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ADDISON MONTGOMERY POV'S

Abro os olhos lentamente e gemo de dor quando sinto uma pontada em minha cabeça. Eu havia bebido a noite inteira, e como consequência, ganhara uma bela ressaca.

Levanto da cama reluntante e ando até o banheiro para tomar um bom banho.

Tinha que ir para o trabalho. Não nego que amo o que eu faço, mas o mesmo não deixa de ser estressante.

Meu corpo ainda queria a minha cama. Eu estava tão cansada. Não havia conseguido pregar o olho, por conta daqueles malditos pesadelos. Pesadelos que pareciam reais demais. Então, preferi ficar acordada, enchendo a cara com uísque.

Saio do banheiro e visto minhas roupas rapidamente. Depois de pronto, pego minhas coisas e saio do quarto.

Desço para a cozinha e encontro Lucinda, a qual limpava alguma coisa na bancada.

— Bom dia, senhora!– diz.

— Bom dia!– respondo casualmente.

Não gostava de muita intimidade com meus funcionários.

— Quero que organize meu escritório!– digo.

— Sim, senhora!– assente.

Lucinda era a governanta da casa.

Eu não tinha muitos funcionários. Afinal, eu mal ficava em casa, então Lucinda apenas cozinhava, lavava, passava e limpava.

Ela me entrega uma xícara com café, amargo e forte, do jeito que eu mais gostava. Pego meu notebook e leio alguns e-mails recebidos e as notícias de hoje.

"Alessandro Hernández faz parceria com a empresa Cooper. O empresário diz que irá trabalhar duro para conseguir reerguer a empresa."

Cerro os punhos em cima da bancada e sinto o sangue correr rapidamente por minhas veias.

Se esse desgraçado soubesse como eu o odiava com todas as minhas forças. As lembranças do que ele fez, ainda estavam vivas em mim, mesmo tendo se passado tantos anos.

Mas não que ele tenha se arrependido, pois continua o mesmo filho da puta.

Fecho os olhos e algumas lembranças vem átona.

Por favor, Alessandro! Não faça isso com a mamãe!– as lágrimas descem por meu rosto.

— Cala essa boca, bastarda!– ele esbraveja.— Sua mãe tem que aprender que eu faço o que eu quiser!

— Por favor! Pa-pare!– minha mãe tenta ainda dizer.

Sua expressão era de dor.

— Eu mando nessa porra!– Alessandro grita.— Até em você, sua idiota!– me olha.

— Você não é o meu pai!– grito.

— Isso não importa, sua filha da puta!– me dá um tapa no rosto, me fazendo cair no chão.

Me forço a esquecer momentaneamente todas essas lembranças e me dirijo a delegacia. Não demora muito para que eu estivesse estacionando em frente a mesma.

Desço do carro e logo entro na delegacia, sendo recebido por breves acenos e cumprimento dos demais funcionários.

Logo estava em minha sala. Fecho a porta e suspiro, me jogando na poltrona.

(...)

Levo a xícara de café até a minha boca, quando ouço batidas na porta.

— Entre!– murmuro.

Então ela aparece, com seus cabelos loiros presos num coque mal feito.

Franzo o cenho.

— Alguma ocorrência?– arqueio a sobrancelha, entrando em alerta.

Não que eu me importasse com ela. Mas estava louca para encontrar aquele pirralho novamente para finalmente acabar com a raça do playboyzinho.

— Na verdade não!– ela morde o lábio inferior, parecendo nervosa.— Posso?– aponta para uma poltrona.

Fico ainda observando seus dentes prenderem seus lábios convidativos.

Desperto do meu transe e assinto para que ela se sente.

— Bom...– ela pigarreia.— Eu só queria agradecer por não deixar que Luca me batesse.

Dou de ombros.

— Não fiz mais do que minha obrigação. Agora pode me dar licença? Tenho muito trabalho a ser feito.

— Me desculpe!– ela se levanta.— Novamente, muito obrigada!– olho em seus olhos verdes cintilantes e fascinantes.

Ela sorri de lado e deixa a sala, onde fica impregnado seu perfume por alguns instantes.

Não podia negar que aquela garota era dona de imã beleza estonteante. Sua pele clara, seus olhos esverdeados e seus cabelos loiros

Balanço a cabeça negativamente.

MEREDITH GREY POV'S

Eu ainda não sabia por que havia ido à delegacia agradecê-la por ter me socorrido. O fato de eu ter pensado nela a noite inteira, me fez acreditar que eu devia isso à ela

Como o esperado, ela me olhou com aqueles olhos gélidos e me tratou com indiferença.

Pensei que delegadas fossem mais simpáticas, mas bom, não é o caso dela.

— Mer, Carmen está te chamando no escritório.– George diz fazendo uma careta, me tirando dos meus devaneios.

— O que será que ela quer?

Ele dá de ombros. Tiro o avental e sigo até a sua sala.

Bato na porta e escuto um entre.

— Sente-se!– Carmen diz assim que entro.

— Deseja algo?– ela suspira.

— Olha, eu quero me escute primeiramente.– assinto e ela suspira, continuando.— Eu estou com problemas financeiros no Palace Coffe. Estou diminuindo o número de funcionários.– ela tira de uma gaveta um envelope amarelado e me entrega.— Eu sinto muito, Meredith!– meu corpo estremece.

— Ma-mas,eu não posso...– digo num fio de voz.

— Me desculpe.Eu não tenho escolha. Eu sei que você é uma boa garota e que vai achar um ótimo emprego.– ela suspira.— Pode ir para casa hoje mesmo, tudo bem?

Assinto ainda em choque. Eu não estava acreditando.

Eu precisava daquele emprego, mesmo que o que eu ganhasse fosse pouco.

Saio da sala.

— Você está bem?– olho para George

Nego com a cabeça, sentindo algumas lágrimas molharem meu rosto.

— Ai, meu Deus! Fala alguma coisa mulher!– grita.

— De-depois conversamos!– digo e pego minha bolsa, saindo rapidamente dali.

Ainda não caíra a ficha que havia perdido o emprego.

Respiro fundo.

Precisava achar outro emprego, por isso no caminho para casa, passo em uma banca de jornais.

Em seguida, me sento em banco que havia por ali e folio o jornal, a procura de algo que eu pudesse fazer.

Haviam vagas para secretárias, babás, nada que eu tivesse experiência.

Suspiro, cansada. Guardo o jornal em minha bolsa e me levanto dali.

Depois de caminhar algumas quadras,  finalmente chego em minha casa. Destranco a porta e entro, deixando meus sapatos no canto da parede. Jogo minha bolsa no sofá e me sento ali mesmo, sentindo uma estranha sensação de derrota.

Eu apenas esperava que tudo melhorasse.

My dear delegateWhere stories live. Discover now