É estranho, inocente, burro. O jeito como acreditamos cegamente nas pessoas, a ponto de acharmos que elas nunca irão nos magoar.
Imaginem-só se até nossos pais nos enganam as vezes quem dirá os amigos que se tornam crushes.
Creio que esses sejam os piores.
Afinal nunca esperamos que nosso melhor amigo nos magoe, tão pouco com atitudes pelas quais eles sabem que você não sabe lidar muito bem.
Porque na boa, isso de ficarem comigo e depois beijar uma das najas, já está virando rotina. A questão que mais me deixou magoada, foi o Gabriel ter me falado que não planejava ficar com outra, temendo voltar pra friendzone.
Pois bem, agora vai morar aí pra sempre, Gabriel Lemos.
Disse apertando a flor que estava nas minhas mãos com uma certa força.
São treze horas, uma tediosa tarde de domingo, no qual mal tive ânimo pra sair da cama. Estou infurnada no meu quarto, assistindo série na netflix, comendo brigadeiro, enquanto brigo com todos os personagens do seriado.
Esses homens são todos uns idiotas, que vêm com palavras bonitas e as trouxonas como eu sempre acreditam. Minha meta de vida é ser aquelas mulheres-porra-louca que não se iludem por meia dúzias de palavras de um cara bonito.
Mas infelizmente sou muito trouxona pra me tornar alguém assim.
- Júlia. Você tem que sair desse quarto, ou vai acabar se tornando uma cama. - Disse minha mãe invadindo meu quarto e abrindo as cortinas.
- Ô não! - Tampei meus olhos. - A claridade está queimando os meus olhos.
- Sem drama, mocinha. Olha pra você Júlia, ainda de pijama, com o cabelo todo bagunçado, se entupindo de brigadeiro.
- Melhor look do dia, não acha?
- Não, eu não acho mocinha. - Pegou o controle da minha televisão e a desligou. - Agora você trate de se levantar, tomar um banho e descer pra comer algo. - Olhei pro brigadeiro. - Estou falando de comida, alimento Júlia. Não esse besteirol todo. - Revirei os olhos. - Te dou dois minutos pra estar embaixo daquele chuveiro Júlia Bicalho. - Olhou pro relógio em seu pulso. - Já estou contando o tempo Júlia.
- Aff. - Me levantei, peguei minha toalha e fui pro banheiro.
(...)
Tomei um banho não muito longo, vesti um short jeans e uma camiseta, ajeitei meus cabelos.
- Está melhor dona Manuela?
- Hum não sei. - Me analisou. - Talvez depois que você me contar o que aconteceu, eu mude de ideia.
- Não aconteceu nada qual eu já não imaginasse que fosse acontecer, mãe. Garotos que se interessam por uma garota, conseguem o que quer e depois pegam outras. Ciclo natural dos adolescentes cafajestes.
- Dá pra traduzir?
- Ah mãe é que o Gabriel ficou com a Jade ontem, sabe aquela dos gêmeos lá da escola.
- E você ficou mexida com isso?
- Ora mãe! O Gabriel e eu estamos, ou melhor, estavamos nos dando uns beijinhos, então deve ser normal eu estar puta com ele. Porque você sabe como sua filha é, se ilude por qualquer um "só quero você", que ouve por aí.
- Ele é um tremendo idiota em.
- Pois é, nunca pensei sentir tanta raiva do Gabriel como hoje.
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O Fruto do Pecado - Livro II
RomanceO amor de Manuela e Lucas foi louco, por vezes fraco mas sempre intenso. Esse amor rendeu frutos, e esse fruto cresceu. Júlia agora com dezessete anos, continua sendo a mesma menina meiga, doce e engraçada, porém agora está se tornando uma mulher e...