1

39.3K 5.4K 3.1K
                                    

atenção atenção, vou te lascar um beijão

OIEEEEE PESSOAL DO WATTPAD, então, cá estou eu com mais uma fanfic para repostar e, dessa vez, é uma das minhas OS do Spirit. a que eu mais amo, para ser mais específica, keke

 aliás, estou aceitando uma capa decente. ela é lindíssima no spirit e aqui ficou esse bagulete torto e grrrrr............

Continuando wejnrjqhwegjs eu decidi dividir ela em pequenos capítulos e fazer uma short fic, assim como fiz com I'm your Fanart <3 espero que gostem e boa leitura! Essa foi a minha primeira fific jikook <33333


1. 

Todo santo dia,

Todo dia santo.

Ele corria na minha direção enquanto balançava os braços curtos, completamente ofegante e gritante naquela hora da manhã. Sempre segurei a porta do elevador para o ruivinho apressado, jamais ousei negar. Nunca quis negar. Nem na primeira vez e nem na... centésima, talvez?

Eu perdi a conta das ocasiões em que enfiei o meu braço no meio daquelas portas só para tê-lo como companhia.

Na primeira vez, eu fiquei surpreso — lê-se chocado — com o seu talento para se arrumar dentro do pequeno espaço que o elevador nos proporcionava. Era rápido, tanto que eu quase não conseguia acompanhá-lo com os olhos. Resolve a bagunça no seu cabelo, abotoa a camiseta social e calça os sapatos. Isso tudo no breve período do nosso andar — que é o quinto — até o primeiro.

— Valeu por sempre me salvar, você é demais, cara!

É. É isso que acontece. Eu ganho um aperto firme no ombro e um belo sorriso agradecido. Sempre balanço a cabeça de forma abobada e o vejo correr, desta vez para o estacionamento do prédio.

Eu sempre fui o tipo de pessoa que detesta rotinas, são repetitivas, entediantes e me deixam frustrado.

Mas aquele garoto mudou aquilo. Algo que eu almejava não possuir desde novo tornou-se uma coisa que eu queria viver. Ele era a minha rotina favorita, a única que eu não odiava, muito pelo contrário, o ruivinho passou a ser alguém que eu queria ver todos os dias. Comecei a esperá-lo ansiosamente e, acreditem, demorei para perceber que minha felicidade repentina era por causa do vizinho. Bendito seja ele por ser tão fascinante.

Acabo escutando tudo quanto é tipo de algazarra que ele faz nos finais de semana. É fácil de ouvir, e por quê? Simples. Seu apartamento é ao lado do meu. Desde gritos sofridos chamando o nome de personagem fictícios, até músicas eletrônicas altas, junto do barulho de seus pés batendo no chão. Creio que és um dançarino, ou apenas uma pessoa bagunceira. Muito bagunceira.

Ele canta até tarde na sexta-feira. Sempre tenho o mesmo sentimento de que estou em algum tipo de show particular fantástico. Ele cantarola na varanda, só é preciso estar com a sacada aberta para ouvir tudinho; músicas românticas e de letra poética, meu vizinho canta como um anjo e tornou-se minha paixão platônica. Diria que é como ser adolescente outra vez, mas jamais tive tal experiência nessa fase. Agora eu sei o quanto é gostoso.

E péssimo também.

Tem dias que me sinto extremamente mal, pensando se sou um daqueles stalkers indelicados que observam muito as outras pessoas; eu conhecia aquele cara bem demais e nem havíamos tido uma conversa decente. Mas o que eu poderia fazer? Não segurar a porta do elevador? Fechar a sacada quando ele começa a cantar? Impossível. Aqueles simples acontecimentos eram os meus prediletos, como me reprimiria destes assim?

Ruivo... eu sequer sei seu nome.

