2 semanas depois

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Isabelle narrando

Não sei quantos dias se passaram, parei de riscar a parede no sexto dia em que eu estou aprisionada aqui e meu estado é totalmente precário, me sinto fraca, dolorida por conta dessa cama horrível e às vezes eu até durmo no chão quando me colocam em outra cela, amarrada.

Creio que ainda não morri por causa do Ethan, que sempre me trás sangue, água e comida, no momento ele é o meu anjo.

Nem sei se meu bebê ainda está vivo, para ser sincera, eu não me sinto mais grávida e já me acostumei com a idéia de que eu possa estar com um feto morto dentro de mim. Chorei três dias sem parar pensando nisso mas tive que me controlar para que Deucalion não desconfiasse.

Ele me pressionou várias vezes para que eu desse informações sobre cada um da alcateia do Scott, me torturou o quanto pôde e eu me surpreendo pelo meu corpo ter suportado tudo até agora.

Ouvi ele dizer que iria drenar com sangue para ele, Kali e Ethan. Se ele realmente fizer isso, estaremos todos perdidos, ele será invencível.

Ninguém veio me procurar até agora ou pelo menos ainda não me acharam e eu me pergunto, que lugar é esse tão escondido? Será que estou fora da cidade?

Tanto faz, eu já perdi as minhas esperanças.

Estou deitada nessa cama desconfortável olho pra minha barriga e fazendo círculos imaginários com o dedo sobre o tecido da minha roupa.

— Ah meu pequeno... Ninguém vai ser capaz de entender o tamanho do meu amor por você, nem eu entendo, é um amor tão grande que não consigo explicar— faço carinho na minha barriga por cima do tecido— Mesmo você sendo tão pequeno, já estamos passando por altos e baixos, já coloquei a sua vidinha em risco e nem sei se você ainda pode me ouvir— uma lágrima solitária, escorre— Você têm sido algo assustadoramente bom pra mim, mesmo me fazendo ter tontura, enjôo, não me deixando dormir direito, eu passaria por isso mais de mil vezes por você. Prometo não parar de lutar por você, por nós... E desculpe a mamãe por fazer você passar por maus bocados... Eu amo você meu pequeno tesouro.

A minha barriga não está grande, porém, aumentou um pouquinho do tamanho que ela realmente era, mas dá pra passar despercebida.

Ouço barulho de passos e me levanto rapidamente mas acabo ficando tonta por conta da fraqueza.

Ethan aparece na grade com um olhar preocupado.

— Deucalion quer ver você— ele diz abrindo a grade.

— Nesses últimos dias ele se tornou o meu maior fã!— ironizo.

Me levanto saindo da minha prisão, Ethan me leva até uma parte daquele lugar que não havia nada a não ser poças de água podre, isso aqui cheira a morte.

O lugar é tão grande que ainda não descobri todos, e pelo cheiro de água podre me leva a ter suspeitas que estamos perto do esgoto.

Vejo Deucalion e ao seu lado, Kali como sempre, seu mais fiel cão de guarda.

— Bom dia querida— Deucalion diz.

Nojo.

— O que você quer comigo?

Deucalion olha pra Kali e sorri, Ethan se afasta e ela vem até mim me dando um belo soco, caio no chão.

— Mas que droga é essa?!— olho indignada e sem entender nada.

Sério que me chamaram só pra apanhar?

— Defenda-se!— e é a única coisa que Deucalion diz.

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