Capitulo 19

14.6K 1K 2.8K
                                    

Louis acordou ansioso no dia seguinte, puxando e saindo dos lençóis. Estava surpreendentemente ensolarado lá fora, e Louis teve que piscar fortemente pra não ser completamente cego pelo sol, gemeu no travesseiro, esticando as pernas e os braços doloridos. Por um momento, Louis não conseguia se lembrar o por que de ele estar sofrendo assim, respirando fundo quando abriu os olhos novamente. Ele franziu a testa quando encontrou Harry dormindo ao seu lado, metade de seu rosto descansando na almofada com o braço enrolado debaixo dela. Seus lábios estavam separados formando um pequeno beicinho e ele estava pálido, Louis mordendo os lábios enquanto deixava seus olhos vaguearem o corpo de Harry. As cobertas só cobriam as pernas de Harry e a curva de sua bunda, Louis estendendo a mão e colocando a mão quente em suas costas. Ele estava quente e Louis tirou a mão quando Harry se mexeu e se afastou dele, Louis engolindo em seco quando viu as marcas longas e vermelhas que iam de seus ombros até parte inferior das costas. Ele corou fortemente. Aquilo realmente tinha acontecido noite passada, não tinha?
Louis não se atrevia a mover-se, com medo de acordar Harry. Ele parecia tão calmo, e Louis não queria perturbar-lo. Ele estremeceu um pouco quando puxou o cobertor para cima de ambos os seus corpos, o inferior de suas costas doendo. Você não podia censurá-lo por pensar que Harry havia se aproveitado dele quando ele tinha chegado aqui. Esse era exatamente como ele tinha se sentido até então. Ele não estava paralisado, pelo menos, para o alivio de Louis. Harry levou mais meia hora para acordar, murmurando baixo palavras sem sentido ate que rolou deitando sobre seu estômago novamente e enterrou-se sob o cobertor, só parando para espiar Louis, onde ele ainda estava deitado, com medo de se mover. Harry sorriu e piscou cansado, se movendo preguiçosamente debaixo das cobertas.
"Bom dia", ele murmurou com uma voz que fez causou um arrepio em Louis, deixando o rapaz de cabelos encaracolados puxá-lo para mais perto de seu peito, sentindo a carne nua de Harry contra suas coxas e quadris. "Dormiu bem?" Louis acenou com a cabeça e sentou-se no colchão, timidamente movendo uma perna em volta da cintura de Harry. Seria mais confortável assim, e desde que Louis literalmente tinha prometido ficar com Harry e viver aqui com ele, ele poderia muito bem fazê-lo. Era isso o que eles estavam fazendo? Vivendo juntos? Louis pensou sobre isso por um momento, sentindo o coração de Harry contra sua testa. Este provavelmente foi o mais próximo que um refém e um sequestrador já chegou, então Louis escolheu aceitar. Ficar com Harry, não parece tão ruim agora. Ele podia se acostumar com isso.
Louis engoliu em seco e se aconchegou mais perto de Harry, roçando seus lábios finos ao longo de um dos dois pardais tatuados no peito de Harry e beijou-a, envolvendo os braços em volta de seu pescoço. Não, esse não era o caso. Deixar Harry estava fora de cogitação. Ele tinha estado em negação, e agora Louis não se via acordando sem Harry na cozinha fazendo chá ruim ou panquecas com geléia de morango... Não mesmo.
Ele respirou fundo, suas mãos apertando as costas de Harry. O encaracolado assobiou. "Louis, bebê,    ta dolorido. Eu to com marcas." Louis piscou para ele, soltando-o por apenas um momento. Harry o encarou, e Louis não pode evitar, os dedos tremendo um pouco.
"Venha comigo para Londres", ele sussurrou. Harry sorriu e balançou a cabeça, trazendo uma mão até a bochecha Louis, mm polegar macio correndo sua maçã do rosto.
"Não posso", ele encolheu os ombros e deu um beijo na testa de Louis. "Se alguém descobre que foi eu que te levou, vou direto para a prisão. Fique aqui comigo".
Louis engoliu em seco, colocando sua mão na de Harry. Ele balançou a cabeça. "Eu não quero ficar aqui", disse ele. "Eu quero um apartamento, Harry, ou uma casa. Eu quero uma casa com três filhos e um cachorro onde eu possa andar usando calças de moletom, sem ter que me preocupar com alguém me deixando sozinho."
Harry sorriu e ergueu as sobrancelhas. "Você está dizendo que-?"
"Não se precipite", Louis murmurou e se escondeu no travesseiro novamente, ouvindo o estrondo que o peito de Harry fez quando ele riu. "Eu só estou dizendo que eu não quero desistir da minha vida toda... por sua causa."
Fez-se silêncio na sala e Louis fechou os olhos, relaxando contra o travesseiro e lençóis. Por alguma razão, era um silêncio agradável e ele permaneceu por um tempo até que ele ouviu Harry se mexer ao seu lado, saindo sobre os lençóis. Ele mordeu o lábio quando sentiu pequenos beijos sendo pressionados ao longo da parte de trás do seu pescoço até suas costas.
"Vou fazer o café da manhã," Harry sussurrou e saiu da cama, Louis virando a cabeça para vê-lo. O garoto de olhos verdes de costas arranhadas foi até o armário e Louis percebeu que ele ainda estava nu. Isso não o surpreendeu.
