01 | prólogo

896 78 8
                                    

Quando eu pensava no meu casamento, isso aos meus 12 anos de idade, eu imaginava que iria casar com o amor da minha vida como nos filmes americanos que assistia pela tv. E a cerimônia também iria ser como nos filmes, um belo terno branco, lindas daminhas de honra, inúmeros convidados e um noivo por quem eu estivesse perdidamente apaixonado. Conforme fui crescendo, acabei percebendo que talvez o casamento não fosse a escolha certa para mim, já não me imaginava na igreja e nem pensava mais no terno. Acontece que toda pessoa cresce pensando que a vida se resume em encontrar um companheiro ou companheira bonita, financeiramente sucedido e que lhe enchesse de inúmeros mimos, esquecendo-se completamente de pensar em seu futuro.

Minha mãe se casou aos 19 anos, meu avô era um homem muito orgulhoso que queria expandir todo o seu poder por diversas partes do mundo e por conta disso acabou casando minha mãe com o meu pai e apesar da mesma possuir inúmeros sonhos, desistiu de todos eles para seguir o que todos lhe diziam: "Arrume um marido e mantenha uma boa aparência." Os tempos mudaram, obviamente, hoje em dia é raro ver pessoas se casando por dinheiro porque havia ficado mais comum se jogar com tudo no amor. Por não ter conseguido realizar seus sonhos, minha mãe vem me encorajando a seguir o que gosto, a fotografia, apesar de saber que isso não me dará tanto dinheiro assim.

Acho que certas pessoas ainda possuem os mesmo pensamentos de antigamente, como meu pai. Ele não possui nenhuma relação sanguínea com o meu avô, mas é como se ambos fossem pai e filho, um completo reflexo do mais velho para o mais novo. Como eu havia dito, meu avô casou minha mãe por poder, graças a isso meus pais haviam se tornado donos de inúmeras empresas bilionárias pelo mundo, ou seja, dinheiro é algo que nunca faltou a toda nossa família.

Consigo observar nitidamente o desgosto no olhar dele toda vez em que mostro meu trabalho á minha mãe, posso ver o quão insatisfeito meu pai está por saber que não pretendo seguir o mesmo destino que minha mãe, que irei viver a minha vida e seguir o futuro que desejo.

Por isso, em meus 22 anos, decidi por fim sair das asas dos meus pais e seguir meu próprio destino. Viver por mim mesmo e pelo o que eu gosto.

- Ainda te acho muito novo para sair sozinho pelo mundo. - Ouço a voz de minha mãe, sorrio virando-me para olhá-la.

- Já sou maior idade, posso muito bem seguir meu próprio caminho. - respondo, pude ver os olhos de minha mãe me fuzilarem.

- Não aceito que você queira viver uma vida mediana por aí. - meu pai resmungou. Suspirei pesadamente, não adiantaria discutir com o mesmo.

- É isso o que eu quero, pai, não me importo com o dinheiro. - e também quero ter liberdade, penso mentalmente.

A realidade é que nem meu pai e nem minha mãe sabem que sou gay, mantive esse segredo somente para mim durante todos esses anos, ansiando pelo dia que iria sair de casa e poder ser quem sou.

Eu mal podia esperar pra ter minha casa, ter meu próprio dinheiro, seguir meu sonho e poder viver da forma como eu quiser.

- Tem certeza, Jungkook? Você pode passar mais um ano com a gente, sabe? Até você conseguir um dinheiro maior do que esse que você ganha com seu trabalho.

Desde que descobri meu dom para a fotografia decidi investir nele, vez ou outra eu fazia pequenos trabalhos ou algumas sessões de fotos para conhecidos e depois de um tempo, tenho um dinheiro para pagar as contas do apartamento que pretendo dividir com meu melhor amigo, Taehyung.

- Mãe, entenda, eu realmente quero ir, tá tudo bem. - sorri para acalmá-la. Senti meu celular tremer em meu bolso e então o tirei para ver o que era, Taehyung havia me mandando uma mensagem pedindo para que eu fosse logo. - Bem, eu preciso ir. - segurei minhas malas. - Amo vocês e prometo vir visitar vocês semana que vem. - beijei as bochechas de minha mãe rapidamente e segui para fora da casa o mais apressado possível.

