Perfeitamente Perfeita Para Ganhar Presentes!

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Cheguei a minha casa alguns minutos mais tarde que o de costume. O caminho nunca fora tão insignificante e oculto para mim como naquele dia. Eu ainda sentia meu corpo vibrando de prazer e, só de me lembrar dos dedos ágeis de Regina meu centro pulsava. Mas é claro que suas palavras sinceras também vinham à tona e me causavam náuseas. Eu era uma covarde. Regina Mills tinha toda razão em me querer longe. Eu queria apenas ser uma pessoa um pouco mais corajosa e terminar com Killian naquele momento. Mas ele sofreria tanto e eu também não me sentia segura o suficiente para 'sair do armário'. Eu nunca sentira amor por ele, mas o queria bem. Eu queria que ele fosse mais que feliz, mesmo sabendo que não seria eu a pessoa ideal para isso. E tinha toda a bagagem que eu carregava e que Regina carregava! Ela aliava a dor da perca dos meus pais, entretanto pensar em estar com ela, namorando-a, e perde-la a seguir me fazia sentir uma dor pior ainda. Mills era o meu raio de luz, minha fonte de paz e segurança, mas eu era medrosa demais para arriscar minha felicidade. Ou melhor, meu comodismo. Eu sabia que Regina me levaria ao céu, que qualquer coisa que fizéssemos bastaria para me fazer plena, mas o medo de perde-la me impedia de correr o risco.

–Esqueça-se disso ou sua avó vai perceber... – Sussurrei para mim enquanto abria o portão.

Assim que abri a porta escutei vovó dizer:

–Ah! Que pena, Regina! Eu ficaria tão feliz de ter você conosco no natal! – É o que? – Mas espero que se divirta muito com seus amigos. E lembre-se, nossas portas sempre estarão abertas para recebê-la. – Houve silêncio. Meu coração acelerou novamente. – Sim, eu vou esperar mesmo a sua visita! Agora vou deixá-la se organizar para sua aula. Fique com Deus minha menina!

Minha menina? O que eu perdi aqui? Mills tinha passado seu número para vovó por causa da nossa viagem, eu só não sabia que após aquele chá das cinco elas continuaram se comunicando assim, e que viraram amiguinhas íntimas.

–Vovó? – a chamei adentrando a cozinha e vendo-a pôr o celular de lado. – Estava falando com Regina?

Granny olhou para mim sorridente e afirmou:

–Estava! Convidei-a para passar o Natal conosco, mas seus amigos querem ir para a casa dela. Uma pena, eu gosto tanto daquela moça! – Vovó suspirou. – Mas ela disse que vem nos visitar em breve.

***

Quando vovó me disse que Regina nos visitaria em breve eu não imaginava que seria exatamente no dia vinte e quatro, cinco dias após nossa discussão e tudo aquilo no laboratório do colégio. Eu estava na cozinha preparando nossa sobremesa quando a campainha tocou e vovó foi atender. Quando eu ouvi:

–Minha menina! Que bom que você apareceu!

Senti minhas pernas perderem as forças. Depois de tudo aquilo Regina ainda tinha forças para vir até nós por causa de vovó! Ela era realmente diferente.

–Emma, Gina está aqui! – Vovó disse mais alto. Gina? E toda essa intimidade?

Coloquei a sobremesa na geladeira e fui em direção à sala. Vovó observava minha professora sentar-se em nosso sofá e a morena tinha três embrulhos nas mãos!

–Boa tarde, professora! – Falei sorrindo. Ela estava tão linda dentro daquele vestido negro colado ao corpo.

–Boa tarde, Swan! – Falou sendo cordial.

Eu sabia que aquele sorriso dirigido a mim era apenas por causa de vovó. Contudo, ainda continuava nutrindo esperanças de que ela também queria me ver e que sentia minha falta.

–Eu preciso ser breve porque minha irmã precisa de minha ajuda na organização da ceia. Vim apenas desejar-lhes um feliz natal e trazer-lhes uma lembrancinha.

Perfectly PerfectWhere stories live. Discover now