Hospital

18 4 5
                                    


Os feixes de luz acertaram meu rosto sem nenhuma compaixão, abri os olhos tentando me adaptar a visão daquele ambiente tomado pela claridade, me fez franzir os olhos. Aos poucos me adaptei com a claridade da manhã, minha cabeça estava meio lenta e parecia ter uns órgãos soltos dentro dela, ao primeiro sinal de movimento que fiz para me levantar, olhei ao redor fazendo um reconhecimento de onde me encontrava. Forcei a me lembrar o que acontecera, fui lembrando da noite passada que estava na escola, Clarrisa, o plano da vingança, eu desmaiando perto dela. Agora fazia sentido, varias camas de hospital com estrutura fina e lençóis brancos típico de hospitais. Uma enfermeira entrou no quartinho apertado, e perguntou se eu estava bem.

- Acho que sim.

- Não se preocupe, você teve um desmaio devido a baixa da sua pressão, ontem você acordou não sei se lembra, mas aplicamos remédios em você que eram mais fortes e acabou que isso te deixou sonolento, você precisa tomar café da manhã, servimos aqui e também pode escolher tomar em casa já que está de alta.

- Escolheria tomar em casa, mas nem sei como cheguei aqui e nem sei se tem alguém me acompanhando.

- A Senhora Foster está na sala de espera, mas quem te trouxe ontem foi a direção da escola e uma jovem que parecia muito preocupada, presumo que seja sua namorada.

Eu sorri, bobo pela ideia de Clarissa estar preoucupada comigo, só podia ser ela, já que ela que estava comigo quando dei pane.

- Não, ela não... Enfim, obrigado pelo cuidado comigo, vou indo!

- De nada, senhor Foster.

Sai cambaleante, depois de pegar minhas roupas e vestí-las, aqueles aventais para pacientes me dava nos nervos.

Minha mãe já me aguardava em uma sala de espera, com um olhar preocupado que eu suspeitava que toda mãe no mundo tem quando o filho passa por apuros, o instinto materno dela estava aguçado.

- Filho, você tá bem?

- Sim, está tudo bem, podemos ir pra casa?

Ela me olhou de cima a baixo como se pra conferir que eu estava inteiro e sem nenhum sinal eminente de morte.

- Tem certeza Randall que está bem?

Eu assenti com a cabeça e fomos juntos lentamente em direção ao carro, e eu aproveitei a oportunidade de que minha mãe estava presente e aproveitei cada segundo, dela dirigindo, as músicas clássicas que ela ouvia, o perfume com cheiro de fruta fresca. Era difícil ela estar por perto devido ao seu trabalho, mas quando estava, ela enchia os lugares da casa de energia, de sorriso, aquele toque feminino que toda casa precisa ter.

Chegando em casa, ela dispensou a cozinheira e ficou por conta de fazer o café da manhã e também o almoço, trouxe café na cama para mim, agora sim eu estava no lugar certo, um filho de rico, sendo mimado a tomar café da manhã na cama. Parecia perfeito, mas eu sabia que meu coração estava ansioso, será que as pessoas na escola acharam que foi drama por causa de Isabelle? Ou que seria vitima de zombaria pelo desmaio repentino, contudo, eu sabia que alunos do ensino médio eram desleais, caçoavam até do que era desnecessário. Todos querendo aparecer mais que os outros, aquele jogo de tentar ser popular e derrubar qualquer um que atrapalhar o caminho até a popularidade, e sinceramente isso me enojava. Só me importava com Clarissa, ela sim fazia aquele lugar ser menos insuportável, ela sim mostrou a ele motivos pra ser diferente, pra sair do padrão. Ela era um anjo inatingível, e eu estava assustado com a hipótese de amá-la e mais assustado ainda com a possibilidade de surgir um sentimento que ela quereria evitar devido a amizade. Quantos problemas poderiam ser acarretados caso eu me entregasse totalmente a Clarrisa? Eu precisava me controlar.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jan 13, 2019 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

O Mundo Dentro Dos Teus OlhosWhere stories live. Discover now