Harry colocou um par de cuecas boxer branca e, em seguida, uma camisa cinza de alguma banda que ele não conhecia. Louis finalmente sentou-se na cama, em seguida, com pequenos gemidos e se espreguiçou. Harry não disse nada e simplesmente desapareceu, Louis puxando os joelhos contra o peito. Ele sabia o que queria. A vida na Inglaterra. Isso era tudo. Louis suspirou um pouco e deixou sua testa descansando em seus joelhos, puxando o cobertor,e corando levemente quando viu as marcas vermelhas em sua coxa. Ele mordeu o lábio e se cobriu novamente, esticando-os contra o colchão até que Harry voltasse.
Ele colocou a mesma bandeja de prata que ele tinha usado mês passado em cima da cama com um pequeno zumbido, o cabelo colocado em um rabo de cavalo novamente. Ele sempre prendia de manhã. "Aqui está o seu café da manhã", disse Harry calmamente. "Café canadense, do jeito que você gosta. Leite e dois cubos de açúcar."
Louis piscou para Harry. "Você se lembra do meu pedido?"
"É claro" Harry sorriu fracamente e se sentou ao lado de Louis. "Como eu poderia esquecer?"
Louis apenas sorriu e balançou a cabeça, cuidadosamente deslizando para fora da cama com seu cobertor ainda ao seu redor. Ele olhou para Harry, seus lábios fazendo uma linha quando percebeu que ele estava, de fato, observando-o.
"Não olhe", disse ele com um murmúrio. "Eu to me trocando."
"Se você não se lembra", disse Harry erguendo as sobrancelhas. "Eu tava dentro de você ontem. Eu já vi tudo isso."
"Bem, você não ta mais", Louis murmurou e revirou os olhos, levantando-se. "Só não olhe."
Harry suspirou e deu de ombros, olhando pra janela enquanto Louis mancava até o armário ainda aberto. Ele se assegurou que Harry ainda não estava olhando quando ele e deixou cair o lençol branco no chão, rapidamente colocando uma cueca limpa e um suéter, respirando de alívio quando ele desceu até suas coxas.
"É um pouco grande," Harry declarou.
"Eu te disse para não olhar."
"Eu nunca disse que não iria", Harry sorriu quando Louis virou-se para ele. Louis apenas resmungou e colocou um par de calças de moletom.
"Você não tem jeito."
Harry sorriu fracamente, mais uma vez. "Eu sei. Você já me disse um milhão de vezes. "
-
Louis cantarolou quando sentou-se no chão, algumas horas depois, com a mão acariciando a cabeça de Whiskey. O bezerro olhou para ele e piscou com um pequeno toque de admiração e conforto, o focinho pequeno cutucando mão de Louis. Louis não pode deixar de sorrir e puxou o filhote mais pra perto de seu peito.
"Oi", ele riu e deixou o animal lamber sua mão. "Como vai você hoje? Faz tempo que a gente não se vê."
Whiskey fez um som baixinho e olhou em volta do estábulo, Mary chegando um pouco mais perto. Louis franziu a testa e ficou um pouco tenso, a bochecha de vaca indo contra  a de Louis. O menino de olhos azuis se afastou quando sentiu a língua da vaca. "Ok, ok eu entendo, acalme-se", ele murmurou e secou o rosto com o ombro.
"Ele cresceu muito" Harry disse calmamente do outro lado do estábulo, uma pá nas mãos. "Não é?"
"Sim", Louis concordou. "Eu não sabia que eles cresciam tão rapido."
Harry riu suavemente, guardando a pá. Louis não tinha prestado atenção, então ele não sabia o que tinha feito com aquela pá, mas Harry parecia cansado e pálido. Devia ter sido algo cansativo. Ele devia ter pedido ajuda. Louis teria ajudado, sem dúvida. "Ei, Louis," Harry disse depois de um momento de silêncio, caminhando até Louis e sentando ao lado dele. Ele estava sorrindo, mas Louis de alguma forma duvidou dele. Ele estava frio. Muito frio. Ele era geralmente quente. Louis achou estranho. "Eu vou sair por um tempo."
Louis piscou. "O quê?"
“É só por algumas horas. Eu vou voltar.”
“Pra onde você vai?”
“Fora” Harry sorriu. Louis revirou os olhos.
“Eu to falando sério.”
“Eu também.”
Louis suspirou e revirou os olhos pela segunda vez, olhando pra cima e dando de cara com Harry rindo e pressionando um beijo na mão de Louis. O garoto de olhos azuis corou, mordendo os lábios. “Quando vai voltar?” ele murmurou.
“Eu não sei,” confessou ele dando outro beijo no corpo de Louis, mas dessa vez em seu pulso. “Se eu sair em duas horas eu vou estar aqui pela manhã.”
Louis franziu a testa. "Então," ele sussurrou, "Eu vou ter a casa toda pra mim essa noite?"
Harry olhou para ele com um sorriso fraco e um pequeno aceno de cabeça. Ele deixou um terceiro beijo em meio de seus antebraços e depois para seu bíceps, Louis assistindo quando o garoto de cabelos cacheados levantou seu braço inteiro em suas mãos. "Sim", ele confirmou. "Você acha que pode sobreviver uma noite inteira sem mim?"
"Eu não sou uma criança."
"Eu nunca disse que era", disse Harry e fechou os olhos, deixando leves beijos no ombro de Louis. Louis desviou o olhar, olhando para Mary. Ele resmungou um pouco para ela.
"Tudo bem", ele murmurou. "Vou ficar aqui com Mary o dia todo então"
Harry riu em seu ombro e deslizou o braço em volta da cintura de Louis, segurando-o perto de seu próprio peito. Louis empurrou o peito de Harry por um momento, olhando para ele quando foi colocado em seu colo.
"Eu te disse, não sou um bebê."
"Você é o meu bebê", Harry sorriu. Ele se aninhou no cabelo de Louis que estava ficando longo de novo.
"Eu não sou", ele murmurou, contorcendo-se entre as pernas de Harry. "Eu sou mais velho que você. Aprenda a respeitar os mais velhos." Harry apenas deu uma risada tranquila, e não a que Louis estava tão acostumado. Ele não gostou. Ele não gostou nada disso.

