sleepover - seuldy/wenseul

7

    Eu estava ansiosa para o fim de semana. Queria provar para mim mesma que podia ser o camaleão que pretendia. E quando o dia da festa chegou, mal podia conter o turbilhão de emoções.

    Mamãe estava terminando minha maquiagem quando perguntou:

- Tem certeza de que quer fazer isso?

- Tenho. Não é grande coisa, mãe. Não é como se eu pretendesse perder minha virgindade ou algo assim.

    Recebi um tapa leve no ombro e um olhar preocupado.

- Você sabe que é grande coisa.

- Tudo bem. É grande coisa. Mas vou me cuidar e tentar não fazer besteira.

    Ignorei quando ela murmurou que eu já estava fazendo besteira. Nenhuma insegurança me deteria essa noite.

    Yerim passou para me buscar por volta das onze e meia. À diferença de Seulgi, que se aventurava com a moto por aí com base na sorte, ela já tinha carteira de motorista.

    Em resposta a sua mão sobre minha coxa quando entrei no carro, liguei a rádio. Eu já tinha dançado àquela música várias vezes em frente ao espelho do meu quarto. Era My My My!, do Troye Sivan.

    Yerim elogiou minha voz quanto cantarolei junto, e logo estávamos no local da festa.

    Eu sabia o suficiente sobre festas como para não entrar em pânico e sair correndo, mas ainda assim foi meio esquisito aceitar o copo que a loira me ofereceu e beber enquanto me mexia ao som da música.

    A bebida certamente ajudou, porque meia hora depois as costas do meu vestido estavam ainda mais coladas pelo suor. Yerim disse que buscaria mais e eu apenas assenti, olhos fechados. Não os abri nem uma vez durante os minutos que ela demorou em voltar, que pareceram eternos enquanto eu dançava entre a pequena multidão espremida na sala da casa. As luzes multicoloridas piscavam através das minha pálpebras e o álcool e a música me inebriavam.

    Quando senti mãos em meus quadris, assumi que fosse Yerim e os mexi com mais intensidade. Logo elas subiam e desciam, e lábios trilharam meu ombro, me arrepiando.

    Me virei e não havia ninguém. Meu sangue gelou por um momento, a preocupação vencendo meu estado embriagado, até a loira que me acompanhava surgir por entre o mar de pessoas e fazer uma piada. Ri.