chapter eleven - algo para ajudá-lo a se lembrar de mim

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"Muitas vezes penso que a noite está mais viva e mais rica em cores do que o dia" — Vincent Van Gogh.

Louis acorda com o barulho de algo caindo em sua sacada, parece um saco de batatas despencando do céu. Por um momento ele fica estático, seu coração congela e depois volta a bater com mais intensidade e é quando ele ouve:

Merda — sendo murmurado baixinho por uma voz que Louis é acostumado a ouvir.

Ele se espreguiça e espera. O relógio se aproxima das três da manhã e um vento quente entra no quarto quando as portas são empurradas.

— Boa noite, Harry — sussurra Louis coçando os olhos e ligando o abajur.

Não era sua intenção assusta-lo dessa forma, mas foi divertido ver os olhos verdes se arregalando e a alma de Harry praticamente deixando o corpo.

— Você tem um fetiche por invadir propriedades privadas? — Diz Louis em um tom divertido e arqueando as sobrancelhas pra ele.

De alguma forma, todo o ressentimento parece desaparecer quando Louis encara o garoto vestido de jeans pretos e camisa branca.

Têm sido vários dias desde a briga, Louis sabe que deveria ter ido pedir desculpas, a conversa com Niall sempre voltando em sua mente, mas algo sempre o segura de volta, o medo de Harry ainda estar chateado e de se arrepender de ceder tão facilmente.

As coisas estão estranhas entre Louis e... bem, qualquer um. Sua mãe se mantém distante com os prepararia do casamento; Megan viajou para a Inglaterra; Lottie continua abrindo a boca, mas não dizendo nada e os meninos sumiram.

Mas Harry está ali, com a mão no coração e folhas no cabelo, meio perdido em relação ao que fazer em seguida.

— Oi — diz ele por fim, colocando as mãos atrás do corpo e dando uma olha ao redor, ele torce o nariz para as coisas jogadas no chão e Louis jura que ele está pronto para guardar cada coisa em seu lugar.

— Oi — responde Louis —, achei que a coisa de espião estava vetada.

Harry ri, ele parece aliviado quando caminha até a cama e se joga nela, como se fosse a sua própria. O colchão é grande o suficiente para eles não se tocaram, mas pequeno o bastante para Louis sentir o cheiro de Harry.

— Achei que se aparecesse na porta seria barrado — murmura Harry de olhos fechados, pronto para dormir naquela minuto —, de qual forma — diz ele abrindo os olhos preguiçosamente e encarando Louis —, me desculpe.

— Tudo bem — responde Louis desviando o olhar.

— Eu sei que não está — rebate Harry —, e tudo bem, vamos lidar com isso. Um passo de cada vez, até você lembrar o suficiente.

É gentil o modo como ele diz "o suficiente" e não tudo, como se não houvesse problema Louis não lembrar de certas coisas nunca mais, mesmo que ambos saibam que aquilo não é verdade, mesmo que o motivo não importe.

— Vou levar você a um lugar hoje — diz Harry se levantando e caminhando ao redor do quarto —, sei que está tarde, mas aluguei o lugar por essa madrugada, além disso — Harry se abaixa e joga uma calça jeans para Louis, acertando-o no rosto —, tenho algo para você — diz ignorando o resmungo de dor de Louis.

— O que é?

Louis se levanta e estala o pescoço, Harry estremece ao som e Louis sorri divertido.

— Algo para ajudá-lo a se lembrar de mim — responde Harry andando até o closet.

— E quanto lembrar das outras pessoa? — Pergunta Louis curioso e com um sorriso no rosto, tirando suas calças de moletom.

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