- Hey! Que surpresa você por aqui. - Sorri automaticamente ao ver o Gabs ali.
- Estava na rua quando vi seus pais chegando com você, aí como não ia fazer mais nada da vida, pensei: "por que não aproveitar e visitar a moribunda?". - Revirei os olhos.
- Não, com certeza você não pensou assim, no mínimo você pensou: "Já que estou aqui na rua de plantão, por que não ir logo visitar o amor da minha vida?".
- Que droga te deram naquele lugar Júlia? - Ele arqueou as sobrancelhas.
- A provavelmente uma de cada. - Dei de ombros. - Sério tomei tanto remédio que já me sinto uma farmácia. E para de charme, eu sei que você ama.
- Amar eu amo mais você já me deu um corte lacerador. - Deu de ombros.
- Para Gabriel! - Bati de leve no ombro dele. - A gente sempre se amou como amigo e antes isso não era problema.
Ele revirou os olhos, mudando de expressão.
- Acho melhor você pegar um carimbo e bater na minha testa: "Friendzone", porquê aparentemente eu voltei pra lá.
- Culpa sua. - Arqueei as sobrancelhas. - Ou se esqueceu que a culpa disso é sua? Que foi um trouxa comigo.
Ele enfiou o rosto nas mãos.
- Até quando vai jogar isso na minha cara?
- Até a minha morte, provavelmente. - Sorri amarelo.
- Então quer dizer que a Jujuba é rancorosa? - Assenti com a cabeça. - Rancor adoece viu. Vi isso na internet.
- A já tomei tantos remédios nos últimos dias Gabs, que um ou dois a mais não devem me matar.
- Você e sua mania de ter uma resposta pra tudo.
- É isso que toda pergunta merece Gabriel, respostas. - Por que pra mim isso é tão óbvio?
- Então me responde essa, como vamos ficar a partir de agora? - Ele olhava tão fixamente nos meus olhos, que tenho certeza que aquilo era pra me desconcertar.
- Gabriel... - Ele já desvencilhou o olhar do meu.
- Caramba Júlia! Só mais uma chance, é só isso que eu estou te pedindo. Uma chance. - Ele se sentou mais próximo de mim na cama. - Ou, eu amo você garota. - Ele tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. - Mesmo você toda lenhadinha como está agora. - Ele sorriu. Sim esse desgraçado quer me desarmar. - Só mais uma chance, você não vai de arrepender. - Ele começou a roçar a ponta do seu nariz no meu.
Um gelo já estava percorrendo minha espinha, odeio me sentir "frágil" nessas situações, suscetível a não controlar meus atos e emoções.
Mas o nosso clima foi interrompido por uma falsa crise de tosse.
- Atrapalho o casal? - Era o Vitor.
Tá brincando que o bonitinho só veio aparecer agora? Exatamente agora? É muita audácia e importunismo pra um ser só.
Eu sei que teoricamente estou de caso com o Vitor, mas o desgraçado não teve a coragem de procurar saber sobre mim e tão pouco me visitar nos últimos quinze dias e na hora que ele não precisava aparecer, ele de repente ressurgiu das cinzas.
Talvez seja um sinal divino que Gabriel e eu não devemos reiniciar nada.
É suicídio.
Em algumas semanas vamos ter que nos afastar novamente, por tempo indeterminado, e vai ser como um "luto" mais doloroso que o primeiro.
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O Fruto do Pecado - Livro II
RomanceO amor de Manuela e Lucas foi louco, por vezes fraco mas sempre intenso. Esse amor rendeu frutos, e esse fruto cresceu. Júlia agora com dezessete anos, continua sendo a mesma menina meiga, doce e engraçada, porém agora está se tornando uma mulher e...