-

Louis suspirou enquanto colocava uma das peças do quebra-cabeça completamente azul de lado; olhando para o quadro que ele estava construindo. Ele estava entediado. Por mais que odiasse admitir, era chato estar sozinho sem Harry. Não havia mãos pálidas atravessando os cachos castanhos escuros. Não hávia pernas de quilômetros de extensão e não havia os mais lindos olhos verdes que sempre o observava. Além disso, nenhum cheiro de chá. Louis fez beicinho. Ele era realmente tão necessitado de Harry? Isso não poderia ser, certo? Que queria ele aqui. Ele o havia seqüestrado de sua família e amigos e deixou-o com nada além de uma cama e uma instalação de água de má qualidade. Ele não tinha tomado um banho de chuveiro em meio ano, pelo amor de Deus. Ele suspirou, e levantou-se. Na verdade, não havia muito a fazer aqui. Ele tinha certeza de que o quebra-cabeça estava faltando algumas peças, desistindo e correndo até as escadas, caindo em cima da cama de cara. Seus olhos se fecharam enquanto ele apenas se colocou ali por um momento, os pés descalços ficando ligeiramente azul do ar frio em torno dele. As cobertas cheiravam a Harry. Neve, fumaça e maçãs.
Não demorou mais de uma hora de Louis rolando na cama e o sol se pôs e Louis finalmente decidiu despir a cueca e subir debaixo dos lençóis, talvez até deitando no lado de Harry da cama de proposito. Ele realmente não sabia se o lado que ele tinha se deitado todas essas semanas e meses era de Harry desde o início. Ele sempre foi desse lado na cama dele e Eleanor, de modo que tinha se acostumado. Harry não tinha reclamado.
Louis colocou a cabeça no travesseiro e sentiu-se afundar-se, puxando os cobertores sobre seu pequeno e mais magro corpo. Ele sempre quis a perder um quilo ou dois, e ele estava bastante certo de que tinha conseguido. Ele negou comida de Harry no começo e perdeu peso por causa disso. Harry tinha encarado suas coxas mais finas e sua barriga diminuida, mas nunca disse nada sobre.
Louis respirou contra os lençóis brancos, quando sentiu-se ficar mais leve, rolando algumas vezes antes de adormecer, mais propriamente. Foi quase demasiado calmo na casa até agora. Sem os roncos de Harry. Louis não gostava dessa tranquilidade. Não mais.
Louis foi acordado por suaves sussurros de seu nome e sendo agitado suavemente, piscando os olhos abertos com pequenos gemidos e murmúrios. Ele olhou para Harry, que estava sentado na beira da cama, com uma mão no colchão e a outra na cintura de Louis. Ele parecia ainda mais pálido do que no dia anterior e até mesmo assustado, o olhar frio e distante. Louis franziu as sobrancelhas em confusão, em silêncio esfregando o cansaço para longe de seus olhos.
"Harry?" Respondeu asperamente e abraçado nos lençóis novamente. Ele ainda estava meio sonolento. "O que é isso?"
"Se levanta e se vista" ele disse suavemente e Louis piscou, olhando para Harry com uma careta.
"Do que ta falando?", Ele perguntou e olhou para fora da janela. O tempo estava nublado. "É cedo. É muito cedo."
"Só se vista," Harry murmurou e levantou-se, nervosamente olhando para fora da janela. O que quer que estava acontecendo, Harry não parecia gostar. Louis ainda tinha um pouco de medo e fez o que lhe foi dito, rolando para fora da cama com um pequeno bocejo. Ainda estava um pouco frio e Louis passou os braços em torno de si, tremendo, enquanto ele subia para o armário e colocou um par de calças de moletom e uma camiseta, olhando para Harry quando ele apareceu ao seu lado.
