5 - parte 3 - FIM DA DEGUSTAÇÃO

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DISPONÍVEIS ALGUNS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Depois de deixar Alan na academia de karatê, fui ao encontro de Dustin. Estava atravessando um sinal, quando vi alguém que não deveria estar aqui.

— Ei, Douglas!

O modelo fitness parou e acenou ao me reconhecer, então retrocedi e fui até ele.

— Ei, você não tinha ido embora?

Ele pareceu confuso.

— Eu? Não, quem disse isso?

— O Dustin. Ele disse que teve que ficar no seu lugar porque você precisou ir embora.

Ele riu.

— Desculpe, Carolina. Ele me apadrinhou em troca de ser o seu projeto. Você sabe. Ser afilhado de Jake Dustin é uma divulgação muito melhor do que canais do YouTube.

Fiquei cerca de dois minutos com cara de boba tentando processar aquela informação.

— Não entendi. Por que ele fez isso? — perguntei mais para mim mesma, mas claro que ele fez questão de responder.

— Você ainda não sacou? Ele está a fim de você.

Eu ri alto. Dei um tapa nele pela brincadeira sem graça, mas ele continuou sério.

— Não, não está não. Isso é impossível — garanti.

Ele deu dois tapas leves no meu ombro, devolvendo meu gesto.

— Menina, você precisa acordar. Jake Dustin jamais aceitaria ser o projeto de uma mulher que ele não estivesse tentando levar para a cama.

Engasguei com o ar e me despedi dele. Eu precisava falar com Dustin. Independente de Douglas estar viajando nas razões que achava que Dustin teve, ele não devia ter mentido para mim. Cada vez que ele parecia ser um pouco mais legal, algo me mostrava que ele não era.


Ele já estava no galpão, socando um saco de pancada e não parou quando entrei. Peguei uma água na geladeira e tirei o celular da bolsa. Teria que gravar com ele.

— Você tem algo para me contar? — perguntei ao Dustin, mas ele apenas negou com a cabeça e continuou com sua contagem de socos.

Guardei o celular e parei bem perto dele.

— Sabe quem eu encontrei hoje no centro?

Ele demorou a responder e pareceu irritado que eu estivesse esperando que ele chutasse.

— Um namorado? — disse com um sorriso.

— Você diz isso, mas não suportaria me ver com um namorado. — Ele deu de ombros. — E eu encontrei Douglas Sampaio. Você sabia que ele ainda está por aqui?

Ele sorriu, ajeitou a borracha em volta da mão e voltou a socar o saco de pancada.

— Provavelmente você sabia, já que é padrinho dele.

Ele deu de ombros novamente, tentando conter o sorriso, mas falhando.

Perdi a paciência e abracei o saco de pancada, obrigando-o a frear o punho a centímetros do meu rosto.

— Você é maluca? Quer ter seus dentes todos quebrados?

— Você não ia me acertar, cada movimento seu é calculado, concentrado e executado com maestria de forma que você pode parar a hora em que não quiser acertar algo.

— O que você quer, Carolina? Está atrapalhando meu treino.

— Ele disse que você ofereceu ser o padrinho dele em troca de ser o meu projeto.

— E vou desapadrinhar por ele ser linguarudo.

— Por que você fez isso?

Ele colocou as duas mãos nos meus ombros e me afastou do saco de pancada, acertando-o com muita força em seguida. Ali seus movimentos não eram mais calculados e me afastei antes que o saco, que voava sem direção a cada soco dele, me acertasse.

— Dustin, por que você quis fazer isso?

— Ele não disse a você o porquê?

— Ele acha que você quer me levar pra cama. Disse que não faria isso por uma mulher a menos que tivesse interesse nela.

Mais uma vez ele deu de ombros e voltou a socar. Mas eu sabia que não estava concentrado porque o saco continuava voando sem rumo pelos ares.

— Dustin! Me responda!

Ele deixou o saco e olhou para mim irritado.

— O que mais você quer ouvir, Carolina?

Ele veio em minha direção e recuei até estar presa à parede, e ele não se afastou. Seu corpo enorme e suado tocava o meu e suas mãos foram plantadas ao lado do meu rosto. Sua boca estava tão perto da minha, que eu poderia beijá-lo e ele não conseguiria evitar.

— A verdade — sussurrei tentando não focar meus olhos em seus lábios grossos, mas era impossível e percebi que ele tinha uma pequena cicatriz no canto direito da boca. De alguma forma torta, isso o tornava ainda mais sexy.

— Ele disse a verdade. Por que você não para de encher minha paciência e me dá logo o que eu quero?

Antes que eu pudesse processar o que ele havia me dito, sua boca tomou a minha. Devagar, seus lábios foram se movendo sobre os meus, sua língua timidamente pediu passagem. Suas mãos deixaram o lado do meu rosto e me puxaram pela cintura. Elas passearam por toda extensão das minhas costas e pousaram pouco acima da minha bunda, puxando-me mais de encontro a ele. Sua língua tocou levemente a minha e sua delicadeza acabou ali.

Logo ele subiu uma das mãos pelo meu cabelo, enfiando-a ali e puxando minha cabeça sem nenhuma gentileza para trás, sua boca deixou a minha e sugou meu pescoço, me arrancando um gemido desesperado. Ele voltou os lábios para os meus, me prendendo em seus braços fortes, beijando-me com voracidade. Mordi seu lábio inferior e ele soltou um gemido delicioso na minha boca. Minhas pernas começaram a ceder e meu centro a pulsar violentamente, eu precisava dele.

De repente, ele me empurrou olhando-me como se eu fosse um erro. E pude ouvir a voz debochada de uma mulher.

— Ora, o que temos aqui? Achei que eu fosse a garota da noite, Dustin.

Olhei para trás e a miss músculos fez uma careta horrenda ao me reconhecer.

— Você realmente não podia esperar? Tinha que pegar qualquer coisa que visse pela frente? Dustin, sinceramente, sinto-me decepcionada.

E ela parecia realmente decepcionada, o que me fez rir diante de toda aquela loucura que se encontrava meu cérebro.

— É melhor você ir agora, Carolina. Vanessa e eu temos algumas coisas para acertar — Dustin ordenou sem olhar para mim.

Nem questionei, nem me importei em lançar-lhe um olhar questionador. Ele era um idiota e eu fui mais ainda por permitir aquele contato. Peguei minhas coisas e disse antes de sair:

— Cuidado com o lábio dele, eu mordi.

Desci as escadas devagar, eu mal enxergava os degraus e não queria cair e dar a miss monstro mais motivos para rir de mim. Eu não era a merda da caridade de ninguém, não precisava disso!

— Carolina? — Não olhei para trás para vê-lo, apenas fiquei parada na escada esperando que ele falasse. — Nos vemos amanhã, certo?

Era impressão minha ou ele parecia ansioso por uma resposta?

Finalmente olhei para ele, e sim, ele estava ansioso. Tentando fingir que não se importava, quando na verdade se importava sim. Uma lágrima correu por meu rosto.

— Acho que não. Já tenho todo material que preciso. Envio para você a matéria antes da escola publicá-la. Obrigada, Dustin.

Desci o resto das escadas e fui correndo até minha casa. Eu nunca mais queria ver Jake Dustin na minha vida.

DEGUSTAÇÃO - Um grande problemaOnde histórias criam vida. Descubra agora