[🥀] T.S.O.Y. || PJM

|| 7.0 ||

Eu não sabia como reagir. Tanto estava acontecendo ao mesmo tempo.

Minha melhor amiga de anos e meu ex namorado haviam sido mortos pelo meu atual namorado, que sofria de apagões e não parecia ser ele mesmo ao cometer esses crimes.

Eu já havia lido sobre casos de dupla personalidade onde a personalidade principal não se lembra de nada quando a outra toma conta de sua consciência.

Aquela seria uma boa explicação para os apagões mas...

—  Como sabe que não me machucaria se não tem controle dos apagões e depois não se lembra de nada? - questiono.

—  Tem razão, eu não saberia. Eu fui tão egoísta e te expus ao perigo de estar comigo sem te contar sobre meus apagões. Eu deveria apenas..

Jimin levanta-se repentinamente e vem pra cima de mim. Eu tento me afastar mas ele segura minha mão firmemente.

Ao contrário do que eu pensava, ele não queria tirar o canivete de mim, mas sim fazer com que sua ponta afiada entrasse em contato com seu peito.

—  Eu não sou digno de pedir seu perdão depois de tudo o que eu fiz então é melhor eu apenas desaparecer. - ele declara.

Olho-o surpresa, trêmula e com um desespero imenso em meu peito. Ele colocava força na aproximação da lâmina e se eu não resistisse com minha própria força, ela perfuraria sua pele.

— Jimin, não! Não, para com isso! Nós vamos descobrir um jeito, por favor! - grito, puxando ainda mais, pois ele estava empenhado em empurrar o canivete contra ele mesmo.

— Eu não tenho jeito Yrina, não tenho conserto. Aceita-me do jeito que sou e mata-me aqui ou rejeita-me e aprisiona-me. - ele diz com os olhos banhados nos meus.

Eu não podia abandoná-lo. Jimin estava confuso, sofria de algum transtorno de personalidade, mas não era o fim, nunca é. Há sempre uma luz ao fim do túnel e, apesar de tudo o que aconteceu, eu gostaria que Jimin fosse capaz de enxerga-la.

— Todos podemos melhorar Jimin, vamos encontrar um médico, um lugar que o ajude. Eu estarei contigo também. - digo, quase em desespero pra que ele esqueça a ideia de tirar sua vida.

— Acha que eu já não passei anos da minha vida trancado em instituições como essas Yri? Tiraria minha liberdade, mesmo sabendo que nada iria mudar? - ele parecia magoado com a minha proposta.

— Temos que tentar Jimin! Precisa mudar! - berro, implorando aos seus olhos para cederem. Eu já não sabia quanto mais daquela tortura mental eu aguentaria.

— Você me ama? - ele passa a mão em meus cabelos e sua feição triste amacia.

Eu não respondo, apenas paraliso. Se essa pergunta fosse feita à mim algumas horas, eu não teria hesitado em confirmar. Mas agora eu estava confusa.