Capítulo 3

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Said all I need
Is the air I breathe
And a place to rest
My head

OneRepublic - Say (All I Need)

Ando de cabeça baixa, desvio das pessoas para não esbarrar nelas. Estou indo para casa, saí faculdade no meio da aula por que não aguentava mais tanto falatório, uma cacofonia que estava me dando nos nervos. Estou na portaria do meu apartamento quando levo um esbarrão que me faz cair de bunda no chão, como sou uma mocinha solto um "puta que me pariu" e quem me "derrubou" abaixa e pergunta se eu estou bem, levanto os olhos por que ouvir a voz dele -e que voz- me chamou a atenção.

-Garota, acho que você não deveria andar de cabeça baixa e fone de ouvido, porra! - quero matá-lo.

-Foda-se, acho que você também não é cego, sou baixa, não invisível.

-Tanto faz, a propósito, meu nome é Benjamim - perguntei?

-Cassandra.

Ele estende a mão, juro que não quero tocá-lo, mas seria uma puta falta de educação. Pego a mão dele, balanço e solto, ele tem um sorrisinho cínico, quando o faço.

-Prazer, Cassie.

-Cassandra, pra você, Benjamin - acabou de chegar e já quer sentar na janela? Vai nessa.

-Opa, parece que temos uma atrevida aqui. Língua afiada essa sua, hein? - dou uma risadinha irônica.
Ah, baby, você ainda não viu nada.

-Legal te conhecer, adeus.

Bato continência e me afasto. Escuto ele vindo atrás de mim, finjo que não o vejo e continuo andando. Aperto o botão do 8° andar, entro com ele na minha cola, fico pensando que porra ele está fazendo. Chego no meu andar e ele também sai, quando estou prestes a perguntar por que ele está me seguindo ouço o barulho de chaves, parei pra ver por que eu não estava acreditando que esse babaca mora no apartamento ao lado.

- Que porra é essa?- quando percebo, falei em alto e bom som. Queria apenas pensar, não foi dessa vez.

- Feliz em saber que vamos ser vizinhos, docinho?- quem te deu essa ousadia,
cara?

- Sinto muito, estou sentindo muitas coisas, felicidade não é uma delas -ele se aproxima e me prende entre seu corpo e a porta de casa.

-Poderemos ser bons amigos, eu posso aparecer na porta da sua casa de toalha e te pedir uma xícara de açúcar. O que acha, baby?- me afastei e dei uma bela conferida nele, virei de costas e abri a
porta.

- Tem outra vizinha ao lado do seu apartamento, ela com certeza tem um estoque de açúcar pra te emprestar.
Fique à vontade. Passar bem.

Bato a porta na cara dele.

L O S TWhere stories live. Discover now