Corre!

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30 de agosto de 2017
19:29hrs

Daisy

Prendo a respiração, contenho a vontade de chorar e oprimo a de correr para seu abraço. Levanto do sofá forçando um sorriso quando me viro. Ele está com outra roupa, mas fora isso está exatamente que quando foi. Lindo. Feliz. Sorridente. Imagino que tenha dado tudo ser na iniciação do projeto.

_Oi.

Seu sorriso paralisa e Dante vem em minha direção de cenho franzido. Me esforço para parecer bem.

_Você não parece estar bem...o que aconteceu?

Merda. Me arrepio toda quando sinto seus braços ao meu redor. Me permito senti-lo uma última vez. É tão bom aqui. Fecho os olhos e me agarro a ele.

_Foi só um mal estar hoje mais cedo, já estou bem. Também estava com saudades.--Não deixa de ser verdade. Apenas omito alguns fatos. Sinto um carinho em meu rosto.

_Também senti sua falta, ficar um dia inteiro longe de você foi torturante. Não sei o que seria de mim sem você.

Oh, Deus...isso vai ser muito difícil. O aperto mais um pouco e me recupero da recaída de amor que acabei de ter. Não posso fazer nada quanto a meu corpo reagir a ele.

_Estou com fome. Podemos ir?

_Já?-- A frustração em sua voz é evidente. Tenho certeza que ele tinha outros planos para hoje. Por isso me apresso, porque se me tocar mais intimamente eu não vou resistir. Desejo é o que não me falta quando o assunto é Dante...muito desejo.

_Já. Você disse que iríamos assim que chegasse e você já está aqui.--Uso suas palavras contra ele que bufa e assente me beijando.

_Tudo bem, vamos.

Dou uma última olgada ao redor me despedindo secretamente e vou. Peço para ser em um restaurante comum. Hoje é quarta e com sorte estará bem cheio. Apesar da sua desconfiança ele consente.

Paramos em frente um estabelecimento bonito e pra minha felicidade fica em uma avenida bem movimentada. Analiso bem onde os táxis param, onde há pontos de ônibus ou estações. Estamos no centro da cidade e tudo é mais fácil estando aqui.

_Ei?

Dante me tira do meu devaneio, saio do carro carregando minha bolsa.

_Pra quê trouxe bolsa?--Sua pergunta gela meu estômago.

_Eu tenho que andar com antiácido agora, quase tudo me dá azia.--Respondo rápido. Entramos na restaurante que é bem grande e está quase cheio. Sorrio. Sinto sua mão apertar a minha.

_Amanhã você não escapa do médico.

_Ok.

Se tudo der certo, amanhã estarei longe, meu bem...longe de você, embora eu esteja sofrendo por isso eu vou continuar. Escolho uma mesa bem ao fundo, longe das vidraças e dos banheiros. Estou bem nervosa, nunca fiz uma coisa dessa antes. Nunca precisei fugir de alguém...evito o olhar analítico e meticuloso de quem descobrir ser meu marido, fixando meus olhos no menu. Quando ele vai falar algo o garçom aparece.

_Escolheram?

_Sim. Eu quero...pato.

O homem assente e olha para Dante.

_O senh...

_Não vou querer nada, obrigado.

Corta o homem educadamente. Me arrepio. Acho que o nervosismo está me afetando mais do que o esperado. Ou será a intensidade do seu olhar em mim? Começo a suar. O moço se retira e eu decido enrrolar um pouco para depois terminar logo com isso.

Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora