Perfeitamente Perfeita Para Ser Regina Mills e Bipolar!

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Ao chegar a tal porta – também de madeira rústica – inspirei fortemente. Dei três batidas na mesma e esperei que ela liberasse minha entrada, o que não demorou muito. Devagar abri-a e vi minha professora sentada em uma cadeira daquelas executivas, os óculos na ponta do nariz, como sempre, um milhão de papéis sobre a mesa longa de vidro e uma caneta apoiada no canto dos lábios.

–Licença, professora... – Falei sem graça.

Ela olhou para mim por cima dos óculos e o castanho intenso me deixou hipnotizada. Seu olhar focou-se no pijama, verificando como havia ficado e senti minhas bochechas corarem.

–Sim, Miss Swan? – Indagou, a voz cheia de curiosidade.

Olhei para baixo, totalmente sem jeito, e perguntei:

–A senhora se importaria de me fazer companhia enquanto como? Eu não gosto de comer sozinha!

Regina arqueou uma sobrancelha com meu pedido e algum tempo depois – o suficiente para eu começar a me arrepender – se levantou falando:

–Claro! Mas vamos para a cozinha. A regra número um dessa casa é nunca comer no meu santuário! – Fez uma cara engraçada – Opa espera! No meu escritório.

Sorrimos com a forma divertida com que ela me proibiu de comer ali e caminhei atrás dela para a cozinha. Notei que seu bom gosto para decoração estava presente em todos os cômodos. A cozinha era magnífica. Também em preto e branco com tudo de uma beleza maravilhosa. Eu não seria capaz de narrar.

–A casa da senhora é linda. – Falei encantada.

–Obrigada. Sente-se.

Sentamo-nos cada uma de um lado do balcão e eu logo comecei a comer. Estava com uma fome...

–Espero ter acertado no tempero do patê. – Ela disse, sem graça.

Regina Mills sem graça? Cadê minha câmera numas horas dessas?

–Isso está divino, professora. – Falei sincera.

Não olhei para ela, mas suponho que ela tenha ficado feliz com o meu elogio. Enquanto eu comia rápido por causa da fome eu ouvi sua risada baixa.

–Swan, coma devagar! Não quero ter de te desengasgar.

Olhei para ela roxa de vergonha.

–Eu devo parecer um animal que não come há meses, né? – Deduzi.

Ela pôs a mão no queixo, pensando no assunto.

–Talvez! Mas eu duvido muito que esses animais famintos estejam em tão boa forma como você!

E aquilo não soou como uma cantada, longe disso, mas eu me senti admirada por ela e foi uma sensação única.

–É! Eles não têm a sorte de se deparar com sanduíches naturais e suco de maçã como eu tive! – entrei na brincadeira dela.

Nós sorrimos juntas. Mills colocou a mão direita sobre o balcão e notei como a mesma estava inchada e arroxeada. Uma culpa me dominou. Além de colocar minha vida em perigo coloquei a dela e, enquanto meu físico saiu ileso ela saiu machucada. E eu ainda nem havia ligado os pontos que, graças àquilo, Regina não poderia escrever no quadro por algum tempo. E a desculpa que ela daria...? Ah meu Deus!

–Desculpe-me, professora. – Foi o que consegui proferir após terminar minha refeição.

Ela me olhou em dúvida. Soltei tudo de uma vez:

–Por minha culpa a senhora se machucou. Isso deve estar doendo muito e... Poderia ter sido pior! A senhora não tinha obrigação alguma de me ajudar, mesmo assim o fez. E convenhamos que nós não nos damos tão bem, hum? A senhora foi, literalmente, perfeitamente perfeita naquele momento! Eu não sei o que seria de mim agora...

Perfectly PerfectWhere stories live. Discover now