Capítulo 4 - CAROLINA

13.6K 2.1K 135
                                    

DISPONÍVEIS ALGUNS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Como estão? Preparadas para mais babaquices do nosso "mocinho"?

Guardem essas palavras: um tem muito a ensinar ao outro. 

Só tenho isso a dizer...(risada de bruxa)

bjoooooks

----------------------------------

Minha vida estava uma enorme bosta!

Cheguei à faculdade animada e contente, e procurei o insuportável do professor Roberto. Lhe pedi um minuto para perguntar algo e ele disse que só falaria comigo quando a aula dele acabasse, nos dez minutos que ele reservava ao final de cada aula para alunos tirarem suas dúvidas. Velho rabugento!

Durante a aula, ele perguntou sobre os documentários e os alunos falavam animados sobre seus projetos, desde empresários a farmacêuticos, e eu tinha que ter ficado com o muso fitness. Claro! Olhei mais uma vez minha barriga grande demais para meu corpo e aqueles seios enormes, e inventei dez palavrões mentalmente. Por que eu não podia ter ficado com o farmacêutico? Talvez ele manipulasse um remédio que me fizesse emagrecer. Mas não, eu tinha que ficar com a pior profissão possível para uma garota acima do peso, os musos fitness.

Sorri. Se o professor Roberto fez isso de propósito para incentivar-me a fazer academia, ia quebrar a cara. Ele não conhecia minha mãe, a supermodelo Carmen Lince. Se ela não foi capaz de me fazer ser a garota de aparência perfeita, não seria um professor mal-humorado e menos ainda um modelo fitness insuportável que o fariam.

Quando a aula finalmente acabou, corri até o professor antes que outro aluno ousasse gastar os dez minutos dele de tirar dúvidas. Se a pessoa perguntasse as horas, ele conseguia ficar mais de dez minutos dissertando sobre a passagem do tempo. Eu ficaria uns vinte ouvindo sobre a importância da profissão que peguei em meu documentário, mas desde que saísse da sala com um açougueiro para entrevistar, não me importava.

— Diga, Carolina. O que você quer perguntar?

— Professor, estava pensando sobre a importância deste trabalho e acho que o senhor poderia me dar uma profissão mais interessante, não acha?

Ele folheou seus papéis até achar meu nome.

— Você pegou o mundo fitness. Esta é uma profissão importante, trata-se da saúde. Faça o seu melhor.

— Não, professor! É que eu fui a um evento com esses modelos e realmente não achei grande coisa. Sabe, é difícil apresentar um documentário decente com uma profissão tão rasa, que consta em malhar, comer e desfilar.

Ele arredou os óculos redondos para a ponte do nariz e me encarou. Quando voltou a falar, o fez em um tom tão alto, que até quem já havia saído da sala retornou para ouvi-lo.

— Não pode ser tão difícil, senhorita Lince! Um monte de homens musculosos, suados, seminus. Isso é difícil demais para você?

A sala inteira riu e senti-me corar imediatamente.

— Não estou falando nesse sentido, e sim no sentido de que não há muito o que mostrar além de músculos.

— Então mostre os músculos de uma maneira bem convincente ou será reprovada na minha matéria, Carolina. Não vou trocar sua profissão, é uma das mais fáceis e que todas as alunas daqui queriam. Se não é capaz de conduzir este documentário, desista! A Marina ali, ficou com um cirurgião plástico que já achou mais de dez defeitos no rosto dela e não me pediu para mudar hora nenhuma!

— Eu tentei — contestou ela.

— Quero o trabalho entregue na segunda-feira, sem choro e muito bem feito. Estamos entendidos?

DEGUSTAÇÃO - Um grande problemaWhere stories live. Discover now