Capítulo 1

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O mundo sempre vai ser injusto com os menos favorecidos

*não tem outra escolha, apenas aceite*

*comporte-se e seja obediente*

*seja casto e educado ou nenhum alfa vai querer você*

*não aja como esses outros que andam por aí com qualquer um*

Essas e outras frases eu já ouvi demais, e muitos outros ômegas também. Algo imposto pela sociedade como senso comum.

ALFAS

BETAS

ÔMEGAS

Estou cansado desses parâmetros, cansado de me dizerem o que fazer, cansado de alfas sempre em cima. As atitudes, e não o gênero, deveriam te diferenciar dos demais.

Perdão, não me apresentei ainda, eu sou Sasha, um ômega lúpus masculino. No auge dos meus vinte e dois anos, não fui marcado ainda, e nem pretendo ser dominado. Sou eu quem vou escolher meu alfa.

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A musica de fundo alegre preenchia o ambiente daquele barzinho universitário aconchegante, onde pessoas de todos os tipos se encontravam.

-É sério, foi muito estranho Matt, ele ficou me encarando... mas era muito bonito também...-

-Não sei não Elle... envolver-se assim...-

Eu só captava fragmentos da conversa, entretido como estava pesando minhas opções. Opção¹: dizer que estava me sentindo mal e sair; opção ²: dizer que precisava concluir um trabalho da faculdade e utilizar isso como pretexto para escapulir dali. Nenhum dos dois seria suficiente, huh? Suspiro bebendo minha garrafa long neck. Meu celular apita. Mensagem da minha mãe, diz que o papai esta ocupado numa reunião e não pode buscar os meus irmãos na escola. Sorrio. Até por mensagem minha mãe consegue transmitir tranquilidade. O alfa do outro lado da mesa no entanto, faz uma carranca de desagrado, ante a minha atitude de indiferença para com ele. Ele é meu motivo pra querer sair dessa mesa, desde de que cheguei ele tenta flertar comigo ou chamar minha atenção; a ponto de liberar feromônios.

"Cara chato. Isso tá sufocante"

-Desculpa galera mas preciso ir, tenho que buscar meus pestes na escola.- digo, piscando para Matthew e Ellen,

-Seus o quê? Você tem filhos nessa idade?- Diz o tal alfa desagradável. Mostro para ele meu dedo médio.

- Mesmo que fossem meus não te interessa - falo, seco - São meus irmãos mais novos, mamãe acabou de me mandar uma mensagem, - Esclareço para os outros - já vou indo gente. - digo, me levantando da mesa de madeira impecavelmente envernizada.

-tchau, até uma outra, então...-

Saio do bar, e me dirijo a beira da rua para pegar um táxi. O vento frio de final de manhã chicoteia meu cabelo cor de prata. Só pra explicar; minha mãe é também é um ômega lúpus masculino, e, por incrível que pareça, nasceu numa família de alfas. Foi como ganhar na loteria para meus avós, uma vez que já havia quatro gerações só de alfas. a maioria das pessoas se refere à mamãe por 'ela' e não 'ele', apesar do mesmo ser homem, talvez pela sua aparência delicada. Mamãe tem longos cabelos prateados; que eu herdei; e uma pele bronzeada brilhante, olhos castanhos que eu queria ter herdado, e estrutura física feminina.

Somente o fato de ser doce e "submisso" já completa a sua predisposição como ômega ideal.

Meu pai sempre ressalta o quanto se sente feliz por ter a mamãe como esposa. Ele é um alfa lúpus, com uma pseudo falta de sentimentos, pois sempre parece estar sério ou carrancudo, também nasceu de uma família de alfas, tem cabelos negros, e olhos de cor cinzenta; que eu herdei; pele branca alva, e é absurdamente alto.

Sendo assim pelas informações disponibilizadas, eu deveria ser um alfa lúpus, e não ômega lúpus. Minha mãe tinha os genes de alfa e meu pai é um alfa lúpus, então por que caralhos eu nasci ômega, quando até meus irmãos são alfas? Ok talvez eu esteja pensando demais no assunto. Logo chego à escola/colégio, ela é um prédio instituto que cuida de crianças alfas, até o terceiro ano do ensino médio. Torço o nariz para o prédio.

