capitulo 24

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Minha mãe me deu remédio pra dor de cabeça, assim que ela saiu eu joguei fora,  eu não tava com dor de cabeça.

Tomei um banho e ajudei minha mãe a arrumar a cozinha,  ela estava estranha,  hora ou outra ela me fitava e não dizia nada, ela tinha aquela expressão de quem quer dizer alguma coisa mas não consegue.

Depois de enxugar e guardar os pratos  perguntei o que ela tinha:

Mãe - Nada meu bem,  só estou um pouco cansada. Por que? - ela tentou desviar.

Eu - Por nada. - fiz uma pausa - só achei a senhora um pouco estranha - joguei a isca pra ver se ela pegava.

Mãe - Pois eu estou bem,  não e nada - acariciou meu ombro - Bom já está tarde e melhor a senhorita ir dormir.

Se tem uma coisa que a minha mãe e boa é em desviar-se de assuntos que ela não gosta,  uma característica que eu herdei dela.

Minha mãe tinha aquele ar de mistério,  toda vez que eu perguntava algo sobre o meu passado ela sempre dava um jeito de mudar de assunto ou ficava toda nervosa e atrapalhada ,  pelo visto isso não mudou muito.

Subi pro meu quarto e fiz uma coisa que a muito tempo eu não fazia:  escrever no meu diário. Eu  fazia isso sempre que algo de ruim acontecia comigo,  ou quando eu me apaixonava por alguém,  etcs.

Depois de fazer isso,  liguei a TV e coloquei na netflix,  precisava com urgência atualizar minhas séries.

... Dia seguinte....

Acordei muito cansada,  fui dormir as  4: 00 da manhã passei a noite inteira assistindo série.  Preciso urgentemente mudar meus hábitos.

Escovei os dentes,  troquei de roupa e fui direto pra escola, estava muito atrasada pra ficar enrolando como eu sempre faço.

A escola tava mais vazia hoje, como e sexta quase ninguém vai pra escola, começaram o feriado cedo. Os preparativos para o campeonato já estavam quase prontos,  o que estava faltando mesmo era a minha parte, eu precisava terminar isso hoje segunda já e o "grande dia ".

Fui pra aula antes que o diretor aparecesse me enxendo o saco e me falando sobre chegar no horário certo.

Metade da sala faltou,  só vieram mesmo os estudiosos,  os que não tem nada pra fazer e  metade dos populares. Minha alegria acabou nessa última parte. 

Depois de me conformar,  me sentei no meu lugar. Olhei no relógio e já eram 7: 30, o professor provavelmente estava atrasado ou estava conversando com a professora de Arte e  nem percebeu  a noção do tempo.  Ele tinha uma queda por ela,  mas negava,  o que era inútil já que ele não conseguia  disfarçar. Bom pelo menos os dois formam um par perfeito:  os dois são uns  mala sem alça.

Depois de meia hora ele chegou,  com o cabelo todo bagunçado e a camisa amarrotada,  parecia que ele tinha acabado de fugir de um cachorro raivoso ou algo do tipo,  seu semblante era de alguém que acabou de levar uma susto.

Dei um sorriso de canto com o meu comentário, as vezes eu tinha uma imaginação meio fora da casinha. Seja lá o que for que tenha acontecido com ele o deixou meio disperso.  Ele mal passou lição e o tempo que sobrou deixou a gente sem fazer nada.

Aproveitei esse tempo pra desenhar, algo que eu não fazia á séculos.  Eu não era boa nisso mas pelo menos me relaxava e me distraia.

Eu sempre procurava transmitir com o desenho aquilo que esta passando dentro de mim:  se meu desenho tinha um semblante feliz,  era porque eu estava feliz,  se ele tivesse uma expressão triste era porque eu estava triste,  se ele tivesse nenhuma expressão.... Era porque eu estava meio lesada.

O Amor É Uma Droga | JK .Onde histórias criam vida. Descubra agora