
— Só a vadihelen. — brinco sarcasticamente.
Ela cobre a boca enquanto ri.
— Ela é uma pessoa muito desumilde, sempre tentou pisotear qualquer um que não fosse da família Alencar.
— Já contou ao Hector?
— Não. E não adiantaria, aquela ali tem uma lábia muito boa. Ela não anda sempre aqui, pra minha sorte. O Hector não da tanta atenção a ela como ela deseja. Uma vez ela agarrou o Tulio nós corredores durante uma noite de festa aqui, ela saiu fumaçando quando viu que não era o Hector, ri a noite toda. A vida sempre da o troco, nem me abalo.
Imagino o quanto a Helen já deve ter sido má com ela. Mas ela continua intacta, é assim que vou ficar.
Descemos todos juntos para tomar o café da manhã, e tenho a infelicidade de encontrar a vadihelen sentada a mesa. Sinceramente pedir a fome.
Vou parar a sala, e fico a sós com o Enzo, ver a cara dela me da ânsia de vômito. Mas ela infelizmente vem até mim.
—Perdeu a fome empregada?
— Você também é uma. Sabia?
O que ela acha que é?
—Olha, eu sou e sempre fui apaixonada pelo Hector — embora ele não perceba. Quando a mulher dele sumiu, eu quase morri de felicidade já que ele sempre foi fiel, agora eu tenho minha chance de se tornar da família e não vai ser uma empregadinha como você que vai me atrapalhar.
— Amada, você também é empregada, tem noção que não é muito diferente de mim? E boa sorte com seu romance solo, não estou aqui pra atrapalhar suas ilusões e nem pra ter rivalidade com você.
YOU ARE READING
Procura-se uma babá (CONCLUÍDA)
RomanceMônica é gentil, doce e forte. Sempre lutou por seus sonhos e foi por isso que aceitou o emprego de babá. Era para ser um emprego simples e comum, mas um drama, dois gêmeos, sequestro, e muitas revelações, não faziam parte dos planos de Mônica. Agor...