Capítulo 2: Descoberta

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Corri na mesma direção, mas virei à direita assim que o homem preparou-se para atacar-me. Ele caiu no chão e seu machado ficou preso no alicerce da construção. Puxei meu facão rapidamente, cortando o fundo da bolsa e pegando a peça que faltava para reabrir a passagem.

Notei que havia cortado levemente o homem que ainda se encontrava tentando retirar o machado do chão. Assustei-me, pois quando visualizei a lesão, notei que o sangue que jorrava de suas costas era de coloração verde.

Aquele homem não era humano, pelo menos não mais. Sabendo disso, puxei a arma que ele havia deixado cair sem perceber e conferi um tiro em um de seus braços o que o fez cair, desacordado.

Rapidamente, desarmei a criatura e armei-me com sua pistola automática e seu cinto de munições e utilidades. Pressionei a peça no lugar de encaixe e a porta abriu.

A complexidade do mecanismo me impressionou, mas um questionário tomou conta de todo o meu coração. O que exatamente eram aquelas coisas e onde eu estava.

As perguntas eram, simplesmente, inevitáveis. Apenas resolvi prosseguir pela passagem aberta. Segui um corredor iluminado por tochas dos dois lados das paredes e pequenos símbolos desenhados.

Perto do final do corredor, consegui ler a escritura grande e bem localizada: Fortaleza de proteção da criação. Questionei-me sobre as palavras enigmáticas daquela mensagem, mas logo adentrei na passagem livre.

Descobri uma paisagem linda que me deixou de queixo caído. Uma linda cachoeira cortava um bosque subterrâneo, coberto por rochas duras e incrivelmente modelado.

Uma escadaria longa levava ao chão do lugar que, contrariando a parte de cima, era um pouco sujo e triste. No final da escadaria, avistei o homem que tinha visto antes de passar pela entrada.

Ele estava em pé esperando alguém, e algo me dizia que era eu. Ele riu baixinho e virou-se. Parecia alguém normal, mas seu modo de agir revelava certo autoritarismo. Ele olhou para mim e falou:

- Como eu imaginei você conseguiu matar minha criação. Ele era esplêndido, não acha? Mas quero que você prove algo muito melhor que aquilo, algo mais forte.

- Onde estamos? Eu só quero ir pra casa... Sofri um acidente aéreo e sou o único sobrevivente, me chamo Thomas Monte. – Respondi.

- Apresentações? Eu me chamo Senhor Tinner... Apenas experimente minhas criações! Hahahahah! – Retalhou o homem

De imediato, um inseto grande como o que tinha me perseguido surgiu atrás dele. Levantando suas mãos, a criatura o pegou delicadamente o levou embora.

Fiquei totalmente chocado ao perceber que aquele homem controlava as criaturas e, da mesma forma, confuso por não ser capaz de descrever "Como".

Ouvi barulhos de tiros, alguém vinha correndo para se livrar de algo. Observando melhor, vi que era uma moça. Esbarrando em mim ela apontou a arma na minha direção.

Eu gritei instintivamente: "Calma! Eu não sou um deles!" A mulher baixou a arma e correu, puxando minha mão. Acompanhei-a e, quando olhei para trás, vi uma multidão de pelo menos cinquenta pessoas correndo em nossa direção.

Os olhos deles eram semelhantes aos do homem que havia me atacado na entrada, por isso logo percebi que não eram humanos. A fuga estava intensa e cansativa, a mulher viu um grupo de dinamites espalhadas no chão e sinalizou para que virássemos.

Ela puxou sua arma e mirou nas dinamites e começou a explodir parte delas. Puxei a minha e ajudei-a a eliminar pelo menos boa parte das pessoas. Sobraram três. Por azar ou por ironia, sobraram somente aqueles que tinham arco e flecha nas mãos.

A moça atirou no da esquerda e eu no da direita, logo em seguida atiramos juntos no homem do meio, foi algo digno de um filme de ação, ou de terror. Sorri, pela primeira vez naquela ilha.

Olhei devagar para a mulher a fim de perguntar seu nome, mas percebi que ela estava desacordada. Calmamente pesquisei qual a causa do desmaio e notei um dardo em seu ombro.

Assustei-me e, rapidamente, fiquei em alerta total. Olhei para as montanhas, perto da cachoeira e vi que lá existia uma entrada.

Antes que eu fosse capaz de fugir junto com a moça desacordada, vi um homem (Uma das criaturas) apontando um laser no meu braço. Ele disparou um dardo.

Fiquei tonto, mas comecei a correr. Tropecei em muitas coisas, mas meu instinto de sobrevivência impedia o sonífero de me fazer cair do chão.

Corri muito, minha cabeça não me deixava pensar em nada, pois a tontura era algo insuportável. Meu corpo queria dormir, mas minha mente brigava incansavelmente contra aquilo, pois no fundo eu sabia que poderia ser morto.

O homem apareceu de repente na minha frente, descendo de uma das rochas. Seu olhar vazio foi o derradeiro que vi antes de cair desacordado.

Ele disparou mais dois dardos contra mim e foi quando nem minha mente conseguiu segurar meu corpo. Tudo foi apagando-se e eu dormi, com medo de não mais acordar.

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