Desesperada de Amor

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Havia o fato da infidelidade, mas eu ainda pensava que meio Chris, era melhor que Chris nenhum.

O Chris foi para o banheiro. Aproveitei para olhar pelo seu telescópio, posicionado no canto da janela, e bem preso ao batente. Vi a janela de outro quarto. A luz do quarto estava desligada, mas era possível ver o interior, só com a luz do corredor. De alguma forma, as imagens me pareciam familiar. Continuei a olhar, muito intrigada.

O que será que havia de tão interessante neste quarto? Alguém entrou no quarto, ligou a luz, e caminhou pelo quarto abrindo gavetas e portas? Era como se procurasse algo, e tivesse pressa. Será que essa mulher era o algo interessante, deste quarto? Fixei nela, acompanhando-a, e percebi que aquela mulher, era a minha mãe, e que aquele quarto, era meu.

_ A curiosidade matou o gato _ a voz do Chris ao pé do meu ouvido, me fez gritar de susto, e ele gargalhou.

_ Anda me espionando? _ cobrei fracamente, estava lisonjeada.

_ Não vejo muito. É so a parte em que fica o armário e a cômoda. A sua cama está atrás da casa à frente _ apontou pela janela explicando.

_ Oh, sim! Claro. Só porque você não me viu praticamente nua, com a camisola na altura dos seios e o lençol nos pés, você está totalmente perdoado.

Entendeu a ironia e parou me fitando _ Quer que eu tire o telescópio daí?

_ Não _ me aproximei dele e abracei _ Eu gostei, faria o mesmo com você, se eu tivesse um telescópio.

_ Faria!?

_ Sim.

_ É bom saber _ sorriu e me abraçou _ Eu adoraria te ver em sua cama, mas vai ser melhor, te ver na minha.

Adentrou a camiseta que eu vestia, com as mãos, me beijando e segurei a sua mão, sentindo cócegas. Fui soltando a sua mão, de vagar conforme o beijo evoluiu.
O Chris tinha as duas mãos percorrendo o meu corpo dentro da camisa. Insistindo nos meus seios, por que gostava dos gemidos que eu não conseguia evitar soltar, diante da habilidade da sua mão. A outra mão, apertava o meu bumbum, enquanto os seus beijos me enlouqueciam.

_ Ahh, você é tão provocante! _ falou baixo, excitado.

Já sem controle, fomos parar na cama, comigo por cima dele. Retirou a camisa que eu vestia, me deixando nua. O seu olhar percorreu o meu corpo inteiro, com desejo, parando nos meus lábios e me beijou, se encaixando em mim.

Soltou os meus lábios para controlar os meus movimentos e gemeu, respondendo aos meus gemidos. Novamente, se voltou sobre mim tomando o controle.

Depois de horas envolvidos naquele prazer delicioso e sem cansaço, deitou ao meu lado, me olhando com atenção.

_ Sabe. Quando a Júlia veio até mim, eu senti que algo estava para acontecer, o meu coração parou por um segundo. Depois ela apontou para você escondida atrás daquele copo. Pensei que fosse piada, mas aí você aceitou vir comigo e eu pensei: DROGA!!

Os seus olhos verdes estavam tão sinceros me dizendo aquelas palavras. O que será que ele sentia por mim?

_ É desde de a sétima série que o meu telescópio está fixo ali. Esperei muito pra dizer que eu te amo.

Agora foi o meu coração que parou.
_ Porquê hesitou tanto?

_ Insegurança.

_ Mas eu tenho te olhado desde a oitava.

_ Desde que todos começaram a me olhar. E se você só estivesse interessada em mim por modismo? Se você me visse apenas como um status? Iria partir o meu coração.

_ E todas as suas ficadas e ficantes? Não dá pra acreditar em você. Você é um fuckboy traidor que não é fiel à ninguém.

_ Mas ainda assim, eu te amo. Amo somente você.

_ Diz isso pra todas.

_ Nunca disse isso pra menina alguma. Você pode perguntar para elas.

Ele estava tão sério e calmo que era impossível não crer. Mas eu queria não acreditar. Queria um jeito de resistir as esperanças que isso me despertava.

Me apegar a idéia de que ele me amava, acabaria com a minha defesa. Eu desmoronaria diante da primeira decepção que eu sabia que teria. Era o Christopher. Pelo amor de Deus! Ele pisaria na bola feio, e não demoraria.

Então, porquê eu sentia o meu coração fraquejar? Será que eu estava tão desesperada de amor, que me via sedendo a emoção, de forma irresponsável e descuidada comigo? Sim, eu estava.

Aceitei os seus sentimentos e tudo o que veio no pacote. E aquela foi a noite mais linda e desejada da minha vida.

A minha mãe percebeu a minha mentira assim que o carro do Chris estacionou a frente de casa e eu desci. Precisei me vestir e pegar um lanche para o intervalo.

_ Tá usando camisinha? _ perguntou inconveniente.

_ Claro que estou _ respondi séria, já saindo.

Na verdade, o Chris não usava camisinha comigo. Usou com a Júlia, mas não usava comigo. Como preventivo, fiz um plano de prevenção de gravidez, sozinha.

Tomaria injeção anticoncepcional, a trimestral, por ser a menos agressiva e a mais segura. Escolhi qual marca e queria, e tomaria na farmácia, assim que o Chris me levasse para casa. Ela funcinaria como pílula do dia seguinte, e a proteção era imediata.

Fomos parceiros nos exercícios do teatro, mas nos juntamos aos nossos amigos no resto das atividades. Muitos não acreditavam na gente juntos. Parecia que éramos o casal mais incompatível da face da terra, mas se acostumariam a idéia.

Saímos a noite. Ele me pegou em casa, fomos ao cinema e voltamos para o seu quarto. Choveu a noite toda, desde que chegamos a sua casa.

Passamos o domingo juntos.




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