Capítulo 21

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Pov Alice

Depois de receber o apoio de Miguel, Lili e Camilla eles se afastam e vão para algum lugar.  

Vejo o meu pai se aproximando com os pais da Lydia. Controlo as minhas lágrimas ao ver a mãe dela se aproximar, elas são tão parecidas.

- Minha filha. Esses são os pais da Lydia, Doutor Liam e a dona Sarah. - Disse meu pai.

- É um prazer finalmente conhecer você, só queria que fosse em outras  circunstâncias. - Disse Sarah.

- É um prazer conhecer os senhores. - Disse.

- O prazer é nosso. Como você está querida? Percebi que não quis entrar para a cerimônia. - Disse Liam.

- Eu só não queria ver ela no caixão. - Disse.

- Eu entendo minha querida. Ela falava muito de você. Ela te amava como uma filha. - Disse Sarah.

- E eu a amava como se ela fosse a minha mãe, e ela era. - Disse e limpei algumas lágrimas que caíram.

- Depois eu preciso te entregar uma coisa que ela queria muito  lhe dar. - Disse Sarah me puxando para um abraço.

- A gente precisa ir. Já estão levando o caixão. - Disse Liam.

- Vão indo. Eu vou depois. - Disse e os dois saíram andando na frente.

- Você está bem minha filha? - Perguntou meu pai.

- Poderia estar pior. A Lili, Camilla e Miguel estão aí. Eles devem estar lá para frente. - Disse.

- Eu vou falar com eles. Vamos que eles já estão andando até o túmulo. - Disse ele.

- Pode ir na frente. Eu prefiro ficar aqui atrás. - Disse.

- Tudo bem. Só não sai dos arredores.- Disse ele e saiu andando na frente.

Suspiro ao ver a movimentação de pessoas caminhando atrás de um caixão, eu não consigo acreditar que a Lydia está nele.

Vejo o Miguel saindo de perto das pessoas e caminhando em minha direção.

- Você não vem? - Perguntou ele.

- Eu prefiro ficar aqui e esperar terminar. Não quero ver isso, e muito menos ver pessoas que nem amavam ela fingindo que se importa com a morte dela. - Disse.

- Tudo bem. Eu espero aqui com você e quando todos saírem e vou com você até o túmulo. - Disse ele.

- Obrigada. Eu sei que é uma atitude egoísta  demais não querer participar das cerimônias. - Disse. 

- Não é egoísta. Cada um lida com a dor e  o luto de um jeito. - Disse ele.

Ficamos um bom tempo em silêncio vendo as pessoas se afastarem. Eu vou até o banco que eu estava antes e me sento, Miguel vem atrás.

- Você quer conversar? - Perguntou ele.

- Não tem o que conversa. - Disse.

- Tudo bem. - Disse ele e começou a fitar a capela.

- Eu só queria saber o motivo de você ter feito tudo isso. - Disse.

- O que exatamente é tudo isso? - Perguntou ele me olhando.

- Ter vindo até aqui só por minha causa. Por que todos vocês fazem essas coisas ? Eu não mereço, eu não os trato bem. - Disse sentindo as lágrimas se formarem nos meus olhos.

-  A gente faz tudo isso porque nós te amamos Alice. Você deveria perceber o quanto a sua mãe te ama, você deveria a perdoar porque tudo o que ela faz e já fez é porque te ama. Todos eles te amam, e assim que você perceber isso vai deixar todo esse ressentimento para trás e vai amadurecer. - Disse ele e a princípio não consigo reagir.

Deixo as lágrimas cairem sem me importar e sinto uma dor enorme no peito.

- Eu quero ficar sozinha. - Disse me levantando e dou as costas para ele.

- O que? Você realmente escutou tudo o que eu te disse? Eu não quis te magoar. - Disse ele se colocando na minha frente.

- É claro que eu escutei você me chamando de criança. Você acha que eu não perdoo a minha mãe por imaturidade. Você não faz ideia do que eu passei para me falar uma coisa dessas. - Disse chorando.

- Você está agindo como uma criança agora. Eu não falei isso, você me  interpretou mal. - Disse ele.

- Você é um idiota. - Disse passando por ele com raiva.

- Você só escuta o que quer né? - Perguntou ele voltando a se colocar na minha frente.

- Do que você está falando? - Perguntei.

- Eu acabei de falar que te amo e você nem escutou. Você só interpretou mal uma coisa que eu falei. Eu não te chamei de imatura, eu só quis dizer que  perdoar a sua mãe irá lhe fazer bem.  - Disse ele irritado. 

- O que? Você me ama? - Perguntei assustada.

- Eu estou completamente apaixonado por você e já estou mais velho e  cansado  de  ficar negando esse sentimento. Você virou a minha vida de cabeça para baixo desde que apareceu lá na fazenda, e eu só penso em você todos os dias, mesmo sabendo que é errado por você ser menor de idade e eu já ter 26 anos... - Disse ele e eu o interrompo selando os nossos lábios.

Ele aprofunda o beijo me puxando mais para perto de si.

- Alice? - Escuto Melissa me chamar e me afasto do Miguel assustada.

Olho totalmente atordoada para a Melissa e o Steve que estava atrás dela.

- O que vocês estão fazendo aqui? - Perguntou Miguel completamente irritado.

- Viemos prestar nossos sentimentos a Alice, mas parece que ela está otima. - Disse Melissa e não consigo controlar a minha raiva.

- Eu não acredito que você teve a cara de pau de vir aqui. - Disse e me joguei para frente e desferi um tapa na cara da Melissa.

- Você está maluca? - Perguntou ela com a mão no rosto.

- Você ainda não me viu maluca. - Disse e lhe deu outro tapa derrubando ela no chão.

Ela gritava desesperada tentando proteger o rosto  e isso só me fazia ter mais raiva.

Sinto alguém me puxando de cima dela.

- Me solta! - Gritei tentando me soltar.

- Você precisa se acalmar. - Disse Miguel me apertando mais.

- Isso não vai ficar assim! Sua vadia! - Disse Melissa se levantando com a ajuda do Steve.

- Como você pode me trair ?! Nós éramos melhores amigas! - Disse.

- Eu nunca fui a sua melhor amiga. Você só era uma menina idiota que eu usava para ter o que eu queria. Você sempre foi muito burra.  - Disse ela rindo.

- Eu vou acabar com você! - Disse tentando me soltar.

- Eu ainda vou devolver esses tapas. Vamos Steve.  -  Disse ela e os dois saíram.

- Eu não acredito que eles vieram aqui. - Disse e o Miguel me puxou para um abraço,  vou me acalmando ao escutar o coração dele.


Oii gente. Espero que gostem do capítulo.

Votem e comentem.

Bjos

O caipira Where stories live. Discover now