Parte VI - Enfim Vingança

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E eu não vou deixar você me derrubar
Eu continuarei me levantando quando acertar o chão...

- Never Give Up - Sia

...

Mihina sorriu notando que provavelmente Raviel não frequentava as festas da cidade e esta seria uma ocasião estranha para ele.

- Todo ano os vampiros fazem um grande baile, pra comemorar os acordos de paz que existe entre as espécies. Como você é um dos poucos membros desse clã, você tem que ir.

- As outras famílias também são pequenas?

- Não, Loudan que não gosta de ter muitos familiares.

Em silêncio pela resposta de Mihina, eles deixaram a sala de treino e seguiram para a porta da frente da mansão, mas antes que pudessem sair Alphonse os interceptou com casacos em mãos.

- Vocês têm que usar isso, está frio lá fora.

- Pensei que os vampiros não sentissem frio....

Raviel falou olhando as vestimentas e isso arrancou uma risada de Alphonse que jogou o casaco para ele.

- E isso é verdade, mas está nevando lá fora e seria estranho duas pessoas andando com roupas normais, isso poupa trabalho.

O rapaz colocou o casaco e saiu com Mihina, era a primeira vez que ele saia da mansão desde os eventos do dia sangrento. A neve cobria grande parte das coisas, trazendo a Raviel lembranças de como eram os dias de neve na fazenda, como a pequena Laisa adorava brincar de pegar flocos brancos e construir bonecos de neve.

Ele sabia que as lembranças seriam constantes, então deveria começar a se controlar. Não podia deixar que as lágrimas caíssem sempre que algo o fizesse vagar pela antiga vida. Inspirando profundamente, ele buscou manter a calma e continuou a seguir Mihina, que de certa forma, havia se tornado um calmante.

Pelo horário avançado a cidade estava com suas ruas vazias, apenas corajosos para enfrentar a nevada e raros bêbados andavam apressados pela rua, mas apesar do horário o local estava bem iluminado com lanternas de luz elétrica.

Tal tecnologia ainda era uma coisa estranha para o servo, pois não havia alcançado o vilarejo. A idéia de ter luz a noite e de forma tão intensa, o deixava intrigado, pelo menos quando ele visitava a cidade.

Uma segunda coisa também despertou a curiosidade de Raviel. Modesta, mas bem feita construção branca de madeira e com uma grande torre, nela havia um sino e no topo uma cruz. A igreja era normal para Raviel até certo ponto, já que sua mãe ia lá com regularidade, mas depois de saber do histórico da cidade, era estranho ver a construção religiosa ali.

- Se houve uma guerra tão grande com a igreja, por que tem uma igreja aqui e ninguém lembra dessa guerra?

- Não é toda a igreja que sabe da nossa existência e toda cidade precisa de um líder religioso, os humanos precisam acreditar que algo maior move eles, se não eles teriam que ser os responsáveis pelas próprias ações. As pessoas não lembram porque os Unitums, os melhores vampiros quando se trata de manipulação mental, fizeram um bom trabalho apagando isso da mente deles.

Raviel ficou surpreso, por existirem seres com tamanho poder, mas a cada resposta que recebia mais duvidas apareciam.

- Se existem clãs capazes de tal feito, por que não apagaram da memória da igreja também?

Servo de SangueHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin