INIMIGOS DECLARADOS (CONCLUÍDA)

CAPÍTULO VINTE E DOIS

Jogada na cama como sempre, escuto a porta do meu quarto abrir, vejo Pietro entrar e se jogar em cima de mim.

- Último dia de aula amanhã - ele pula de alegria

Pietro não para de comemorar, fica pulando, tira a camisa se joga, estou com medo.

- Deixa de ser louco - fico rindo

Eu sei porque ele estava tão feliz, essas férias ele ia viajar pra Boston, fazer um teste pro time de lá, e passar um tempo também, depois das férias eram os últimos dias de aula dele na escola, eu estou triste por passar um ano naquele lugar sem ele e o Bucky e o resto da vida vendo eles só nos feriados.

- Vai ser incrível - ele sossega.

- Vai sim, incrível - pareço animada

Vejo ele ir pra janela, aí não, porque ele tinha que ser amigo do Matteo? Ele fica lá na janela gritando, conversando com ele e eu deitada vendo ele se passar sem camisa, eu só tirando foto e mandando para as meninas, só ele ou Bucky para me fazerem rir tanto.

Minha mãe chama o Pietro pra jantar e ele só vai embora porque o pai dele liga, já estava quase madrugada e nós dois assistindo besteira, falando da vida, ele já estava saindo.

- Pietro - chamo e ele se vira de volta pra mim - espero que esses momentos juntos nunca acabem - sorrio.

- Não vão, prometo - ele sorrir - eu te amo, chatinha.

- Também te amo - ele vai embora.

Mais cedo ou mais tarde, a vida vai nos apresentar a pessoas incríveis, verdadeiras, que sempre cuidarão de nós. Por mais que em alguns momentos ruins que passamos, falamos pra nós mesmo que não queremos ninguém na nossa vida, isso tá errado, não se feche, não afaste ninguém, as melhores pessoas da nossa vida surgem em nossos piores momentos, quando mostramos a pior parte de nós, e mesmo assim, eles não vão embora, eles ficam.

Estava quase dormindo no volante indo pra escola, fui passar a noite acordada deu nisso, mas consigo chegar bem na escola, só terá aula normal durante a manhã, a tarde e livre pra fazermos o que quiser, e a noite o time dos meninos vão dá um festa na casa do Jeff, preciso falar com o Sam, não quero ir nessa festa.

O procuro em todo lugar e não o encontro, vou assistir minhas aulas, chega o almoço e o procuro de novo, dessa vez o encontro ele estava em uma mesa no refeitório com uma parte do time.

- A gente pode conversar ?

Pergunto a ele depois que comprimento o pessoal, ele me evita desde ontem, e sua cara pra mim agora está péssima

- Pra que conversar comigo se tem o Pietro ?

Ele é grosso e desagradável, alguns dos meninos gritam me zoando, logo o Pietro se mete no meio.

- Qual é, cara ? Tá tratando ela assim porque ? - ele fala de boa.

- Já não acha que se mete demais não ? - ele é grosso e eu faço Pietro se afastar.

- Eu não sei o que deu em você, mas eu não vou ficar aguentando isso e muito menos você implicando com meus amigos - estou com uma cara péssima pra ele.

Já estava saindo quando ele vem atrás de mim e puxa pelo braço, altera seu tom de voz.

- Bem que o Matteo me avisou - olho pro Matteo e o mesmo faz um gesto de rendição com as mãos - Você é uma fingida.

Fico ouvindo sem dizer nada, vou deixar que ele solte tudo que está passando por sua cabeça

- Finalmente descobri porque Pietro e Bucky, populares assim, andam com uma nerd como você, porque você chupa eles quando eles querem, ontem mesmo o Pietro estava na sua casa semi nu e só saiu de madrugada, por isso ele veio tão feliz  - ele está furioso.

Bucky e Pietro avançam para cima dele.

- Tá maluco? - Bucky está vermelho de tanta raiva.

Sinceramente eu não acredito que ele está assim por causa disso, ele  entendeu tudo errado, mesmo assim não importa e outra coisa que já passa por minha cabeça é que tem dedo do Matteo nisso, eu pedi pra ele parar.

Afasto os meninos da discussão, mas eles não querem recuar.

- Não  sei como me envolvi com você, deve ter sido por pena, mas agora não importa, eu não te quero mais - ele tenta se aproximar mais de mim.

- Mais um passo e eu te arrebento - diz Pietro se colando no meio outra vez.

Sam vai falar alguma coisa mas Bucky o interrompe.

- Acho bom você repensar o que vai dizer.

- Acabou - diz ele olhando para mim em meio a barreira que Pietro e Bucky formaram.

- Tá bom - sou fria, segurando tudo dentro de mim para não chorar, eu sabia que não devia confiar.

- Tá bom? - ele parece surpreso.

- Sam, eu não merecia ouvir o que ouvi de você agora, e você sabe, eu gostei de você de verdade, sinto muito de as coisas não formam como você queria - falo com sinceridade e vou embora.

Pietro e Bucky colaram nele, provavelmente até eu estar longe.

Eu nunca fui tão humilhada. Eu estava triste e com raiva, muita raiva.