"mais uma prova da sociedade demonstrando seu favoritismo para com alfas."

Vejo crianças correndo e adolescentes conversando recostados à corrimãos; não muito distantes estavam professores e monitores, indo e vindo.

- E aí nee-san*? Tá procurando alguém? - fala um adolescente moreno, de aparentemente um metro e oitenta. É nessas horas que eu odeio meus genes, com um metro e setente e três pareço um anão perto desse moleque. - Posso te ajudar a encontrar... - Ele fala com uma tal malícia que me causa asco.

- Ninguém que seja necessário você saber, pirralho - Digo enquanto observo os amiguinhos do garoto se aproximando também. Meu irmãozinho deve ser só um pouco mais novo que esses garotos. Oh Deus, se ele ficar assim eu mesmo me encarrego de quebrar ele na porrada.

- Heh! Você é corajoso hein? Mesmo quando está liberando esse cheiro tão atrativo... - fala um outro garoto, loiro, artificial provavelmente, pelo cheiro de peróxido que seu cabelo exala. outros garotos vão me cercando devagar.

"será que eu vou ter que usar a força? Minha nossa, nossa, nossa, onde estão os professores que estavam aqui agora a pouco? ou eles não tem coragem de ajudar um ômega indefeso?" Rio da minha própria piada.

Indefeso.

- Ei! Por que não responde?! Tá ignorando a gente, é? - diz o primeiro que me abordou. Reviro os olhos. Ele tenta agarrar minhas mãos, mas desvio e agarro seu punho direito com minha mão direita e com a esquerda agarro seu braço na altura da barra da camiseta, me viro e desfiro um chute na parte de trás da sua perna, o fazendo cair de costas batendo a cabeça no chão**. Olho ao redor. Um dos professores está vindo na nossa direção, correndo pelo gramado. Quando me dou conta de quem é, me surpreendo.

- Alisson, há quanto tempo. Como vai? - Falo para o alfa de olhos azuis e cabelos escuros que se aproxima meio correndo. Deixe-me esclarecer: o nome dele, como já dito, é Alisson; Alisson Hayverton; e ele é meu amigo de infância. tem vinte e três anos, seus cabelos na altura do lóbulo das orelhas esvoaçam com o vento, brilhando. Sempre tive uma queda (lê-se ABISMO) por Alisson, por sua natureza calma, e absoluta paciência, ele era a meu ideal de príncipe encantado, o alfa perfeito. Fazia um ano que ele havia se formado em pedagogia, agora era professor no instituto onde meus irmãos estudavam.

"Talvez eu deva vir buscar meus irmãos mais vezes"

- Perdoe esses alunos, foram extremamente rudes, mas são só garotos afinal, não é? Mas mudando completamente o assunto, veio para buscar seus irmãos não é? - Ele fala sorrindo. Um sorriso de dentes brancos que davam inveja; seus dedos são longos e elegantes enquanto ajeita os óculos retangulares na ponte do nariz.

"Meu Deus esse sorriso..."

- O que tem meu sorriso? -

- Ah, desculpe eu pensei alto? - Droga, eu tinha falado? Merda.

- Na verdade sim. - Ele ri de novo.

- É que o seu sorriso é lindo. - Sorrio, meu deus que homem é esse.

- Já perdi a conta de quantas vezes você já disse isso.Enfim, me acompanhe, seus irmãos devem estar esperando. - Ele fala, e o sigo por um corredor extenso e de paredes brancas.

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Nee-san*: equivalente à irmã, também pode ser usado para se referir à uma mulher mais velha com a qual não se tenha relação sanguínea
**o golpe aqui é o mesmo que a Anne deu no Ehren, no anime "shingeki no kyojin".
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Oi eu sou a autora deste livro (não magina maria vc é o voldemort), ignorem minha destilada de sarcasmo bem ali pfv, eu não sou mt experiente (lê-se NADA experiente) em escrever, então peço sua compreensão. Espero que gostem da minha concepção do mundo omegaverse e do desenrolar da história.

Obs: vai ter mt lemon muahahahahahah

Amor Não é Necessário (A/B/O/MPREG/)Where stories live. Discover now