Capítulo 70: Marcone Pedrozza.

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Não sei se pela companhia ou pelo cansaço físico-mental, dormi como uma pedra na noite anterior, e com isso acordei mais disposta naquela manhã.

Me levantei antes do Gabriel sequer cogitar acordar e fui tomar um banho e tentar salvar meu cabelo que dormiu molhado.

- É da pro gasto. - Disse me olhando no espelho, terminando de me ajeitar. Quando voltei pro meu quarto o Gabs ainda dormia como uma pedra.

- Gabriel. - Cutuquei ele uma, duas, três vezes e nada do homem acordar. - Eu tentei. - Com um certo esforço eu empurrei ele da minha cama.

- O que foi? O que foi? Aí Júlia! - Ele acordou assustado e eu apenas me contive pra não dar uma crise de risos.

- Bom dia gatinho. Vai tomar um banho ou vamos chegar atrasados na empresa.

- Isso não teve nenhuma graça Júlia.

- Ah teve sim, mas não vamos discutir isso agora né? Toma! - Joguei uma toalha nele. - Vou preparar um café pra gente. - Ele se levantou do chão, pegando a toalha e veio até mim.

- Você está melhor? - Pousou sua mão na minha cintura, e tirou meu cabelo do rosto.

- Já estive melhor, mas estou bem. - Lhe dei um beijo rápido. - Anda Gabriel! Banho, anda.

- Já vou mãe, já vou. - Ele foi saindo e trombou com o Guilherme.

- E aí? Dormindo juntos, ele estava no almoço de família, o que está rolando entre vocês em?

- Uns pegas semi compromissado.

- Isso existe?

- Não sei. - Dei de ombros.

- Mas no seu serviço...

- Se alguém descobrir a culpa é do Gabriel, ele é zero discreto. - Dei de ombros.

- Vocês não vão conseguir esconder isso pra sempre. Você sabe né?

- Sei, mas até precisarmos contar pra alguém eu já decidi o que fazer. Café?

- Eu já fiz senhora cafeína.

- Ando mais dependente dela do que deveria, confesso. - Sorri indo até a cozinha procurando algo pra comer. - Precisamos fazer compra. Urgente. - Havia um total de zero coisas pra comer naquele apartamento. - Tentarei lembrar de fazer isso hoje.

- Acho bom, até porque o café também acabou. - Meu irmão sabia como não me deixar esquecer as coisas.

- Então é mais urgente que eu imaginava. - Nisso o Gabriel veio em nossa direção terminando de abotoar sua camisa. - Mudança de planos. Precisamos passar em uma padaria. - Olhei no relógio em meu pulso. - Não vai dar tempo, já está em cima da hora pra chegarmos na empresa. Está pronto?

- Estou. Ela continua sendo agitada assim todas as manhãs?

- Só as que ela não acorda de mau humor. - Guilherme piscou pra mim e eu revirei os olhos. - Eu tenho que ir, manda um beijo pra Aline pra mim. - Sorriu. - Tchau gatinha! Lembra café! - Me deu um beijo no rosto, despediu do Gabs, pegou suas coisas e foi saindo.

- Anda Gabriel, vamos chegar atrasados! - Peguei minha bolsa na sala e ele foi bufando pegar sua mochila. - Você não vai querer me ver com fome e atrasada, Lemos. Então anda.

- Você é insuportável. - Ele me deu um beijo rápido e fomos saindo de casa.

O caminho até o escritório é tão curto que mal tivemos tempo de conversar, o que foi ótimo. Afinal nossos assuntos terminariam em briga e a última coisa que eu queria essa manhã era brigar.

O Fruto do Pecado - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora