Por que não

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Yasmin

_ Porque não pode? _ procurou o meu olhar e encontrou _ Yasmin, me faz entender isso, e eu vou desistir junto com você. Só preciso entender. Me diz porquê eu te perdi de forma tão definitiva.

Ouvi sua voz embargada acompanhada de um suspiro e soube que ele estava chorando e por isso não continuou falando. Levantei o olhar e encontrei o seu sobre mim.

Uma agonia muito grande de não ter conseguido dizer tudo antes do pranto me tomar de forma tão emotiva, me veio. Não consegui falar. Por isso o beijei. Não entendeu, mas me retribuiu com todo amor que me tinha. Foi um longo beijo que não pretendia chegar ao fim, e não chegou...

Tiramos as roupas que ficaram espalhadas de qualquer jeito, em qualquer lugar. Só precisávamos, mais que tudo, sentir os nossos corpos juntos de novo.

Nossos corpos se encaixavam como na primeira vez, perfeitos. Como se nada tivesse mudado. Como se nada nos houvesse separado. Como se sempre estivéssemos juntos nos amando. Nada mudou neste tempo que passou.

E neste instante eu soube que sempre repeli veementemente o Christopher da minha vida desde que escolhi o Natan, porquê eu sabia que se os nossos lábios se encontrassem... assim que os nossos lábios se encontrassem, nada importaria mais que o nosso amor.

Christopher

Tudo acabado. Foi tão de repente que nem sei como aconteceu ou como explicar o que aconteceu.

Em um instante estávamos bem e falamos sobre sentimentos e eu estava no controle da conversa. Era uma boa conversa. Eu a teria convencido de que o melhor para ela, Yasmin, era tentar ser feliz. De preferência comigo. Mas receber mais um fora seu, me machucou.

Foi como se todos os foras que levei dela ecoassem neste. Como se tudo o que senti em cada rejeição, falada e não falada, me tomasse de uma vez.

Cada beijo, carinho e sorriso que eu via a Yasmin tracar com o Natan... O modo como ela o olhava...

Não resisti. Não fui capaz de resistir à tanta dor e rejeição. O que me restava, quando o seu amor não era mais meu e nunca voltaria a ser?

O Natan estabeleceu padrões impossíveis para eu alcançar. O que me restava, se até a pequena esperança, que me veio com a morte dele, eu perdia diante das suas palavras?

Nada. Seria sozinho e infeliz ao lado do amor da minha vida que também era infeliz.

A minha escolha havia sido não tocá-la sem o seu sentimento mútuo, mas então, o que eu estava fazendo agora?

Tocando o seu corpo como se eu fosse um desesperado por seu amor.

Estava mesmo desesperado. Queria tanto ser amado por ela de novo, que qualquer migalha caída e sobejada do Natan, me servia. Digo isso, porque apesar do cara estar morto, ela ainda o amava, e como amava.

Odiava ele, mas não tanto quanto me odiava por ter deixado ela ir. Por não ter deixado claro desde o início que eu era um fuckboy antes dela, mas não com ela. Não depois de constatar que nenhum prazer vazio, sobressaía ao prazer que um mero sorriso amável da minha paixão me proporcionava facilmente. Amava tanto aquela mulher, como amei a menina e a garota que se tornou no fundamental. Como resistir à ela?

Fizemos amor e foi... Foi como o respirar da minha alma. Depois disto, como eu poderia ser o seu amigo de novo? Como eu toleraria a forma como ela me olhava hoje? Sem o amor que eu sempre tive antes?

O seu olhar estava sobre o meu rosto agora, e eu sabia o que ela diria assim que o meu olhar encontrasse o seu. Seria "isso entre nós não vai dar certo" ou "isso foi um erro" seguido do pior e da mais dilacerante frase que ela poderia me dizer "eu ainda amo o Natan e sempre vou ama-lo". Eu não suportaria ouvir isso.

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