chapter ten - só quero que você se lembre de mim

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"Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco. Se perdeu a honra, perdeu muito. Se perdeu a coragem, perdeu tudo. " — Vincent Van Gogh.

Harry caminha até seu carro com passos vacilantes e apressados, ele limpa as lágrimas com as costas das mãos, para que consiga enxergar o caminho à sua frente e tateia os bolsos em busca de suas chaves.

Louis grita para que Harry pare muito antes deste chegar ao carro, por um segundo ele congela, a vontade de estragar tudo o sufoca e dar um passo adiante parece a coisa mais difícil que Harry já fez. Não é surpresa que Louis o alcance, ele sempre correu mais rápido afinal de contas.

— Meu Deus, Harry, espere, merda — diz ele com a voz ofegante, segurando o braço de Harry e puxando-o para que se vire —, você pode me dizer o que diabos acabou de acontecer?

O amor de sua vida sustenta aquele olhar irritado e entediado, as sobrancelhas arqueadas, pronto para brigar. Harry o conhece tão bem que sabe que Louis vem evitando gritar com alguém por algum tempo. Ele sabe que tem algo errado e Harry não sabe por quanto tempo mais conseguirá mentir.

Ele nega com a cabeça e Louis solta seu braço bruscamente. Ainda é muito cedo para destruir tudo que Louis pensou ser seu mundo.

— Ótimo — murmura ele secamente —, esta é apenas mais uma das muitas coisas que eu não sei, certo? Que mal tem? Louis já está todo fodido da cabeça mesmo — continua ele cruzando os braços e desafiando alguém a dizer o contrário.

— Lou, eu... — começa Harry recuando um passo.

A mãe de Louis aparece na porta e o restante dos convidados se amontoam ao redor dela. É claro que ela não quer dar privacidade a eles, a partir de agora, ela vai fazer com que Louis não veja mais Harry, ele sabe disso apenas olhando para a linguagem corporal dela, cabeça erguida, braço direito sob o esquerdo, corpo ereto.

Louis continua ali, braços cruzados e olhos denunciando que ele quer chorar. Céus, como eles acabaram naquela situação?

— Louis — começa Harry segurando seus ombros —, existe uma quantidade absurda de coisas que eu me seguro para não dizer e fazer quando estou ao seu lado — continua ele ignorando totalmente a plateia —, não é porque eu não quero — ele solta um longo suspiro e fecha os olhos —, apenas não posso — finaliza ele encontrando os olhos azuis de Louis novamente.

Harry sente uma lágrima escorrer e sabe que os olhos de Louis estão acompanhando o trajeto dela.

— Você se lembrará das coisas, sobre você mesmo, sobre a banda e sobre mim, mas, até lá, eu apenas posso assistir e sentir meu coração ser pisoteado.

— O que você quer dizer com isso?

Será que ele desconfia?

— Eu amo você, Louis, sou muitas coisas suas, principalmente seu melhor amigo, mas não me peça para apoiar o seu noivado — diz ele fugindo totalmente do assunto, porque não há nenhuma resposta honesta para a pergunta que possa ser dita em voz alta.

— Por quê? — Questiona ele desviando do toque de Harry — todos os dias eu repenso sobre tudo que me dizem umas cinquenta vezes, desconfio de todo mundo e tudo que estou pedindo é um motivo para confiar em você, de todas as pessoas que eu conheço, Harry, estou pedindo a você — Harry nega com a cabeça.

Ele gosta quando Louis diz seu nome, mas ele gosta de ser chamado de Harold também. E amor. E querido. E qualquer outra coisa que Louis use para chamar ele e apenas ele.

— Não há nenhum — diz Harry engolindo em seco —, você não me conhece, afinal de contas — continua Harry andando de costas até o seu carro —, eu preciso de um tempo e aposto que você também.

Remember MeWhere stories live. Discover now