"Está frio lá fora", ele murmurou e colocou um suéter grosso em seus braços. Louis apenas piscou.
"Nós estamos indo para fora?", Ele perguntou com cuidado. Harry sorriu, e foi primeiro sorriso até agora, e ele viu que seu rosto estava molhado e os olhos completamente vermelhos. Harry se recusou a olhar para ele, olhando para o chão, mas Louis viu.
"Não, meu amor", disse ele com voz trêmula e imediatamente puxou Louis mais perto, Louis segurando um pequeno estremecimento quando as mãos do mais alto apertaram seu pequeno corpo. Ele estava tremendo, mesmo que só um pouco, e Louis olhou para o teto.
"Dói", ele respirou suavemente, mas Harry não o soltou. Em vez disso,  respirou instávelmente e Louis tropeçou quando foi puxado ainda mais perto. Ele levantou-se na ponta dos pés para que Harry não tivesse que se agachar tanto. Louis optou por não questioná-lo, descansando o rosto no ombro de Harry.
"Eu não queria isso", disse Harry em seu ombro. "Eu não quero que isso aconteça."
Louis piscou e se afastou um pouco, olhando para Harry. "O que vai acontecer?", Perguntou o mais silenciosamente que pôde, mal sabendo se queria a resposta. Harry olhou para ele, Louis olhando quando uma lágrima escorreu pelo seu rosto e na camisa de Louis. Ele não disse uma palavra. Louis não poderia necessariamente ouvi-lo respirar ou; ele poderia muito bem ser uma estátua viva.
Harry fungou baixinho, depois, quando seus lábios se separaram e Louis franziu a testa, balançando a cabeça para ele. "Pare de chorar", disse ele e secou as bochechas de Harry com as costas das mãos. "Pare. Basta. Diga-me o que está acontecendo." Harry respirou fundo, seus olhos piscando em um sorriso que parecia genuíno. Mas Louis sabia que não era.
"Vá lá embaixo", ele sussurrou. Louis engoliu.
"Eu não posso", ele sussurrou de volta, assim como em voz baixa. "Me deixa."
Harry riu e balançou a cabeça. "Não diga isso", ele respirou. "Qualquer coisa, menos isso."
Louis imediatamente franziu a testa e deu um passo para trás quando Harry realmente o deixou e fez o que ele disse, saindo do quarto com o suéter de Harry. Ele contou os passos enquanto caminhava para baixo, mantendo o olhar em seus pés. Eles ainda estavam nus.
"Você é Louis Tomlinson?"
Louis fechou os olhos e respirou, prendendo a respiração quando ele se virou para o homem, o estranho, atrás dele. Ele absolutamente se recusou a dizer qualquer coisa. Em parte por não querer falar com alguém que não conhecia, mas também porque ele não era capaz de o fazer. As palavras ficaram presas em sua garganta e ele apenas acenou com a cabeça para o homem da polícia com uma camisa azul clara e os cabelos vermelhos. Ele ficou tão reto quanto um poste e parecia quase surpreso que Louis tinha assentido, pegando o emblema da polícia e mostrando-o - como se já não fosse obvio que ele era da policia. Louis tinha certeza de que ele deveria olhar para o emblema, mas não o fez. Ele estava olhando para o homem.
"Eu sou Fredrick Harrison", disse ele. "Vou te levar de volta a Inglaterra."

--

GENTEE foi mal pelo hiatus mas eu tive que parar um pouco para resolver uma coisas pessoais sabe enfimmm obg pela paciencia

beijinhos

(e dedicação desse capitulo p a sofia que eh de portugal e le a fic olha que legal)

AlaskaWhere stories live. Discover now