第22章

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Não vá

Renjun suspirou e sentiu que iria pegar um resfriado. Não que aquilo importasse naquele momento, longe disso. Mas quando Donghyuck disse que chovia grande parte do tempo na área original da floresta, Renjun não achou que fosse ser de fato, o tempo todo.

Não caia o céu, óbvio, a chuva era fina e as copas das árvores os protegiam. Mas a terra já estava fofa e molhada, dando ocasiões como: escorregar e sapatos sujos por terem se enterrado em algum buraco.

— Mais um pouco – Mark fala para os amigos. Estavam a mais de uma hora caminhando e os sete estavam cansados, não estavam com os sapatos adequados para aquilo. Mas ao menos seguravam as mãos uns dos outros para não se perderem.

— Quando a gente voltar, o Nana vai fazer aquele chocolate quente – Jeno sorri para o mais alto, que dá de ombros. Fariam qualquer coisa para acabar com aquele clima.

— Andem mais rápido! Pessoas lentas são as primeiras a morrerem – Donghyuck disse alto. Provavelmente sendo a única pessoa do grupo não ligando para a atmosfera pesada que se formava entre eles.

— Hyuck – Mark suspira – vamos não tentar assustar ninguém – e o menor apenas concordou. Claro que havia um porquê daquela frase. Sentia como se estivessem sendo seguidos.

. . .

— Eu acho que é aqui – soltou Jeno depois de andarem mais. O moreno era o único que realmente lembrava o caminho até a Casa das Sementes.

— Sério? – Haechan coloca as mãos na cintura – não tenho tempo para achismos. Ou é, ou não é.

— Vai se foder – soltou o mais velho mostrando a língua.

— Sem tempo para isso – Mark os separa – é aqui sim – e apontou para longe, onde eles acharam a cabana. Claramente abandonada e com a floresta já tomando conta de tudo. Seria uma cena bonita, típica de algum filme da Disney. Mas eles sabiam muito bem quem estava ao redor.

— Vamos – Donghyuck puxa o canadense e os outros os seguem. Demoraram cinco minutos para chegar no local, e assim que se encontravam na frente da porta quebrada, o Lee mais novo soltou as mãos do namorado e tocou as paredes. As ponta dos dedos sentiram a madeira em decomposição e ele estremeceu. Sabia que paredes podiam ouvir. Mas o que diriam se pudessem falar? – Renjun – chamou e o menor se posicionou ao lado do amigo – tem algo escrito aqui – apontou para uma placa de metal enferrujada, quase escondida.

Renjun e Haechan tiraram a terra de cima da placa de metal. E leram juntos a frase "Deixe ela morrer.” A caligrafia estava estável, e Renjun estremeceu. Não parecia que o Encapuzado queria avisar algo. Era quase como se a mensagem fosse um pedido mudo de ajuda.

— Cadê a Moon – o chinês rosna baixinho olhando ao redor. Mas Mark o parou. Porque mais ao longe o Encapuzado os encarava. As roupas pretas eram diferentes, mas o boné era característico – ai meu Deus – soltou o Huang quando repararam na tesoura pontuda nas mãos dele.

— Gente – Chenle choramingou. E Jisung segurou a mão do mais velho, forte o suficiente para passar confiança. Mas no fundo, ele estava fazendo isso porque sentia que seria a última vez.

— Se separem – Mark mandou baixinho – se separem e se mandem daqui. Ele não vai nos seguir se formos em caminhos distintos. Eu fico e ele vai atrás de mim – e encarou Donghyuck – é minha ordem final. Saiam daqui, achem a Moon, e não me sigam – e assim que soltou o ar dos pulmões, ouviu os meninos saírem dali. Menos Haechan, que segurou sua mão e quando viram o Encapuzado se aproximar, Mark o encarou aflito.

— Quando você me convidou naquele dia, para sentar com você – o menor solta – fizemos uma promessa. Juntos para todo o sempre lembra? – E puxou o namorado para o mais longe dali.

. . .

Jisung sentiu suas mãos se soltarem das de Chenle assim que o chinês ficou preso entre as folhagens de alguma árvore.

— Lele! – Gritou, e sentiu seu corpo ir para trás. Sabia que havia um barranco lá perto. Só não achou que fosse tão próximo assim. E antes de cair, ouviu os gritos do mais velho e Jaemin aparecer em sua visão, tentando segurá-lo, mas sendo puxado para baixo também.

. . .

Jeno praticamente obrigou Renjun a correr mais rápido do que o chinês jamais correra. As pernas do mais velho não aguentavam mais, porém o maior o carregava consigo.

Só pararam de correr quando ouviram gritos e sentiram o coração gelar. Jeno encarou o namorado assim que reconheceram as vozes de Chenle e Jisung. Mas ao mesmo tempo daquilo, ouviram algo se aproximar.

— Jeno – Renjun segura o rosto do namorado – volte e ajude os dois, eu despisto o Encapuzado.

— Mas nem... – E Renjun o beijou antes de empurrá-lo e continuar correndo, deixando o Lee sem opção além de mudar a rota e voltar por outro caminho.

Renjun continuou correndo, bem mais lento agora, suas pernas tremiam e as vezes ele quase ia ao chão, mas a adrenalina em seu corpo só aumentou quando viu, pelo canto dos olhos, uma figura o alcançar.

O chinês soltou um grito assim que sentiu o impacto de ter sua camiseta puxada, e estava pronto para chutar o Encapuzado, mas quem o segurara não era ele.

E na sua frente estava Moon.

So What?Where stories live. Discover now