Dúvida

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Dúvida
substantivo feminino.

hesitação; falta de certeza sobre algo.

- MB, eu acho que ouvi a Lica dizer que me ama. - Samantha diz ainda meio atônita.

- Que? Quando? - O loiro diz olhando para ela enquanto o carro estava parado em um sinal vermelho.

- Hoje. Eu não sei se foi isso mesmo, mas foi o que pareceu.

- Uau. Bom, se foi realmente isso que ela disse, é totalmente novo para mim. - Samantha olhou para o garoto.

- Ela nunca disse que te amava? - MB acena negativamente com a cabeça.

- Não, só quando viramos amigos, depois que terminamos.

- Você sabe se ela já disse isso para o Felipe? - MB ri.

- Ele tem tantas chances de ouvir um "eu te amo" da Lica quanto o senhor que vende jornais na esquina do prédio dela. O que você vai fazer? Vai perguntar, pra ter certeza?

- Eu não sei.

- É recíproco? O amor, digo. - MB pergunta sem tirar os olhos da pista.

- Eu acho que é.

- Bom, eu acho que você deveria contar para ela quando tiver plena certeza de que é recíproco. Não tenta esconder isso. Amar pode ser doloroso.

- Obrigada pelo incentivo. - Samantha diz se referindo a última frase do rapaz.

- Me deixa terminar, cacete. Amar pode ser doloros, mas vendo como vocês duas são, será maravilhoso. Porque o amor de vocês é livre, Samantha. É genuíno. E não tem nada melhor do que esse tipo de amor.

- Talvez você tenha razão. Obrigada, Michel. - A garota diz e os dois sorriem um para o outro.

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- Você tá melhor, Lica?

- Leide, quando você sabe que ama alguém? - A garota de cabelos escuros pergunta assim que a mulher se senta na cama.

- Amor não é um sentimento que se possa fazer uma lista de sintomas, entende? Acho que você simplesmente sabe, sente isso.

- Eu... Amo a Samantha. - Leide sorri e passa a mão pelos cabelos da garota.

- Eu sei, querida.

- Eu tô com medo, Leide.

- Eu sei disso também. Amar é assustador, Lica. Mas você é a garota mais corajosa que eu já conheci, não vai ser um medinho bobo que vai te impedir de sentir isso tudo pela Samantha.

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- Cheguei. - Samantha diz colocando a mochila perto da porta e indo até a cozinha. - Olá, senhoras. - A morena diz dando um beijo na bochecha de cada uma de suas mães.

- Não me chame de senhora, me faz sentir velha. -  Clara diz.

- Mas não é? - Samantha pergunta e recebe um tapa leve no braço como resposta. - Ai.

- Drama. - Marina diz rindo.

- Vai almoçar com a gente? - Clara pergunta.

- Não, eu...

- Vou ficar com a Lica, blábláblá. - Marina diz fazendo uma voz infantil.

- Eu não falo assim. - Samantha diz.

- Você que pensa. Aliás, quando vamos conhecer a Lica? Quero conhecer a garota que fez a minha filhinha mudar tanto. - Clara comenta.

- Um dia. Mãe? - As duas mulheres olham para a garota. - Marina. - As três riem. - Eu posso falar com você?

- Claro. O que foi?

- Em particular.

Amor. - Marina diz e Clara prontamente toma o seu lugar diante do fogão.

- Ah, pronto. Além de vocês duas ficarem de segredinho eu preciso cuidar disso aqui sozinha. - Clara diz.

- Vai ser rápido, eu devolvo ela pra você em alguns minutos. - Samantha diz e puxa a mãe para fora da cozinha.

- O que foi? - A mulher pergunta assim que as duas chegam no quarto da garota.

- Quando você percebeu que amava a mamãe? - Marina sorriu.

- Sabe que eu não sei? Aconteceu, e quando eu vi, já amava ela. - Marina diz.

- E como você sabia que era amor mesmo?

- Quando chega a hora você simplesmente sabe.

Speak Now - LimanthaWhere stories live. Discover now