Sou muito mais do que consegues imaginar, sou tudo o que não consegues ver. Pensava ser muito ao teu lado mas percebi que sou mais sem ti e talvez o amor próprio seja isto mesmo. Sentir, refletir e admitir o que somos ou deixamos de ser com alguém e, no caso, eu deixei de ser. Inicialmente custou ver o que eu não queria mas estava mesmo à minha frente e eu não podia simplesmente desviar o olhar. Ao teu lado deixei de ser eu mesma, nem sequer me reconhecia. Era como se eu tivesse duas almas completamente diferentes dentro do meu corpo e, quando eu estava contigo, estava presente a que eu não fazia ideia que existia. Assim aconteceu por não me satisfazeres como eu realmente mereço pois a verdade é que sentia que tudo o que recebia de ti era insuficiente. E de facto não chegou, eu queria mais de ti e não recebi. Foi claramente por isso que o teu peito não foi o mais confortável para que a minha verdadeira alma se sentisse suficientemente segura para sair e se mostrar perante ti. E pensando melhor retiro o meu ''talvez'' porque o amor próprio é precisamente isto. É a nossa própria valorização quando percebemos o perigo a que estamos sujeitos quando vivemos um amor demasiado raso para se mergulhar em profundidade, é a coragem e o impulso para que sejamos capazes de sair dessa mesma situação.
