Capítulo 25

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De alguma forma, me senti mais filha deles agora do que antes. Depois de escutar tudo, senti orgulho do meu pai por não ter se deixado levar pela máfia e ter se tornado uma pessoa melhor ainda. Eu só não entendia por que Nicholas não saiu antes, todo esse tempo com eles, trabalhando para eles... Como ele não desconfiou?

– Não entendo como Nicholas pode se envolver com esse tipo de gente.

– Mas ele não sabia. – diz mamãe e me recordo dele falar isso com papai.

– Verdade, mas de qualquer forma, ele trabalhou lá por anos e aceitou acabar com você pai, e... – me calo.

– Aceitou destruir seu coração? – indaga minha mãe e suspiro. – Entendeu tudo errado minha filha.

Penso em suas palavras e me lembro quando Nicholas disse coisas sobre como não era possível nós dois juntos. Sorrio em pensamento ao lembrar também dele ele afirmar que não conseguia ficar longe de mim. Parecia verdadeiro e não que fazia parte do seu plano.

Ele sabia sobre a máfia e sobre meu pai na primeira semana que chegou e todo esse tempo não me contou, só para que eu não me preocupasse e não me envolvesse. Seria estúpido te envolver nisso. Ele disse sem querer me contar quando eu tentava arrancar seus segredos.

O segredo! Era isso. Por isso as vezes era retraído e as vezes se entregava a mim. Por isso seus olhos de vez em quando carregavam um certo olhar que percebi poucas vezes, mas agora podia afirmar que era tristeza. Por isso os machucados. Por isso minha dúvida sobre o que ele sentia. Nicholas tinha um olhar sedutor, mas carregado de mistério, o que não me deixava vê-lo por inteiro.

Mas a mulher agiu antes, sua chefe, querendo aquilo que lhe foi ordenado fazer, e comigo em perigo, ele não podia deixar meu pai de fora. Um integrante que conhecia Verônica e já havia enfrentado a máfia como ele agora estava fazendo.

E pensar que eu o expulsei de meu quarto dizendo que ele podia voltar para França.

– Nem sequer deixei que ele se explicasse. – murmuro. Eu deveria ter tido um pouco de paciência.

Engraçado que a gente só pensa nisso depois. Na hora, nada importa.

– Tenho certeza que Nicholas não ficou chateado com isso. – diz meu pai e ergo os olhos com uma pontada de esperança.

– Ele te disse alguma coisa?

– Acho melhor ouvir dele, meu anjinho. Ainda estou um pé atrás com as declarações que escutei e apesar de conhecê-lo há bastante tempo, você ainda é minha filha e ele tem que saber das regras.

Dou uma rápida olhada para minha mãe que segura o riso.

Meu pai disse declarações?

– Será que podia nos deixar sozinhas por um momento, amor? – pergunta minha mãe e ele acena saindo.

– Meu pai falou realmente algo sobre declarações? – questiono a minha mãe assim que a porta se fecha.

– Falou. – ela rir e suspiro.

– Mas eu fui péssima com ele.

– Alguns erros têm como consertar minha linda, e tenho a leve impressão de que seu pai conseguiu fazer com que ele ficasse no chalé por essa noite, em vez de voltar para sua casa.

– Sério? – indago perplexa. Ele ainda está aqui!

– Nem tudo é o que parece meu amor. Você não saberá a gravidade da situação estando sentada aqui. – ela sorri gentil segurando minha mão.

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