Não aconteceu de alguém o chamar na minha presença, e o meu ser é tão incrivelmente patético que eu nunca tive coragem de perguntar. Não sei. Sei lá. Sinto que seria esquisito chegar perto e dizer algo como... "ei, qual é o seu nome?". É uma pergunta completamente normal, eu tenho consciência disso, até a fazia para estranhos à todo momento. Só que com ele era algo diferente. Era delicado. A pergunta virava um tanto alienada quando eu imaginava esta ser dirigida para ele por mim.

O garoto cujo eu não sei o nome já estava por aqui quando eu cheguei. Me lembro direitinho daquele belo dia. De como olhei em seus olhos, do seu jeito amável e da forma como ele ficou nervoso.

Eu estava carregando a última mala da minha mudança quando o avistei, sentado no meio das dezenas de caixas — que vieram do meu caminhão de mudança —, com suas pernas cruzadas como índio, ele lia uma das minhas HQs, com aquela carinha de bebê, curioso. Era baixinho e fofo.

Acho que eu deveria ficar irritado, não? O cara estava mexendo nas minhas coisas sem a minha permissão! É um absurdo, certo?

Ah, mano, minha reação fora completamente diferente.

O vizinho novo era bisbilhoteiro e muito lindo. Ficar irritado estava fora de cogitação.

Ele tomou um grande susto quando eu decidi me aproximar, coitado, ficou desesperado. Deve ter achado que eu estava bravo, porque começou a gritar que não era um ladrão e que, se eu quisesse, podia lhe revistar. Minha vontade fora somente uma: gargalhar. Rir até dizer chega. Mas eu não sou tão insensível assim, decidi sorrir e dizer que não havia problema algum naquilo, ele podia ler minhas HQs sempre que quisesse. E era verdade, ele podia.

— Nossa, meu Deus. — Ofegou. — Cara, isso foi engraçado e triste ao mesmo tempo. Mas de qualquer jeito, valeu!

Seu jeitinho simples roubou minha atenção na primeira vez, comecei a sentir naquele momento que conhecer aquele garoto era uma coisa muito importante e que eu não deveria deixar de lado. Mas nem tudo na vida é fácil. Antes que ele pudesse se apresentar ou eu mesmo perguntar o seu nome, um cheiro fortíssimo recheou o nosso corredor. E advinha? Vinha do seu apartamento. Parecia que haviam tocado fogo numa pilha de papelão.

A cara dele ficou pálida e um "O" formou-se em sua boca assim que percebeu, entrou para dentro no mesmo instante e se despediu de maneira rápida e desajeitada.

Desde então, ele meio que... sei lá, vive ocupado, talvez? Na maioria das vezes está trancado em seu apartamento cantando, nas outras, está se vestindo no elevador.

Era muito complicado entendê-lo. Sequer é possível contar nos dedos as vezes que tentei. Já cheguei a sonhar que ele era um cantor disfarçado, tipo a Hannah Montana coreana em uma versão masculina ruiva e mais bonita, e por isso eu não o reconhecia de lugar algum; tive um ataque de risos quando acordei naquela manhã. Mas no fim, o sentimento de que eu era um completo idiota tomava conta do meu ser. Afinal, eu podia apenas o chamar para sair e tirar minhas dúvidas, certo?

Certo.

Mas eu não consigo.

Aquele ruivo parecia intocável. Inalcançável para um cara como eu. Ele sempre fora tão bem-humorado, é gentil, simplista. Era um ser-humano espetacular. Eu só sentia que ele, seu corpo e mente eram um universo, tão incrivelmente intenso que apenas os especiais podiam explorá-lo.

E, nossa, eu queria tanto ser especial para ele...

Deixei de lado meu café, batucando os dedos sobre a mesa amadeirada; meu vizinho participava dos meus pensamentos até quando eu não queria. Suspirei, encarando o estabelecimento que eu, de fato, amava frequentar. Eu curto muito tomar café na cafeteria do Jin, ainda mais nos sábados, os seus doces são a definição de delicioso.


O ruivinho do quinto andar {jikook}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora