III.II - Valentina (parte 1)

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(Música: Genius - Sia, Diplo, Labrinth, LSD)

O sol batia contra a janela, já iluminando o quarto contra a vontade de Valentina e Gregório. Os corpos nus por baixo do lençol não escondiam nenhuma evidência do que a noite passada havia guardado. Enquanto isso a mão direita de Gregório, que de bruços, estava com o rosto deitado de lado e observando Valentina dormir, deslizam vagarosamente pelas costas dela, os dedos apreciam a pele suave e macia da ruiva. Dentro do peito dele o coração estava calma, embora ele guardasse algumas verdade ocultas, ele se sentia bem e completo junto a ela, na verdade, Gregória parecia ter encontrado um novo sentimento, mesmo que sua mente gritasse outras razões. 

Já é o primeiro dia de uma semana rotineira, eles tiveram dois dias do fim de semana em total preguiça e desleixo, tiraram para curtirem a si próprios, para se envolverem e talvez iniciar algum caso concreto. Valentina pode confessar que depois de tanto tempo ela iria conseguir deixar que seu receio por homens não trouxesse mais impedimentos a sua vida, ela gostava dos carinhos de Gregório, do jeito que ele cuidava dela, da atenção e dedicação que ele a tratava. 

Num resmungo ligeiro e numa respiração pesada, ela abre os olhos lentamente, observando o sorriso bobo que ele mantém nos lábios levemente avermelhados. Automaticamente os lábios de Valentina se curvam num sorriso reciproco e sutil, ela carregava um peso escondido em sua delicadeza. Ela estava tentando mudar, mas apenas sente que seu próprio abismo está chegando aos poucos. Valentina se ocupou em descobrir mais sobre seu colega misterioso de classe, mas não iria participar Gregório disso, pois, mesmo que tivesse uma certa confiança nele, ela ainda não estava totalmente segura.

- Bom dia, dorminhoca. - Gregório diz numa voz baixinha enquanto brinca com os dedos nos fios de cabelo dela. - Eu amaria fazer seu café, mas já estou atrasado para meu plantão.

Ela aperta os olhos e vira o rosto contra o travesseiro, boceja contra o tecido fazendo um barulho gritado. 

- Acho que é boa tarde... - Ela responde meio abafado, mas logo se corrigindo e virando o rosto novamente para ele. - Pode ir... Eu vou ficar bem. - Finalizou com um sorriso sincero. 

- Eu só queria tudo perfeito. - Se aproximando do rosto dela, ele pressiona os lábios em sua testa e deixa um beijinho ali.   

- Já está, acredite! - Responde a ele, batendo de leve a ponta do dedo indicador sobre a pontinha do nariz do loiro.

- Vou arrumar isso, juro. - Os olhos claros dele fixam aos dela por segundos, a ponto dele sentir seu coração dar um palpitada diferente. 

Valentina apenas usa a cabeça para assentir e concordar, e assim seu olhos acompanham os movimentos dele se levantando e caminhando até o banheiro. Os músculos saltados do abdômen dele prendem a atenção dela por alguns segundos, mas logo a dispersão vem quando ele por fim sai da linha de vista dela e se vira, passando pela porta e encostando a mesma. No mesmo instante o celular dela toca, em grunhidos reclamões ela apoia as mãos na cama e ergue seu corpo, puxando o celular do criado mudo e correndo o olhar para a tela. "Número privado" era o que a tela exibia, os olhos dela se fecham ao cerrar o olhar crítico sobre a tela. Por dois anos Valentina não atendia ligações que não fossem das pessoas que agiam de conluio com ela, mas por algum motivo que ela desconhecia seu coração batia um pouco mais forte, como se estivesse dizendo que ela deveria atender, e rápido. Assim, foi em questão de segundos que o polegar de sua delicada mão deslizou para a tela e aceitou a ligação, logo levando o aparelho até o ouvido. 

- Alô?! - Diz baixinho, levando o olhar até a porta do banheiro e conferindo sobre Gregório não estar ouvindo. 

- Senhorita Castiel, boa tarde. - Uma voz grave e totalmente distorcida responde do outro lado da linha. 

INDUÇÃO - Causas, Efeitos, Consequências e Descobertas [Versão Projeto ]Where stories live. Discover now