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Depois daquilo, novamente tudo silenciou-se aos meus ouvidos e todos os movimentos seguintes pareceram muito mais lentos do que a atual realidade

Vários policiais entraram no porão e abordaram Jimin, levando suas mãos para as costas e algemando-as com brutalidade.

Mas havia algo diferente na expressão de Jimin. Ele não parecia triste, aborrecido ou que realmente tivesse se rendido. Pelo contrário, haviam traços de um sorriso vitorioso em seus lábios.

Enquanto eu observava três policiais saindo com Jimin do porão, seus olhos nunca deixaram os meus. Era quase provocativo, instigante.

O resto da equipe colocara Yoongi, que ainda estava deitado desacordado ao meu lado até o atual momento, em uma maca, checando-o o tempo todo. Um policial começa a dialogar comigo mas nada eu era capaz de responder naquele momento.

Sua boca se movia lentamente mas não fazia som algum. Então apenas sinto-o me puxar para cima e levar-me para fora do porão e, eventualmente, para fora da casa. Eu não tinha forças para responder, lutar ou questionar.

Quando chego lá fora, na entrada da casa, a primeira coisa que vejo é um Jimin algemado, sendo forçado à entrar numa viatura que iluminava a noite escura com suas luzes vermelhas e azuladas.

Depois disso, o carro parte velozmente e apenas sou capaz de ver o rosto de Jimin pela janela da viatura uma última vez.

Logo em seguida, Taehyung aparece no meio dos policiais, forçando a passagem para chegar perto de mim. Ele afasta os homens armados que insistiam em questionar-me sobre coisas que eu não compreendia - e nem tentava - naquele momento lento e sem sonoridade.

Eu estava em choque.

Taehyung me envolve com seus braços e me tira do meio da confusão e correria. Ele me leva para uma viatura vazia e senta comigo no banco de trás.

Tae me abraça forte e ouço seu coração bater rápido quando ele encosta minha cabeça contra seu peito.

A partir daquele momento, tudo vai voltando ao normal. Aos poucos eu sou capaz de ouvir os sons da rua e a minha noção de tempo também se normaliza.

—  Yrina, olha pra mim. Você tá bem? Ele te machucou? - noto a voz de Taehyung me perguntar quase desesperadamente enquanto seus olhos preocupados encontravam os meus.

—  Não, Jimin nunca me machucaria. O que está acontecendo? Por que levaram ele? Como sabiam..? - pergunto extremamente confusa.

—  Eu te liguei de manhã, um monte de vezes mas você não atendia. Então eu fui até sua casa e sua mãe disse que você havia saído cedo. À aquela altura, eu já sabia onde você estava. Corri pra delegacia e levei todas as provas sobre minhas acusações. Eu tinha medo, tive tanto medo dele te machucar, de te perder.

Taehyung me abraça e eu choro.

Choro por tudo o que me aconteceu até agora. Todos os acontecimentos que chegavam tão rápido e que causavam um impacto tão grande em mim e em todos à minha volta.

Eu não me sentia menos leve, não parecia o fim, não era um final feliz. Apenas o sentimento angustiante permaneceu.

Eu não sabia o que iria acontecer com Jimin, se tentariam entendê-lo, se ouviriam sobre seu suposto transtorno de dupla personalidade e apagões. Se o julgariam culpado ou alegariam insanidade.

Mas o que me deixava ainda mais inquieta eram meus próprios pensamentos e dúvidas a respeito dele, que parecia tão próximo e tão longe ao mesmo tempo.

Eu sentia como se o entendesse mas ao mesmo tempo não soubesse nada sobre ele.

Yoongi logo acordou de seu desmaio e, após ser liberado pelos paramédicos, que trataram de seu ferimento na cabeça, nos acompanhou até à delegacia.

Passamos a noite lá, Yoongi e Taehyung que também seriam interrogados, não deixaram  meu lado em momento algum, segurando minha mão enquanto dávamos forças uns aos outros.

Embora ninguém pronunciassem uma palavra, não era estranho; aquele silêncio era necessário para nos prepararmos para o que estava por vir.

Quando o interrogatório começa, eu precisava estar sozinha. Eu não tinha nada a esconder e por mais que o detetive forçasse, eu disse toda a verdade. Contei tudo o que eu lembrava, desde o momento em que me aproximei de Jimin.

Após aquela noite, o delegado me disse que eu não seria capaz de ver Jimin por um tempo. Disse que eles precisavam ouvir Jimin sem que ele tivesse contato com o mundo exterior.

Além de que verificariam que se ele tinha ou exigia a presença de um advogado, o que demandaria um tempo.

Me garantiu também que ele passaria por um bom psicológico para avaliar suas condições e quando tivessem toda a verdade, entrariam em contato comigo.

E eu esperei.

[🥀] T.S.O.Y. || PJMWhere stories live. Discover now