EPÍLOGO - A RAPOSA EM MEIO AS FLORES

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          Hoje está completando exatamente cinco anos desde o ocorrido. Cinco anos da morte de Viollet. Os garotos finalmente aprenderam a caçar e estamos saindo para conseguir um pouco de carne.

- Ei, Lucca, será que vamos conseguir um veado? - Perguntou Perry.

- Espero que sim, e um bem grande, para durar um bom tempo. - Respondo sorrindo.

- Lucca, hoje está fazendo cinco anos, né? - Pergunta Kevin com certo receio. - Você não sente falta dela? Como consegue manter o sorriso no rosto mesmo no aniversário de morte daquela que amou?

- Ela não gostaria de me ver triste, então mantenho o sorriso para que, onde quer que ela esteja, possa estar feliz também.

- Entendo...

- Bom, vamos logo entes que fique muito tarde! Andem, andem. Como vocês são lentos! - Digo dando uma risadinha.

- Nós não somos lentos, você que é muito rápido! - Respondeu Perry também rindo.

         No meio do caminho, avisto no céu claro, um grande pássaro negro. Espere. Pássaro negro? Dante! - Pensei. - É como se ele me chamasse. Como se quisesse que eu o seguisse. Logo saí correndo, seguindo o pássaro e deixando dois garotos confusos atrás de mim.

- Lucca! Aonde você está indo? - Gritou Kevin.

- Volto logo! Me encontro com vocês depois! - Gritei de volta.

          Quando me dei conta, estava chegando à Clareira das Flores. Por que Dante estaria me levando até ali? - Perguntei-me. Quando chegamos lá, ele se transformou e ficou parado em um canto afastado da clareira, sem dizer uma única palavra.

          Levei um susto quando percebi um movimento entre as flores e uma pequena raposa de pelo brilhante surgir, se aproximando de mim. Quando ela chegou perto o suficiente, deixou que eu passasse a mão em sua cabeça e assim pegá-la no colo. É como se essa raposa já me conhecesse. - Com esse pensamento olhei para Dante com uma expressão de surpresa e o mesmo apenas balançou a cabeça positivamente desaparecendo em pleno ar novamente.

- Viollet? - Perguntei à pequena raposa que me deu uma lambida na bochecha, limpando a lágrima que eu nem havia percebido que escorrera. - É você mesmo, Viollet?

          Então comecei a chorar, pois naquele momento pude jurar que a raposa fez que sim com a cabeça. É Viollet! Ela reencarnou! Está aqui comigo novamente!

- Viollet! Minha Viollet! Você reencarnou! - Não pude segurar as lagrimas de felicidade.

          Com a raposa, quero dizer, Viollet ainda em meus braços voltei para junto dos meninos, sem esconder um sorriso enorme de felicidade, pois Viollet havia reencarnado e agora poderia permanecer junto a mim, para sempre. Mas o que eu não sabia é que ela havia escolhido reencarnar na forma de raposa para me proteger e para me manter sempre seguro, que ela sempre esteve olhando por mim, e agora, como raposa, poderia continuar fazendo isso, mais de perto dessa vez, em uma doce primavera - igual aquele em que nos conhecemos à cinco anos - e pra todo o sempre, até a Morte resolver vir nos visitar novamente.

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Doce PrimaveraWhere stories live. Discover now