Por sorte o motorista da família estava disponível e pôde me levar para meu destino. Passei o caminho todo sorridente com a conquista que eu havia conseguido, finalmente paz, finalmente liberdade e quando menos notei, já estava parado em frente a portaria do prédio.

- Seja bem-vindo, senhor Jeon. - o porteiro disse.

- Obrigado. - me curvei agradecendo e segui em direção ao elevador.

Eu batucava os dedos na mala, ansioso demais pela nova vida. A porta se abriu no décimo andar e eu corri até a porta, abrindo e dando de cara com Taehyung deitado no sofá com o rosto completamente sujo de comida.

- Finalmente, liberdade! - comentei, jogando a mala em qualquer canto e me jogando no outro sofá vazio. - Eu mal consigo acreditar que finalmente sai de casa.

O ruivo deitado no outro sofá se endireitou, dessa vez sentando e limpando o rosto.

- Eu ainda não entendo como você pôde trocar todo aquele luxo por esse lixão aqui. - murmurou emburrado.

Ao contrário de mim que havia nascido numa família com boas condições financeiras, Taehyung não tivera muito dinheiro, conseguiu o apartamento após trabalhar numa cafeteria e como animador de festa - aliás, foi como animador que nos conhecemos.

Suspiro, olhando para ele ainda com um sorriso no rosto.

- Aposto que meu pai iria adorar um filho como você. - ri. - Mas e ai, onde posso colocar minhas coisas?

- Levanta daí, vou te mostrar o seu novo quarto. - levantei rapidamente do sofá, catando minha mala e seguindo ele pelo corredor. Última porta à direita, esse a partir de agora seria meu novo refúgio.

Era um quarto simples, as paredes estavam pintadas de cinza e o teto era branco, havia uma cama de solteiro, um armário, prateleiras na parede com minhas figure actions de Overwatch e dos filmes da Marvel e finalmente minha área de trabalho, uma mesa com meu computador completamente montada e pronta para ser usada.

Quando decidi morar com Taehyung tratei de comprar toda as coisas necessárias e ir mandando elas para minha nova casa, inclusive preciso agradecer o Taetae por ter arrumado tudo isso pra mim.

- AAAAAAH! Tá tudo tão perfeito. - gritei animado, correndo pra dentro do quarto e me jogando na cama. Olhei para o ruivo, que permanecia parado na porta rindo da minha reação. - Vem, deita aqui comigo! - bati no espaço sobrando ao meu lado.

Ele revirou os olhos, antes de vir e se deitar ao meu lado.

- Isso não é maravilhoso? Poder ter algo tão seu. - comentei, olhando o teto.

- Fico feliz que tenha gostado, foi um trabalhão montar esse teu computador, por que comprou algo tão complicado? - ri em resposta.

- Nós precisamos comemorar. - disse, me animando. Olhei para ele esperando pela resposta.

- Não sei não, Jungkook, eu não tenho muito dinheiro guardado e amanhã tenho uma festa pra animar.

- Ah, não, Taetae! Nós temos que comemorar, por favor, não precisa ser uma coisa grande, só um monte de pizza e bastante bebida. - fiz carinha de pidão. - E o melhor, eu posso pagar tudo.

Taehyung me olhou sério, mas logo abriu um sorriso animado.

- Ok, você me convenceu pela bebida. - levantou-se da cama, indo em direção à porta. - Vou pedir três pizzas e muita bebida.

- Eu sei que te convenci só porque vou pagar. - comentei ao vê-lo sair do meu quarto.

- E eu sei que você sabe disso. - gritou, já fora do cômodo.

Me deitei na cama, contemplando tudo aquilo que era somente meu. Eu finalmente tinha um quarto com coisas compradas pelo meu dinheiro, decorado da forma que eu sempre sonhei e aconchegante da forma como sempre imaginei.

Era tanta felicidade que quase parecia estar em um sonho viver ali, num lugar meu. Eu finalmente havia conseguido um lar.

- Jungkook, pode ser uma pizza de brócolis?

- Pelo amor de deus, não!!

.

.

.

eu não faço ideia do que estou fazendo aqui KAOSHA'
é a minha primeira vez postando no wattpad então vamos ver se isso dá certo :D
enfim, nós vemos no próximo cap

Noivo em Fuga • jjk + jmOù les histoires vivent. Découvrez maintenant