Capítulo 8

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Quando batesse em sua porta, não esperaria que ele falasse alguma coisa. Pediria logo desculpas pela maneira como havia reagido e consequentemente, eu pediria que esquecesse minha sugestão de ir embora para França. Talvez admitisse que meu exagero ou talvez meu nervosismo por agir daquele jeito, fosse dado por ele não sair da minha cabeça. Brincalhão do jeito que é, ele provavelmente se aproximaria de mim. 

Nicholas sempre gostou de me ver sem jeito. Meus primeiros sinais de desespero seria minha respiração acelerar, mas o desconcertante vibrar em minha intimidade indicaria que não se trata de desespero e sim de uma terrível tentação. Imediatamente sentiria seu perfume fresco mais suave inebriando seus pensamentos. Logo em seguida se daria conta da sua mão em minha cintura enviando ondas de calor para meu corpo. Não demoraria muito em olhar para seu rosto e assim que fizesse, ele me beijaria...

Beijaria?

– Natalie? – pisco meus olhos levantando minha cabeça ao ver Olivia chegar. – Natalie! Está sonhando acordada?

Fico em choque ao perceber onde minha imaginação havia me levado. Considerando o fato de que houve apenas um momento intimo entre Nicholas e eu, quando ele gentilmente acariciou meu rosto, ao resto, posso até dizer que foi tranquilo então de onde surgiram esses tipos de pensamentos? Quando me dou conta, noto que meu corpo está mais quente que o habitual e só de pensar que isso ocorreu devido imagens minha e de Nicholas, percebo que há algo de errado comigo.

Não que fosse errado, mas era impossível não notar e sonhar com Nicholas. Os anos só ajudaram ele a se tornar muito mais desejável. Sei que ele é o meu melhor amigo, mas não estou cega e nem morta. Eu só tinha que parar de sentir certos sentimentos estando perto dele. Se eu der ouvidos a eles, é capaz de perder não só meu corpo, mas principalmente meu coração.

– O que? Não. Estava apenas descansando.

– Você parece meio dispersa hoje.

– Bobagem! – digo com uma abanar de mãos.

Olívia ficará no meu lugar quando eu entrar de férias. Ela estava se saindo bem nessa última semana entre as atividades de cuidar dos cavalos e auxiliar os alunos na montaria. Não era um trabalho difícil, mas um pouco cansativo para alguém não acostumada a rotina.

– Você ficou sabendo do Marlow? – cochicha perto de mim e a menção de tal nome me faz ficar um pouco alerta. Chego mais perto de Olívia.

– Sobre o que exatamente?

– Parece que ele levou uma bela surra ontem.

Engoli um suspiro de aflição para não ter que chamar atenção da garota que fofocava. Mesmo sem uma semana sem vê-lo, algo me fazia acreditar que havia sido ele. É claro que eu tinha total noção de que deveria um pedido de desculpas a ele pelas coisas que eu disse. No entanto, como fazer isso, era a questão. Provavelmente Nicholas não quisesse me ver no dia seguinte e fiquei adiando minha ida. Confesso que no dia seguinte da nossa briga, fiquei aliviada quando minha mãe me contou que ele estava arrumando sua casa. Ele não deu ouvidos as minhas palavras quando mandei ele voltar para França.

– Uma surra? E você sabe quem bateu nele? – indago curiosa.

– Não sei, mas o boato que rola nas bocas das pessoas, é que quem agrediu Marlow é que está pior.

Imaginar que Nicholas estava ferido era um pouco difícil, no entanto fiquei preocupada. Pelo modo que enfrentou Marlow na cafeteria, sei que ele conseguia acabar com Marlow rapidinho, mas estando enfrentando um grupo...

– Tem boatos do por que aconteceu a briga?

– Não... Só sei que aconteceu na rua daquele barzinho que fica na esquina.

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