Capítulo 4: Fuga

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...

Anne agarrou o Sclaven colocando rapidamente uma de suas mãos através da grade da cela. Em seguida, puxei a arma tranquilizante recém-carregada e disparei contra ele um tiro certeiro na veia.

Em apenas dois longos segundos, o Sclaven caiu no chão desacordado e Anne conseguiu alcançar a chave da jaula. Abrindo-a, demos de cara com mais duas criaturas, mas, desta vez, os dois homens eram muito mais altos e musculosos que o outro.

Um deles possuía um grande machado e sua face era escondida por uma máscara misteriosa e totalmente cinza. O primeiro veio em nossa direção, completamente sem nada nas mãos.

Anne tomou a arma tranquilizante e disparou dois tiros em uma veia principal do corpo dele, precisamente na veia cava. O indivíduo ainda conseguiu alcançar o pescoço de Anne antes de levar um chute meu e cair no chão como uma pedra.

O Sclaven do machado estava mais longe e aparentemente mais fácil de ser derrubado antes que pudesse cortar nossas cabeças com o machado.

O único problema foi que Anne descarregou toda a arma na criatura, mas ele não demonstrou reação alguma. Sua posição continuava parada, nos encarando como se pudéssemos ver seus olhos.

Ele começou a caminhar em nossa direção e comecei a gelar. Anne procurou na gaveta com certa pressa nossas armas, mas não obteve sucesso.

Nesse momento, descobri quem realmente era a mulher com quem eu estava. O Sclaven jogou seu machado gigante na direção de Anne e, antes que eu pudesse gritar "Não!", ela simplesmente desviou-se do projétil com um salto fenomenal.

Quando Sclaven iniciou uma corrida em nossa direção, foi quando Anne chutou a mesa em cima da criatura, que cambaleou longos três metros.

Olhando rapidamente em volta, ainda impressionado, visualizei um armário de vidro escondido, que denunciava o esconderijo de nossas armas.

Pegando uma cadeira, quebrei o vidro e lancei uma das armas para Anne, enquanto me armei com outra. Sinceramente, naquele momento achei que aquilo tinha sido a cena mais frenética da minha vida inteira.

Respirei fundo e ajudei Anne a disparar contra a criatura, até que ele não desse mais sinal de vida. O suor que pingava do meu rosto não era nada comparado ao medo que escorria em minhas entranhas.

Anne correu na direção do monstro e tirou uma carta de dentro de seu bolso, ignorando as grades e arames que cobriam seu tórax de uma maneira grotesca e estranha.

Ela leu e disse:

- Aqui está escrito que "Se Adão e Eva saírem de suas celas causando problemas de ordem grave, a ordem é a execução."!

- Isso quer dizer que o Adão sou eu e a Eva é você? – Questionei assustado

- Acho que sim... Só não entendo o que quer dizer, nem o porquê de sermos nós... – Respondei Anne, parecendo que tinha conhecimento de mais alguma coisa. Percebendo isso, logo especulei:

-Não sei Anne... Na verdade estou bem assustado com tudo isso, mas sei que você provavelmente chegou aqui bem antes de mim e deve saber de muito mais do que procura demonstrar. Por favor, estamos juntos nessa... Fomos sequestrados e temos que sair daqui urgentemente.

- Olha, Thomas... Eu sei de algumas coisas, vou te falar tudo. Mas agora temos que dar o fora daqui o mais rápido possível. Com certeza virão mais Sclavens. – Respondeu Anne, com calma e seriedade. Repliquei rapidamente:

- Certo. Boa opção!

...

A porta que levava até a saída era grande e muito reforçada com tábuas e pregos, provavelmente para que nós não saíssemos o que nos lavou a acreditar que eles já sabiam que iríamos escapar.

Anne aplicou alguns tiros com sua arma contra a porta, até que sua arma descarregou. Um fragmento da minha memória me levou até a infância, quando os meninos costumavam juntar materiais e formar bombas e fogos de artifício para jogar dentro do banheiro das meninas.

Olhei rapidamente em volta e vi alguns artifícios que poderiam ser usados para a criação dos explosivos. Pedi um pouco de confiança para Anne e formei exatas quatro bombas.

Montamos as bombas em lugares estratégicos na porta e disparei um tiro que fez a explosão acontecer. Olhei primeiro e notei que um grande buraco tinha sido feito naquele lugar. Corremos incansavelmente para fora da sala da cela.

Anne suspirou, agradecendo-me de imediato. Infelizmente, antes que pudesse explicar alguma coisa, notamos uma multidão de Sclavens vindo em nossa direção. Como estava ao entardecer, alguns traziam consigo lanternas e luminárias, outros algumas armas de fogo e tranquilizantes.

Antes que pudessem nos ver, puxei Anne para dentro da floresta. Corremos incansavelmente. Cada passo nos afastava mais da multidão de sequestradores, por isso nos apressávamos mais e mais.

Estávamos indo muito bem. Notei um relevo diferente logo à frente, mas já era tarde demais. O chão sumiu e caímos em um rio localizado a sete metros do chão.

Levantei-me rapidamente da água, estava tonto por causa da queda. Procurei Anne por toda parte e não consegui achá-la.

ILHADOSUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum