Capítulo 2

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_Meu irmão é muito legal, sério. Ele é um alfa descolado, todos os ômegas caem aos pés deles_ diz o garoto loiro, com olhos negros que não lhe caem muito bem.

_Ah é mesmo? pois o meu irmão é um beta muito bem sucedido no trabalho, ele é engenheiro!!_ Diz outro garoto moreno com cabelos negros na altura do queixo.

_ Eu sou o filho mais velho da minha família se quer saber. tenho uma irmã ômega de dez anos que nunca me desobedece, ela faz tudo que eu mando._Diz outro de olhos castanhos e cabelo ruivo. O garoto mais na ponta da roda resolve se levantar da mesa. Ele é magro mas tem um físico atlético, moreno, de cabelos negros finos e longos caindo pouco abaixo dos ombros, seu porte informa aos outros que ele é um alfa forte e maduro. Seus olhos são sérios e sua voz é fria quando fala.

_ Então você usa a voz de comando nela? Isso é desprezível e nojento. Alfas não deviam usar seu feromônio para algo assim. Acaba com a já pouca confiança que os que estão ao redor tem em você._ Ele põe as mãos nos bolsos do jaleco que compõe o uniforme. Todos ali são adolescentes de apenas catorze ou quinze anos, e todos são alfas. Num ambiente como esse a tensão está sempre presente, uma vez que eles são alfas e ainda por cima adolescentes, instintos de disputa de território combinados com hormônios à flor da pele, tornam-se uma bomba de tensão prestes a explodir.

_O que você disse seu merdinha?!_ Diz o outro, agarrando o colarinho do garoto._ Que eu me lembre o seu irmão mais velho é um ômega não é? Um ÔMEGA, Ô-M-E-G-A. HAHAHA um perdedor, aposto que fica se esfregando em um monte de alfas por aí, não é verdade?_

_O caráter do meu irmão é algo indiscutível. Mesmo que ele fosse assim, a forma como meu irmão se comporta não lhe diz respeito._

Duas pessoas entram na sala.

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Estamos entrando na sala de Valentim, meu irmão mais novo. Ele é um doce, mesmo já sendo um adolescente de quase 16 anos. Assim estamos, na porta da sala quando ouvimos a voz dos estudantes, entre elas se destaca uma voz clara e audível, que me chama a atenção.

Valentim... O que está havendo? Uma discussão?

Abro as portas duplas e deixo o vento fazer voar meus cabelos prateados, chamando a atenção dos garotos presentes. Eu havia soltado meu rabo de cavalo, sei que Valentim gosta de ver meus cabelos soltos, diz que parecem fios de prata pura.

São a reafirmação do meus status como ômega lúpus. Só por ser lúpus, não significa que você terá cabelos prateados, ou simplesmente brancos. Mas se tiver, você é um lúpus. Não importa quem você seja, ou que gênero secundário tenha. Marcará você pra sempre, belo e agradável à vista, mas dolorido de se carregar. Uma lamborghini vermelha estacionada num bairro de periferia seria mais discreta.

Só tenho tempo de ver um vulto vestido de azul se precipitar na minha direção, e logo sou cumprimentado com um abraço que por pouco não me estrangula.

-Nii-sama! - Meu irmãozinho praticamente grita de euforia.
Ow, ow, pra que esse desespero todo, eu moro com ele.

Não por muito tempo...

Afago sua cabeça bagunçando seus cabelos negros, e tentando afastar pensamentos desagradáveis. Tão jovem... Tão parecido com o nosso pai. Ele tem os mesmos cabelos negros e olhar distante, como se nunca estivesse prestando atenção em nada realmente. Ali há um impasse entre os genes de nossos pais, um olho é castanho chocolate, e o outro é cinza como nuvens de tempestade. Uma perfeita cópia dos dois.

-olha só, é irmão ômega vadio!!! - esbraveja um rapaz baixo e louro. Olho diretamente em seus olhos. Ele estremece visivelmente.

