The perfect article (Peter Parker)

Quer testar?

  

 No final do dia fui direto para minha casa. O dia tinha sido muito cansativo e confuso. Eu e Ned terminamos de escrever a matéria para o jornal e agora a única coisa que restava era editar e mandar para a impressão, o que demoraria um tempo. A ideia era publicar aquilo antes do baile, para que Brandon não conseguisse "ganhar" como rei do baile. Ele não merecia mesmo.

Abri a porta de casa e percebi que minha mãe não estava. Ela sempre trabalha muito e, às vezes, durante a noite também. Vida de enfermeira. Suspirei e fui até a cozinha pegar um copo de suco.

Porém assim que abri a geladeira, ouvi um barulho vindo de outro cômodo. Eu tinha certeza que não era minha mãe, pois ela deixava todas as luzes da casa acesa. Lembrei na hora do cara que me ameaçou. Por mais que Peter, ou melhor, Homem aranha, tinha prendido ele, eu não sabia quem mais podia estar ao lado daquele cara.

Peguei a primeira coisa que vi na frente e apontei para frente, caso eu tivesse que usar como arma. Peguei meu celular também, para tentar ligar para alguém se precisasse.

Comecei a andar devagar até o barulho que vinha do meu quarto. Meu coração pulsava em meu ouvido, mas eu não podia ter medo. Não de novo.

Assim que abri a porta, meu quarto estava escuro. Acendi a luz a vi que não tinha ninguém la dentro. O barulho continuava e eu percebi que vinha da janela.

"Deve ser só o vento", eu pensei.

Me virei para a janela e percebi que tinha uma pessoa nela. Ou melhor, Peter estava na minha janela, batendo nela como se fosse uma porta, pedindo permissão para entrar.

Abri a boca um tanto indignada. Eu quase morri de medo por conta disso?

Sem nem pensar duas vezes, abri a janela, dando de cara com ele. Mas depois me arrependi, já que tinha esquecido que estávamos brigados.

-Oi Lily – ele disse sorrindo meio tímido.

Percebi que ele vestia seu uniforme de homem aranha. Aquilo era tão estranho.

-O que está fazendo aqui? – eu perguntei um tanto grossa.

-Queria te visitar.

-Por que não usou a porta?

-Por conta da sua mãe me ver assim.

-Ela não está.

-Posso entrar mesmo assim? – ele perguntou e eu demorei um pouco para responder.

Uma parte de mim não queria conversar com ele. Mas era o certo. Eu não poderia ficar fugindo daquilo para sempre.

Me afastei da janela, dando passagem para ele. Observei Peter se debruçar e se jogar para dentro do quarto.

-O que está fazendo com uma panela na mão? – ele perguntou apontando para minha mão.

Olhei para o objeto. Era a primeira coisa que eu peguei para poder me defender.

-Eu não sabia de onde vinha o barulho – eu disse tentando evitar ficar vermelha de vergonha. – Pensei que era alguém ruim.

-Você iria bater na pessoa com uma panela? – ele perguntou e eu percebi que ele estava tentando segurar a risada.

-Qual o problema? Eu não tenho poderes que nem você.

-Lily, uma panela não machuca – ele disse, dessa vez já rindo um pouco.

-Quer testar? – eu perguntei levantando a panela.

Peter se calou na mesma hora. Sorri com aquilo.