O caipira

Capítulo 6

Pov Alice

Eu acho que nunca passei por algo tão desesperador quanto hoje.

O caipira me fez  ajudá-lo a escovar e cuidar dos cavalos, e eu morro de medo. Eles não vão com a minha cara.

Estava escovando o último cavalo morrendo de medo. Ele estava muito agitado.

Eu não estava mais aguentando receber ordens do Miguel. Ele estava se divertindo com o meu desespero e com a minha falta de jeito para essas coisas.

- Ele não vai fazer nada. Da pra parar de frescura e fazer isso direito? - Perguntou Miguel.

- Quer saber? Cansei disso, cansei de você. Eu não faço mais nada. Se vira.- Disse irritada e saio de lá rapidamente. Ele me segue.

- Não se pode largar o trabalho antes de terminar suas tarefas do dia. - Disse ele.

- Eu não ligo. Você não pode me obrigar. E muito menos a Lili. Ou o meu tio.- Disse.

- Começar com o cavalos não foi uma boa. Eu sei onde você  pode me ajudar por enquanto sem dar nenhum piti. -  Disse ele.

- Quem você acha que é? Você não pode me dar ordens. Você trabalha para a minha família. -  Disse.

- Eu trabalho para sua mãe e seu tio, não para você. E tenho ordens de fazer você trabalhar. De um jeito ou de outro. -  Disse ele.

- Ata. Quero ver você me obrigar. -  Disse e para a minha surpresa ele me pegou me jogando nas suas costas como se eu fosse um  saco de  batata.

- Me põe no chão seu caipira idiota!  Eu vou fazer a Lili te demitir por isso!- Disse batendo em suas costas mas não parecia nem fazer cosquinha nele.

- Para de dar chilique patricinha. -  Disse ele e eu bufei irritada, esperei ele me por no chão.

Ele só me colocou no chão quando chegamos perto de onde ficam as vacas.

-  Nunca mais faça isso. Seu brutamontes. - Disse.

- Acho que você não terá problemas com as vacas. -  Disse ele.

- Como é que é? - Perguntei.

- Eu acredito que tenha capacidade de tirar leite da vaca. - Disse ele.

-  Nunca. Eu não vou botar minha mãos nelas. - Disse.

- Prefere ir para o chiqueiro. Eu estou tentando ser bonzinho e paciente. Mas não sou pago para ser babá de menina mimada. - Disse ele.

-  Mimada é a sua mãe. Pelo jeito ela não soube te educar direito -  Disse irritada e logo me arrependi.

-  Nunca mais ouse falar algo sobre a minha mãe. -  Disse ele nervoso apertando o meu braço.

- Miguel! Me solta!  Está me machucando! - Disse com medo.

- Estamos entendidos? -  Perguntou ele ainda apertando o meu braço fazendo que eu gema de dor.

- Estamos. Agora me solta por favor. -  Disse e ele soltou o meu braço com força.

-  Agora vá tirar o leite da vaca. Tem tudo o que precisa aí. -  Disse ele.

-  Eu não sei fazer isso. - Disse.

- Mesmo para uma  menina fútil que nem você acho que já deve ter visto alguém fazer isso. Não é difícil. Se tentar irá conseguir. Tire todo leite que conseguir daquela vaca. -  Disse ele e se afastou.

-  Idiota! - Disse e olhei para o meu braço. Com certeza vai ficar roxo.

Peguei um balde e me aproximei da vaca com cuidado. Peguei também um banquinho que tinha ali e me sentei.