Inajo o odor no ar. Um alfa com grande porcentagem de sangue de beta. Terá sorte se conseguir se casar, mas nem em sonho terá um par destinado. Tem consciência disso e se sente inferior. Sorrio pra ele, com uma expressão dura.

Esse garoto é burro por acaso?

O observo longamente, concluindo que não vale a pena. Olho para meu irmãozinho

-Vamos pra casa Valentim, papai está chegando do trabalho e mamãe deve estar arrando os cabelos de preocupação. - digo, já me encaminhando para a saída.

-Ei, ei! VOLTE AQUI ÔMEGA!!! - o garoto desconhecido grita, e sinto um zumbido em meus ouvidos.

Voz de comando, é? Sorrio comigo mesmo.

Isso vai ser di-ver-ti-do~.

Volto a me virar e ando na direção dele, a cabeça baixa em submissão.

-Viram só? É só mais um ômega sujo e vagabundo! - ele afirma para os outros garotos e garotas alfas presentes na sala. - SE AJOELHE E BEIJE OS MEUS SAPATOS. - Ele novamente comanda. Até agora estava me esforçando para não rir, mas nesse momento tudo o que eu sinto por esse adolescente espinhento é... Desprezo. E nojo. Eu rio, amargo, e olho em seus olhos. Ele hesita.

-EU MANDEI SE AJOELHAR!!! - Ele grita de novo, e ouço Valentim rosnar atrás de mim.

- Se ajoelhe você. - Falo. Minha voz é tão fria que congela o próprio ar ao redor. O observo cair de joelhos, estupefato.

- Como? - Ele consegue sussurrar, perplexo.

- Voz de comando, é claro. - Falo docemente, o gelo na voz desaparecido, mas ainda cheio de perigo.

- Impossível, só alfas podem usar a voz de comando! - eu rio de puro prazer, e me agacho em sua frente.

- Deixa eu te explicar uma coisa, já que você parece não ter prestado atenção às aulas - Digo com deboche - como você sabe, a população mundial é compostade 60% de betas, 25% de alfas e 15% de ômegas. Tem sete bilhões de pessoas, então isso dá 1050000000 (1,05 bilhões) de ômegas. 64% dos ômegas são mulheres e apenas 36% são homens, mas não é esse o ponto.- faço uma pausa.

-Dentro desses 15% de população ômega existe uma minoria rara, chamada lúpus. Imagine que a cada 100 ômegas existam 2 lúpus, se muito, ora, 2% do total de 1,05 bilhões, dá 21 milhões, lúpus são mais férteis, mais atraentes, tem mais feromônios, maior resistência física ao rut de um alfa, reagem menos à voz de comando de um alfa com genes mais fracos que os deles, etc, mas ainda não cheguei lá.- olho no fundo dos seus olhos confusos e finalmente digo:

- O negócio é que desses 21 milhões, alguns, um total de 0,8%, nascem com um fenômeno interessante.
Eles podem usar a voz de comando. São 168000 ômegas que podem subjugar alfas espalhados por aí, eles representam 0,0024% da população. - Faço uma pausa dramática. - Só que para o seu azar, eu faço parte dessa porcentagem. -

-Espero que tenha sido educativo. - termino. - vamos embora de uma vez, Valentim. - Saio pisando duro, os saltos da bota fazendo barulho contra o piso de linóleo. Alisson nos segue.

- Sinceramente, eu acho que você é o único ômega que confrontaria um alfa dessa forma - ele diz, com um sorriso.

- Eu e mais 168000 Allison -

Eu, e mais 168000...

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Oooooi, turu pom? Então, se vc tiver se perguntando... Sim eu fiz todos os cálculos dessas porcentagens aí, quase fiquei louca pq tinha que ficar checando e Re-checando, é um cu, pq q eu dificulto a minha vida senhooooor, mas eu tô bem, sobrevivi, obrigado por estar lendo e acompanhando :-)

Amor Não é Necessário (A/B/O/MPREG/)Where stories live. Discover now