Capítulo 28.

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A primeira coisa que faço é olhá-la, relembrar tudo que me aconteceu, em poucos dias eu havia chegado numa cidade estranha, na manhã seguinte era levada para o meio da floresta para estar protegida de bruxos que queriam me matar.
É egoísmo, burrice... pensem o que quiser, eu afirmo minha tese, sou um imã que atrai problemas e mortes de inocentes, e um pouco da fúria do Bill.  Estando longe deles, sei que irão estar seguros, e aqueles que querem me pegar não iriam para um lugar onde não estou.

Após ter me lembrado e de ter suspirado, levo minha mão à maçaneta da minha casa, há última vez que estive aqui foi quando voltei para pegar umas mudas de roupas com o Bill.   Fecho a porta e acendo as luzes,  revelando tudo como havia deixado, além das poeiras.

__ Desculpa Scott. __ sussurro, pois sei que é uns que não merecem minha ausência, porém é como estarão seguros, longe de mim.

A noite chega fazendo a escuridão se expandir pelas ruas.
De " mangas arregaçadas" limpo e arrumo a metade da casa, cozinha, banheiro e garagem foram os mais cansativos, nunca imaginaria que esses lugares são grandes apesar de aparentarem serem menores, quarto e sala são os mais menos complicados.  Durante a arrumação descobri um relógio que nem me lembrava que tinha, ao terminar a arrumação  olho para ele, 00:00h meia noite em ponto marcado no relógio, no sofá limpo me jogo caindo já dormindo de exaustão.

Meu sono some com um som de telefone tocando, ignoro o som e viro apreciando meu sono, a persistência do barulho me faz virar porém o espaço acaba.  Me levanto do chão vendo a janela clara, significa que já estava dia.

__ Dormi no sofá. __ digo a mim mesma.

Tirando meu cabelo da minha cara apanho o telefone, porém, antes de atendê-lo vejo que há muitas mensagens deixadas.

Quem teria tamanha insistência?

__ Alô?

__ Scarlett!! __ a desesperada voz da minha mãe.

__ Mamãe?

__ Sua safada! Quer me matar do coração! __ esbraveja. __ Onde você se enfiou sua galinha!

__ Uau! quantos xingamentos. __ digo. __ Também estava com saudades.

__ Onde você se enfiou? Por que esse tempo sem notícias?__ sua voz embarga.

__ Mamãe calma, eu estou bem.  Olhe, tive que fazer uma viagem com urgência, era inesperada não tive tempo de me comunicar. __ minto.

__ Eu achei que... __ ouso seu choro de alívio, engulo seco para não chorar.

__ Estou bem, sei cuidar de mim.

__ Te amo tanto filha. __ não resisti e deixei umas lágrimas rolar.

__ Te amo mamãe.

__ Quando vai voltar?

Ficar longe deles não incluía sair daqui, afinal eu preciso vê-los, pelo menos senti-los que estão bem.

__ Não sei. Ainda tenho coisas por aqui.

__ Já estou indo! Trabalho de avó me chama, você vai ligar né?

__ Claro mãe, manda um beijo para quem estiver ai. Tchau. __ desligo, liso o telefone como se ela ainda estive ali.

Suspiro fechando os olhos, meu coração doe minhas lágrimas cai e começo a chorar, aos pés do sofá me encosto em prantos.  Não acredito que fiquei todo esse tempo longe da minha família, para ficar perto de completo estranhos.  O pior e que acabei me apaixonando por um deles.

Ergo a cabeça, preciso ser forte, seco meu rosto e me levanto para o banheiro já que não tomei banho.

Os melhores quatro minutos da minha vida no banheiro, um bom banho.  Visto umas roupas largas e deixo meu cabelo molhado solto, o que já é normal, esquenta a nuca.
Sinto o frio chão liso de cerâmica na sola dos meus pés descalços, a sensação de que tudo voltou ao normal, que nada mudou, mas tudo mudou.  Não a casa, ou minhas roupas, eu mudei, a sensação do vazio numa casa grande, olho ao redor em busca do vazio, sem emoções, sem sentimentos.  Para eles uma bobagem, burrice fugir deles, para mim um grande sacrifício em abandonar tudo que construiu para que fiquem vivos.

A última Bruxa.Where stories live. Discover now