A Híbrida

Fuga

Isabelle narrando

Olho pra Érica dormindo tranquilamente na cama velha.

E sim, dormimos na mesma cama, apertadas, era o jeito. Nunca na minha vida que eu imaginaria que um dia isso iria acontecer, justo com a mulher que queria me separar do meu... Talvez namorado? Nem sei.

Eu havia me acordado faz um tempo, na verdade, mal dormi. Estou sentada no chão planejando uma maneira de escapar e pensando.

A vida é uma caixinha de surpresa, aonde que eu iria imaginar tudo isso que está havendo...

Eu era apaixonada pelo Raphael, achei que fosse com ele que eu iria construir a minha família e com o consentimento da clave e aconteceu tudo ao contrário, fomos separados, expulsa da clave e vim parar nesse fim de mundo.

Me apaixonei mais uma vez por um cara extremamente complicado e agora estou grávida dele... Tudo completamente ao contrário do que eu tinha planejado.

Agora estou aqui, em um esgoto, pronta pra morrer a qualquer momento ao lado da minha querida amiga, Érica.

Que ótimo.

Final feliz.

Ouço um barulho de passos, e por incrível que pareça, a loira aguada não acorda de jeito nenhum.

— Érica— sussurro cutucando ela— Se fingir de morta não vai ajudar em nada, eles te matam mais uma vez, só por precaução mesmo

— Não atrapalha meu plano cacete— ela resmunga sonolenta.

— Palhaça acorda!— dou um beliscão no braço dela.

— Ai sua quenga!!— ela senta na cama rapidamente e me olha brava.

Logo Kali aparece na grade com as chaves e a famosa máquina de choque.

— Já estão acordadas vadias?— a nojenta fala.

— Chegou o cão...— Érica resmunga.

E eu olho feio pra ela, essa era a nossa chance.

Ela me olha de volta e parece entender o recado.

— Vamos, Deucalion quer ver vocês duas. Isabelle sabe se comportar, agora você, branquela sem sal, não tente nada ou morre. Sabia que eu tenho experiência com mortes de betas? Não dá trabalho nenhum...

— Minha nossa, é desse jeito a hospedagem daqui? Como você aguenta Isabelle ?

Céus, que o deboche dessa garota não estrague as coisas.

Nos levantamos, Kali abre a cela e saímos.

Kali segue na nossa frente, abrindo caminho, olho pra Érica que também está me olhando.

" Quando eu disser já, atacamos "

Digo sem voz.

Kali abre a grade que nós tira da parte que ficam as celas desse lugar.

— Já— digo.

Eu e Érica agarramos a blusa de Kali e a jogamos pra trás com força, ela cai no chão mas rapidamente se levanta.

Ela se transforma assim como nós, eu não estava lá aqueles 100% pra lutar, mas eu não ia desistir.

— Péssima tentativa— ela diz.

Kali liga a máquina de choque e avança sobre nós, desviamos de todas as formas possíveis.

Érica acerta um arranhão do rosto de Kali, eu aproveito esse momento e puxo o cabelo dela pra socá-la mas acabo levando um choque.