The perfect article (Peter Parker)

O que você está fazendo aqui?

 Assim que o taxista partiu com o carro, me virei na direção que Peter tinha saído. Porém não vi ele em nenhum lugar. Comecei a andar procurando-o, mas ele simplesmente desapareceu. Depois de uns minutos procurando decidi ligar para ele, já que ele poderia ter cortado caminho ou entrado em alguma lanchonete. Porém assim que eu disquei seu número, outro barulho alto foi emitido do galpão.

Desliguei o celular e comecei a andar até lá. Algo sério poderia estar acontecendo e eu poderia ligar para polícia ou algo do tipo. Atravessei a rua e entrei no local. Estava meio escuro, com pouca iluminação e aquele barulho estranho continuava a tocar. Conforme eu me aproximava, o barulho ficava mais alto, incomodando um pouco meu ouvido.

-Desliga essa droga agora! – ouvi alguém gritar, a voz de um homem.

Percebi que aquilo não poderia ser muito bom para mim, então me agachei e me aproximei devagar. Assim que cheguei mais perto das pessoas, me escondi atrás de umas caixas de madeiras.

Um tempo depois o som sessou completamente. Suspirei aliviada, já que era um barulho muito chato.

-Precisamos terminar esse trabalho o quanto antes – o mesmo cara voltou a gritar – O chefe nos mandou fazer isso até sábado!

-Estamos indo o mais rápido que podemos – outro cara respondeu.

Não faria muito sentido eu permanecer naquele lugar. Eu poderia estar correndo um risco. Porém assim que eu me levantei para sair, o homem voltou a dizer:

-Temos que derrotar o homem aranha se quisermos nosso dinheiro.

Parei da mesma hora. Eles estavam falando do meu herói. Aquilo realmente me interessava. Peguei meu celular e comecei a gravar a conversa deles. Nunca se sabe o que eu poderia ganhar com aquilo.

-Estou quase terminando de consertar essa máquina estupida – outro cara disse – Mais um dia e ela será perfeita para imobilizar o garoto.

-E eu estou quase descobrindo a identidade dele.

Senti meu coração bater mais rápido. Eu provavelmente estava no mesmo local de bandidos que tinham uma arma suficiente para matar um super-herói. Imagino o que eles poderiam fazer comigo.

Respirei fundo e comecei a pensar em um plano: sairia de fininho, tiraria uma foto do local e daria um jeito de entregar ao aranha. Ele saberia o que fazer.

Mas antes que eu pudesse fazer aquilo, ouvi um barulho vindo de cima de mim. Levantei a cabeça e sorri com o que eu via.

Ali, no teto, de ponta cabeça, estava homem aranha. É obvio que ele estaria lá.

Ele parecia estar tão atento aos homens que não reparou que eu estava lá.

-Fui atrás de uma garotinha de uma escola – um dos homens voltou a falar – Ela está escrevendo a respeito dele.

Algumas risadas foram emitidas por eles.

-Se envolvendo com uma pirralha?

-Ela vai descobrir a identidade dele para mim idiotas! Ameacei ela e tudo.

-O trabalho é seu! Não de uma pirralha!

-Uma pirralha que já conversou mais de uma vez com o garoto!

Gelei assim que percebi que estavam falando de mim. Era muita coincidência.

-Tanto faz. Só consiga o que eu pedi!

Olhei para cima mais uma vez. Só que dessa vez, homem aranha não estava mais lá. Desviei o olhar para os homens, com cuidado, e percebi que o herói estava agora no meio dos caras.