Capítulo 4 (p.o.v - L. W.)

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-Luke? Ei, Lu? - Sakurai transpira entusiasmo. Hoje à noite a minha família se encontrará com a dela. Claro também com a Família Lupei, a segunda mais importante e poderosa, em termos políticos e sociais, e a Família Kinoshita, sua subordinada.

A Família Sakurai é subordinada dos Wolfgang, assim como os Kinoshita são para os Lupei.

A verdade é que a Família Lupei tem  ramos familiares mais intrincados do que as raízes de um carvalho, então eles tem diversas famílias subordinadas, a Kinoshita é só uma delas, porém, a principal.

O objetivo da reunião, Sakurai só descobrirá quando chegar lá. E provavelmente se sentirá traída ou injustiçada. Mas, não é como se eu realmente me importasse com o que ela pensa ou sente. Ela não passa de uma colega de trabalho.

-Luuuuuke? - ela repete. A ignoro. Tento fazer meu trabalho, estou cheio de papelada para prencher. Estou prestes a pegar um papel referente a um contrato com o conglomerado Müller, quando ela apoia os cotovelos em cima do papel, me encarando com olhos enormes cheios de expectativa, como se esperasse algo de mim. - Luke, quanto ao jantar hoje, por que convidar a família Kinoshita? Eu quero dizer, se fosse uma reunião da trindade seria tudo bem, mas é só um jantar pra confraternizar certo? Por que uma família servil iria pra um jantar desses, né? -

- Você parece ter se esquecido que a sua própria família é uma família servil. - Aponto o óbvio fato, tentando fazê-la entender que sua família é apenas uma família subordinada. Ela não será nada além disso. - Tire seus cotovelos da mesa, e vá embora, está me atrapalhando. - Vejo sua expressão ficar carrancuda, mas ela logo põe um sorriso no rosto, e sai pela porta. Me reclino na cadeira, e giro, ficando de frente para a janela de vidro que ocupa a metade superior da parede inteira. Suspiro.

Esta noite.

Esta noite será quando tudo vai mudar.

Esta noite vou conhecer o meu possível futuro esposo.

Eu não poderia jamais, me casar com um ômega normal, ou com uma beta comum. Tinha que ser ele. Ele era o único que poderia passar adiante meus genes, e quem sabe amenizá-los.

Um ômega com uma ancestralidade complicada. O primeiro a nascer ômega depois de quatro gerações só de alfas, ele é neto e bisneto de alfas, filho de um alfa lúpus sangue puro com um ômega lúpus.

Sua linhagem sanguínea é tão pura que seus feromônios chegam a sufocar alfas recessivos quase até a morte, fazer alfas fracos ou comuns desmaiarem, causar paralisia em alfas fortes, e incapacitar os sangue-puro.
Ele é forte o suficiente para aguentar meu rut, e dar à luz um filho para minha família.

Esse é o único objetivo que temos nesse noivado.

Mas nossos motivos são ligeiramente diferentes. Ele precisa dessa união pra assegurar seu posto definitivo como herdeiro e futuro líder da família, pois sendo um ômega, há muitos obstáculos no seu caminho, eu imagino; eu no entanto, preciso urgentemente de um filho, um herdeiro para me livrar de preocupações, nenhum outro ômega seria capaz de suportar meu rut.

Eu já tentei, diversas vezes. As betas não engravidam de forma nenhuma, os ômegas recessivos e ômegas comuns acabam perdendo o bebê, sem conseguir levar a gravidez adiante; uma mulher alfa ou um ômega lúpus ficam extremamente debilitados durante a gravidez, não suportando mais e pedem aborto. Como ninguém consegue aguentar meu rut, todas as gestações foram in vitro.

Não obstante, somos úteis um ao outro, de forma que essas diferenças quase que nada importam. Eu só quero um herdeiro. Ele só quer seu posto.

Não envolve amor.
Nem apreço.
E não é como se tivéssemos escolha de qualquer maneira.

Amor Não é Necessário (A/B/O/MPREG/)Där berättelser lever. Upptäck nu