[🥀] T.S.O.Y. || PJM

|| 6.8 ||

— Se eu te deixar aqui sozinho você morre. Jimin não vai me ferir. - digo e seguro em sua mão, olhando fundo em seus olhos para que ele entendesse de uma vez por todas que eu não iria fugir sem ele.

— Ele é um assassino Yrina, ele matou Melanie, Namjoon e estava a ponto de me matar para ficar com você só para ele! Não entende que se você escolher o meu lado, ele vai te matar também? - ele grita e segura meu rosto entre suas mãos.

— Só estamos perdendo tempo aqui, eu não vou embora sem você. - tento parecer o mais calma e firme possível ao dizer isso.

— Porra, como você é teimosa! - ele clica a língua com uma expressão irritada e toma minha mão para si enquanto desce as escadas do porão.

A medida que vamos entrando naquele lugar. minha respiração acelera cada vez mais. Minha barriga embrulha com a incerteza do que eu encontraria.

Desço, degrau por degrau, cuidando para não tropeçar em meus próprios pés pois meus membros tremiam demasiado.

Eu estava caminhando dentro do meu próprio pesadelo. Meu subconsciente o temia muito antes de eu própria, por inteiro, admiti-lo.

O lugar era grande, úmido, escuro e mesmo com as luzes acesas ainda continuava sombrio. Yoongi solta minha mão e caminha rapidamente até os dois frigobares e eu sigo-o logo atrás.

Diferente de antes, eles não estavam fechados por um cadeado, nenhum dos frigobares e nem mesmo o porão. Parecia arquitetado, um plano quase perfeito se eu não tivesse chegado a tempo.

Minhas mãos estavam agarradas ao pano da blusa de Yoongi e, à medida que ele ia abrindo a tampa do refrigerador, mais forte eu apertava.

O frio tomou conta do meu corpo e meus olhos imploravam, para a parte fraca do meu ser, para se fechar. Mas a outra parte o nega, não importa qual fosse a verdade, eu não a queria com parcialidade; eu a queria por completo.

Quando finalmente a tampa estava totalmente suspensa, minha barriga se contorceu. O ácido gástrico de meu estômago jorrava sem cessar e a náusea veio com força total. A boca amarga não era tão incômoda quanto meu coração esmagado dentro de meu próprio peito.

Lá estavam, devidamente embalados em sacos transparentes, pedaços de carne congelada. Quanto mais eu olhava, mais eu tinha certeza de que eram membros humanos. Eu não podia dizer exatamente de quem eram apenas por olhá-los, mas havia em alguma parte, resquícios de fios loiros. Cabelos exatamente como os de Melanie.

Naquele momento, eu não aguentei. Minhas pernas bambearam e eu me vi no chão. Por um instante, não havia nada sonoro ao meu redor, era tudo como um grade eco vazio enquanto Yoongi abaixava-se pra envolver meu corpo com o seu.

A única coisa que eu ouvi que podia me transportar direto pra a realidade atual era uma gota de sangue. O pingar dela era como uma provocação, como um estalo na minha cabeça me dizendo que eu era tão culpada quanto o assassino.

O sangue estava nas minhas mãos e eu não poderia jamais lavá-lo e me limpar da culpa. Eu os deixei morrer, eu os abandonei e virei as costas, dormindo sob o mesmo teto que era seu túmulo.

Antes que eu pudesse absorver tudo aquilo, escutamos a porta da frente abrir e fechar-se.

— Yri..? Yri, cadê.. você. - a voz de Jimin soava ao fundo e cada vez ia se aproximando mais, até, aparentemente se dar conta de que eu não mais estava na cozinha, diminuir o tom.

Yoongi puxa-me para levantar e levou o indicador à minha boca, a mandato de silêncio. Foi comigo até um espaço atravancado do porão, cheio de tralhas e onde a luz da lâmpada não chegava.

Ele apertou-me contra seu corpo e abaixou para esconder-se comigo. Meu coração acelerado era trilha sonora daquele momento, o de Yoongi não estava diferente, eu podia sentir.

Tentava a todo custo esconder minha respiração descompassada. O suor frio escorria pela testa enquanto meu corpo temia de medo.

Mas afinal, o que eu tanto temia? Encarar a realidade que não fui capaz antes? Descobrir um lado de meu namorado que eu não conhecia?

Ou eu temia a ele próprio? Temia a ligação que tínhamos e a proximidade que eu sentia de Jimin? Tinha medo que, mesmo depois de tudo, eu ainda continuasse a amá-lo e pertence-lo?