Capítulo 37.

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Caminho sentindo a grama nas solas dos meus pés, caminho tão calma que não sinto mais o caos que se encontrava, não me aterrorizo vendo dezenas de corpos ensanguentados. Meu cabelo está solto, o sinto bater contra minha costa, sinto a seda do vestido preto de alça fina esvoaçar.
Diante de tantos cadáveres sinto algo vivo, de capa escura e barba sombria o via parado diante de mim.

__ Papai? __ digo vendo-o se aproximar.

__ Não se sente mais forte, não se sente mais segura de si mesma. __ diz parando ao meu lado.

__ Me sinto tão forte como nunca me senti antes. __ digo sendo sombria. __ O que aconteceu?

__ Nós aconteceu. __ diz sombrio.

__ Como assim?

__ Não ver querida. Somos invencíveis juntos.

__ Somos?

Meu pai sempre dizia que eu era especial, que era forte, nunca entendia o porquê, mas ele nuca disse que precisava de alguém para ser invencível.

__ Somos temíveis, ameaçadores, todos correm de nos antes mesmo de saber o que você é.

__ Não sou temível, muito menos ameaçadora. Não sou tão poderosa quanto diz. __ digo séria.

__ Olhe em volta, veja o que nós dois fizemos. __ faço o que disse, olho em volta é só vejo cadáveres. __ Para onde quer que olhe só há mortos, cadáveres e mais cadáveres.

Deve haver pelo menos umas novecentas pessoas mortas até o horizonte, o estranho é que suas mortes não me aflige mais, não sinto comoção.

__ Nós dois matamos todos, todos que entraram em nosso caminho. __ diz sombrio.

Uns dez corpos perto vejo meus amigos, vejo Bill morto, levo um susto, mas respiro calmamente percebendo o que está acontecendo.

__ É um sonho. __ sombria digo voltando a olhar meu pai.

__ Me liberta.

__ Você não é meu pai. __ digo dando passos para trás, não sinto medo, meu ser está sombrio. __ Você é meu poder.

__ Deixe esse rancor, essa raiva tomar conta, deixe mostrá-la do que nós dois somos capaz. __ diz pegando minha mão.  __ Somos tão poderosos que ninguém vai puder nos machucar de novo.

__ Qual a garantia de que vou voltar. __ digo sabendo da consequência de deixar o poder controlar.

__ Me liberta e verá.

__ Nunca. __ me afasto. __ Não sou uma assassina, não nasci para isso.

__ Uma hora você vai me liberta.

__ Não.  Você é meu poder, o mais forte que você seja, eu controlo você. __ digo convicta, sinto meu corpo esquentar, emano minha energia, tão negra quanto a escuridão da noite, faço meu puder ficar com medo de mim.

Abro os olhos vendo tudo do quarto flutuar, meu cabelo se assenta e o chão vibra com as coisas caindo.  Olho em volta sentindo a estranheza no ar, a janela aberta deixa entrar uma brisa congelante, suspiro e a janela se fecha me assustando.  Não sei o que aconteceu, meu poder falou comigo? Ignoro minha conclusão e volto a dormir, ou pelo menos vou tentar.

A noite fria passa rápido, não tenho muito animo para o dia, o sonho estranho ainda perece em mim.  Saio do banheiro com um latejo na têmpora, não vejo o Bill, talvez seja provável que ainda esteja em seu quarto, não quero perturbá-lo então decido ir para fora.

Ajeito meu cabelo quando vejo Shedy, começo a ficar nervosa vendo-o de costa para mim.  O poder do Shedy é ver a verdade, Bill tinha me aconselhado a evitá-lo, mas evitar não é muito meu jeito, respiro fundo efetuo a segunda tática do Bill.
Deixo a sensação da tristeza me tomar forçadamente, espero que ele veja minha tristeza não a real verdade.

A última Bruxa.Where stories live. Discover now