Capítulo 59

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Assim que acordo, corro para o banheiro e vomito novamente.
Fico observando a pia suja, algo nojento, mas, que me deixa curiosa, nervosa e com muito medo. Medo de ser realidade as minhas suspeitas, eu espero que não seja real, eu espero não passar por isso novamente.

Tomo banho mais demorado da minha vida, penso em tudo e em todos, e as lágrimas se camuflam com as águas do chuveiro. Eu não quero questionar, eu não quero perguntar o porquê isso tudo aconteceu comigo, porque meus momentos de felicidade foram tão curtos, não quero que me venha arrependimento por ter aceitado esse emprego, eu...eu não posso entrar depressão, não agora.

Não tenho vontade de ver ninguém, nem de sair do quarto, o que é impossível. Mas eu quero muito ficar sozinha, muito mesmo. Paro em frente ao espelho e me analiso. Que saudades de antigamente, do meu tempo de faculdade de arquitetura, eu amava desenhar, eu amava muito! Era um tempo ótimo.

Três batidas na porta me assustam e eu penso muito se abro ou não.

— Quem é? – pergunto.

— É A Mia.

Abro a porta e dou de cara com o Enzo em seu colo.

— Esqueceu que ele é grudado a você? Ele chorou a noite e toda ontem, foi um sacrifício fazê-lo parar de chorar.

Meu peito enche de orgulho do meu neném.

— Oi meu amor. – Pego ele no colo, com ele se jogando.

Você é um dos meus motivos Enzo, motivo por eu estar aqui ainda, e eu te amo. Aperto ele em meu colo e deixo as lágrimas descer.

— Amiga, fica firme, eu sei que dói, toda essa situação é muito difícil, ser sequestrada duas vezes, ver a pessoa que você ama com um monstro, e ainda ter que conviver com ela, eu sei que é horrível, mas, se ainda está aqui, é porque você é forte, acredite na sua força, você aguenta!

Ela me abraça junto com ó Enzo, e uma luz no fim do túnel pisca pra mim...ainda tenho um porcento de esperança.

— As meninas estão tomando café, e as crianças também, ao contrário do Enzo, eles se deram super bem com as meninas, "as tias malucas" é assim que eles as chamam.

Eu consigo rir com isso, bem a cara deles dar esse tipo de apelido.

Descemos para o café da manhã, e eu tive o desgosto de ver Agatha lá.

— Bom dia meus amores. – Digo ao entrar na cozinha.

Laura e Lorenzo correm para me abraçar e me dá um beijo, e eu os retribuo o carinho. Dou um beijo na testa de Bia e Isa também, que estão toda sorridente comendo.

— Como foi a noite de vocês ontem? – pergunto.

— Mãe, você não vai acreditar, a Bia deixou a gente ver um filme de terror! E eu não fiquei com medo, juro! – o Lorenzo diz todo animado, como se fosse a coisa mais incrível do mundo.

— Eu também não tive medo mamãe! – Laura afirma.

Meu olhar percorre a mesa até se encontrar nos de Bia. Ela percebe e sussurra "Não era filme de terror não, juro!".

— Vocês não podem assistir filme de terror, da próxima vez vocês devem avisar isso a tia Bia, combinado? – digo a eles.

Eles concordam com a cabeça e voltam a refeição.

Dou a comida de Enzo e meu estômago embrulha só com o cheiro.

— Bom dia filhos, bom dia meninas. – Hector diz ao aparecer. — E bom dia meu amor. – Ele diz depositando um beijo na Agatha.

Procura-se uma babá (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now