Algo deve ter dado errado em meu cérebro, tenho todas as suas químicas em minhas veias e estou entindo toda a alegria, sentindo toda a dor...
Assim como nicotina, heroína, morfina de repente, sou uma viciada e você é tudo o que preciso. E eu sou uma...
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Nikolai Yevandrovisk
22, August — 2018
Bati o pé mais uma vez enquanto encarava a faixada escrito "berçário".
Como foi que eu vim parar aqui?
Se eu olhasse para trás, não conseguia enxergar quando foi que eu me permitir criar uma família. Eu estava pronto para isso? Parece meio tarde demais para me perguntar isso, mas era inevitável não me imaginar agindo como meu pai em alguns anos. Eu não podia repetir os mesmos passos, mas e se eu o fizesse?
Ela me amaria? Ou me odiaria? Eu encarei o teto. Já me peguei muitas vezes tentando imaginar como ela seria... Mas, nada se encaixava. Ela não vinha em minha mente.
— Sr. Yevandrovisck? — uma voz aguda me chamou, eu encarei a enfermeira com uniforme rosa claro. — A entrada do Sr. já foi permitida. — ela sorriu como se fosse a coisa que eu mais quisesse ouvir, mas não era.
Eu levantei com preguiça, havia uma agitação de expectativas dentro de mim, apenas queria virar as costas e ir embora, mas ao mesmo tempo a queria ver.
Passei pela porta colorida, um quarto grande com decoração também colorida me esperava. Na cama central do quarto estava a mulher da minha vida. Os cabelos castanhos estavam uma bagunça, seus olhos claros e marejados se ergueram em minha direção, um sorriso delineava seu rosto e as bochechas estavam coradas. Eu cocei a cabeça sem saber direito como reagir, não queria olhar para os seus braços e me deparar com algo que surgiu de nós.
Mas, Sky parecia querer somente olhar naquela direção já que não me olhou sequer por um minuto inteiro, e sua atenção voltou para o pequeno pacote em seus braços. Me aproximei devagar, receoso, como se ela segurasse uma bomba... Céus, que sensação estranha!
Ela esticou um dos braços sem me encarar, a mão estendida para que eu segurasse e assim eu fiz. Sky apertou levemente e me arrastou para perto, beijando meus lábios rapidamente antes de me induzir, sem que eu percebesse, a olhar para a menina em seus braços.
Cada parte do meu corpo se arrepiou, senti minhas bochechas queimarem, meus olhos estavam prestes a transbordarem enquanto eu a observava. Ela era tão... Pequena. Ela tinha tanto cabelo, escuros como os de Sky. Sua pele era clarinha e parecia ser macia. Eu sentei ao seu lado na cama, eu travei o maxilar e pisquei algumas vezes.
Ela era linda.
— Quer pegar ela? — questionou Scarlett com um tom de voz rouco. Eu neguei com a cabeça, Sky não questionou, nem insistiu, e eu percebi que ela não queria de fato me dar a menina... Ela estava apreciando nossa filha. Seu polegar passou pelos fios que alcançavam o inicio de sua testa. Os olhinhos estavam apertados, ela era tão pequinina, parecia ser feita de porcelana.
— Olá... — uma Doutora sorridente passou pela porta — Que família bonita! É o primeiro filho de vocês? — questionou anotando algo em sua prancheta.
