capítulo 58

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Depois de muita conversa com os médicos e de várias tentativas, eles resolveram me dar alta. Meus pais não concordaram muito  com a ideia, eles diziam que eu não estava preparada pra sair de la, mas eu insisti tanto que eles acabaram concordando.

Eu confesso que realmente não estava mesmo,  ainda tinha minhas recaídas, mas a verdade é que eu não estava mais aguentando toda aquela pressão,  todo mundo em cima de mim, me cobrando, me obrigando a fazer coisas que eu não estava nem um pouco a fim de fazer.

Meus pais vieram me buscar as 11:30, horário que eu sou acostumada a acordar,  assinaram todas as papeladas idiotas e me levaram pra casa. Nessas horas eu sentia falta da minha autonomia,  do meu carro,  de poder sair sozinha pra qualquer lugar sem dar satisfações a ninguém,  que saco. Eu não era mais uma criança, tem maturidade o suficiente pra pegar um ônibus e ir pra casa.

Reclamar comigo mesma não iria resolver nada,  eu deveria abrir o jogo, contar tudo o que eu estava sentindo pros meus pais,  mas eu me conheço muito bem pra saber que eu nunca faria esse tipo de coisa.

Trinnnn.... Trinnnnn.... 📲📞📞...

Meu celular começou a tocar...

~Chamada on ~

Eu : Alô - atendi

                        Estefânia : Eai vaca - respondeu do outro lado da linha.

Eu : Migaa?,  a quanto tempo!.

                      Estefânia : Pois é, você esqueceu de mim,me abandonou,cachorra! - riu.

Eu : Eu não te abandonei - me defendi - e só que tem acontecido várias coisas ultimamente - minha mãe me olhava pelo retrovisor - Mas eai, como vão as coisas?

                          Estefânia : Há, mais ou menos....tão uma merda mas vou levando,  e ai?.

Eu : Mais ou menos também.

                       Estefânia : Hum!  - fez silêncio - Que história e essa de você ter ido parar no hospital? - fiquei sem reação.

Eu :  Como você ficou sabendo disso? - perguntei mesmo sabendo da resposta.

                       Estefânia : Um grilo falante me contou. Vai me responder ou não?

  Eu : Depois eu te falo!

                        Estefânia : E sobre aquele assunto não é?

Eu :  É.

                        Estefânia : Ok então, depois a gente se fala. Tchau vaca!

Eu - Tchau!

~chamada off ~

Depois dos meus pais, a Estefânia era a única que sabia sobre o meu "problema ",  como eu chamava.  Eu nunca gostei de receber muita atenção sobre isso,  meus  país procuraram psicologos e até psiquiatra pra mim, eu cheguei a frequentar as sessões, mas eu nunca seguia o que eles me falavam.... Por isso fui parar no hospital.

Talvez eu precise de ajuda, talvez eu queira ser ajudada... Só talvez.

Não demorou muito pra chegarmos em casa. Home!,  minha amada casa,  eu posso não ter percebido o tempo passar mas, pude sentir,sentir coisas, e a saudade foi uma delas.

Meus pais me deixaram sozinha, eu precisava! Subi para meu quarto com a minha mala e me  tranquei, como de costume. Eu sempre fui uma filha afastada dos pais,  o que nunca foi um problema...até agora.

O Amor É Uma Droga | JK .Onde histórias criam vida. Descubra agora